Volume 2 - Machinima - Via: Ed. Alápis
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
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Essa transformação sobre o código da imagem abre caminho para exploração da variabilidade<br />
das visualidades. O realizador do <strong>Machinima</strong> pode agir sobre o aspecto visível<br />
dessas imagens, e seu trabalho criativo não se limita apenas à concepção de arranjos entre<br />
as imagens extraídas do fluxo visual inalterado do videogame.<br />
Nesse sentido, para o realizador de <strong>Machinima</strong> no videogame “o que interessa é apenas<br />
seu aspecto de brinquedo” (Flusser, 2002: 26), pois,<br />
Aparelho é brinquedo e não instrumento<br />
no sentido tradicional. E o homem<br />
que o manipula não é trabalhador, mas<br />
jogador: não mais homo faber, mas homo<br />
ludens. E tal homem não brinca com seu<br />
brinquedo, mas contra ele. Procura esgotar-lhe<br />
o programa. Por assim dizer: penetra<br />
o aparelho a fim de descobrir-lhe as<br />
manhas. De maneira que o “funcionário”<br />
não se encontra cercado de instrumentos<br />
(como o artesão pré-industrial), nem está<br />
submisso à máquina (como o proletário<br />
industrial), mas encontra-se no interior do<br />
aparelho.<br />
(Flusser, 2002: 23-24)<br />
O programador invade a caixa-preta do videogame, transformando-o em brinquedo<br />
para “um trabalho sistemático” (Manovich, 2004: 255) sobre imagens. O Trabalho de<br />
Friedrich Kirschner é exemplar dessa atuação como homo ludens.<br />
Figura 13 - Videogame Unreal Tournament 2004 e <strong>Machinima</strong>s produzidos por Friedrich Kirschner.<br />
O autor faz variar de tal forma as imagens que não joga mais com videogame, mas<br />
contra ele, rompendo com qualquer semelhança com o videogame que utiliza como imagem-matriz.<br />
Ele invade o videogame para reprogramar de forma radical a visualidade de<br />
suas imagens.<br />
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