#Giro100 (Especial)
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As diferentes<br />
aerodinâmicas de<br />
cada ciclista permitem<br />
diferentes velocidades<br />
para uma mesma potência.<br />
Para comparação, pense-se na<br />
Formula 1, e como em muitos<br />
casos pequenas diferenças nos<br />
carros (aerodinâmicas) retiram<br />
no fim de cada volta centésimos<br />
de segundo – pequenas<br />
diferenças, mas que todas<br />
somadas são a distância entre<br />
a vitória e o segundo lugar.<br />
No ciclismo é o mesmo, onde<br />
o ciclista, a bicicleta e o equipamento<br />
são um todo uno que<br />
influencia todo o movimento<br />
e como tal a velocidade para<br />
lá da potência energética<br />
emitida pelo corpo e mecânica<br />
do atleta.<br />
Um dos ciclistas que mais<br />
e melhor usa o aerodinamismo<br />
em cima de uma bicicleta<br />
é M. Cavendish – apesar de<br />
não estar presente no Giro é o<br />
melhor exemplo para demonstração.<br />
A posição de M.<br />
Cavendish no sprint é ombros<br />
baixos e cabeça para baixo,<br />
como podemos observar nas<br />
imagens acima; sendo esta<br />
posição a ideal para o sprint.<br />
Em aerodinâmica, há um<br />
elemento que considera todos<br />
esses fatores, resumindoos<br />
em um único número. É<br />
chamado de CdA (coeficiente<br />
de arrasto área) e, de forma<br />
simples, quanto menor o<br />
número melhor e mais eficiente<br />
será o ciclista.<br />
Por exemplo, uma redução<br />
na CdA (~ 10%) pode resultar<br />
em mais de três metros de<br />
vantagem num sprint de 14<br />
segundo.<br />
“No ciclismo, a força energética não é<br />
suficiente para a vitória, e existem outros<br />
fatores fundamentais para o êxito,<br />
como a técnica do atleta, a tática adotada<br />
(equipa e atleta) e no caso dos sprínteres<br />
a aerodinâmica”<br />
As variáveis táticas, como é compreensível,<br />
são determinantes para<br />
o sucesso, e são também ao mesmo<br />
tempo as mais difíceis de mensurar.<br />
Existem, no entanto, já dados bem<br />
interessantes,<br />
Para o sucesso de um sprinter,<br />
verificou-se, que este deve estar na<br />
6ª (± 2) posição no pelotão à entrada<br />
do último quilometro ou no início do<br />
último minuto da etapa. Quando o<br />
sprinter entra no último quilómetro<br />
na 9ª posição (± 5) em sprints em que<br />
ele acabou no top 10 (mas não top 5).<br />
Nos últimos 500 metros para a linha<br />
final, o sprinter deve estar na 3 (± 1)<br />
posição – essa é por norma, a posição<br />
dos vencedores. Por exemplo, quando<br />
o atleta está na 8 (± 5), ele não vence.<br />
Nenhuma vitória é conseguida, dentro<br />
das melhores competições mundiais,<br />
quando o atleta está na nona posição,<br />
ou abaixo, nos últimos 500 metros.<br />
Em termos de acompanhamento de<br />
equipa, o ideal é dois companheiros de<br />
equipa fazerem a aproximação à meta,<br />
até sensivelmente aos últimos 30 segundos<br />
da meta e em alguns casos, até<br />
aos últimos 15 segundos da meta, já<br />
em aceleração forte; abrindo despois<br />
caminho para o sprint final, que deve<br />
durar preferencialmente entre os 15 e<br />
os vinte segundos.<br />
Por fim, os dados utilizados neste<br />
artigo derivam de vários estudos de<br />
Paolo Menaspa, professor e investigador<br />
desportivo, principalmente na área<br />
do ciclismo.<br />
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