#Giro100 (Especial)

Obviamente, a função
do ciclista dentro da equipe
irá determinar o grau
de desempenho em cada
uma destas etapas e consequentemente
a especificidade
de treinamento.
Do ponto de vista do treinamento,
a preparação
destes ciclistas engloba
uma alta quilometragem
semanal (normalmente
entre 700 e 1000 km/
semana), incluindo passagem
por grandes montanhas
nos períodos de
preparação especifica
para as grandes Voltas.
A necessidade deste alto
volume se justifica pela
necessidade de criar adaptações
fisiológicas compatíveis
com a demanda
diária de etapas que
ultrapassam os 200km.
Logicamente, dependendo
da função dentro da
equipe, o treinamento do
ciclista será mais direcionado
para as etapas de
montanha ou contrarrelógio.
Quando se considera
a distância percorrida ao
longo das três semanas
de prova (~ 3500 km
em aproximadamente 95
horas), dentro das demandas
descritas anteriormente,
é obvio que devemos
conceber o impacto
destas competições sobre
a estabilidade orgânica
(homeostase). Têm sido
relatadas reduções em
hormônios como a testosterona
e o cortisol, importantes
para a homeostase,
ao término da terceira
semana de prova (Santalla
et al., 2012).
Outros estudos têm
demonstrado a variação de
peso corporal, bem como
o estado de hidratação ao
longo das etapas do Giro
d’Italia. Pollastri et al.
(2016) acompanharam 9
ciclistas que disputaram o
Giro em 2014.
Estes autores verificaram
que nas ultimas etapas
ocorreu um aumento
na quantidade de fluidos
corporais (retenção hídrica),
indicando algumas
possíveis causas: edema
muscular, diluição aumentada
do sangue ocasionado
pela sucessão de etapas,
ou apenas aumento da
ingestão hídrica durante as
ultimas etapas.
Nas etapas de montanha, onde o efeito do “vácuo” não
se faz presente durante as subidas, o aspecto fisiológico
ganha predominância no desempenho, tendo como grande
discriminante de performance a manutenção de alta potência
relativa durante períodos prolongados (30 a 50min), não se
esquecendo que estas etapas costumam ter durações acima de 5
horas. Tem sido observado a manutenção de potências acima de
6 W/kg durante as grandes subidas.
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