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#Giro100 (Especial)

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#Giro2017 A fisiologia dos atletas<br />

As exigências físicas do Giro<br />

Aspectos fisiológicos e nutricionais de ciclistas nas<br />

grandes Voltas<br />

Ricardo Dantas de Lucas<br />

Professor e Pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. Doutor em<br />

Educação Física, com ênfase em avaliação fisiológica e treinamento de atletas. Atua<br />

como treinador de atletas de endurance desde 1995.<br />

ricardo.dantas@ufsc.br<br />

Énotório que as grandes voltas<br />

ciclistas, provas por estágios<br />

com duração de até 3 semanas,<br />

representam competições<br />

extremamente exigentes, em<br />

diferentes aspectos funcionais<br />

(ou seja, físico, fisiológico,<br />

psicológico, etc). Embora,<br />

as grandes voltas estejam<br />

comemorando um centenário<br />

de existência, apenas nas<br />

últimas 2 ou 3 décadas que<br />

informações científicas têm<br />

sido publicadas, a respeito das<br />

demandas fisiológicas das três<br />

grandes Voltas ciclistas (Giro,<br />

Tour e Vuelta). Assim, até o<br />

inicio dos anos 90, pouco se<br />

conhecia e divulgava sobre a<br />

intensidade em que estas competições<br />

ocorriam (Lucia et al.<br />

2003). Com o aperfeiçoamento<br />

e popularização dos medidores<br />

de frequência cardíaca<br />

(FC) começou a se demonstrar<br />

as demandas fisiológicas<br />

das etapas, embora seja conhecido<br />

que a FC não represente<br />

fielmente a demanda<br />

energética em provas com<br />

durações prolongadas (>3-4<br />

horas), como é o caso das etapas<br />

do Giro. Ao final dos anos<br />

90 os medidores de potência<br />

ganharam de vez o mercado<br />

e desta vez informações mais<br />

confiáveis sobre o perfil de<br />

intensidade têm sido publicadas<br />

(Vogt et al., 2006).<br />

Como as etapas das<br />

grandes Voltas são classificadas<br />

em 3 categorias (etapas<br />

planas, etapas de montanhas<br />

e etapas contrarrelógio - CR),<br />

sabe-se que demanda física<br />

de cada uma destas etapas é<br />

inteiramente diferente. Por<br />

exemplo, nas etapas “planas”<br />

é comum a maioria dos ciclistas<br />

pedalarem em pelotão e<br />

completarem a etapa com<br />

potência média entre 150W e<br />

250W, o que representa uma<br />

baixa demanda energética<br />

para ciclistas profissionais.<br />

Entretanto nestas etapas, predomina<br />

uma alta demanda<br />

técnica e tática, observada<br />

Do ponto de vista do treinamento,<br />

a preparação destes ciclistas<br />

engloba uma alta quilometragem<br />

semanal (normalmente entre 700 e<br />

1000 km/semana).<br />

pelas mudanças repentinas de<br />

velocidade e potência durante<br />

as fugas e os sprints (Vogt et<br />

al., 2007). Por outro lado, nas<br />

etapas de montanha, onde o<br />

efeito do “vácuo” não se faz<br />

presente durante as subidas,<br />

o aspecto fisiológico ganha<br />

predominância no desempenho,<br />

tendo como grande<br />

discriminante de performance<br />

a manutenção de alta potência<br />

relativa durante períodos prolongados<br />

(30 a 50min), não se<br />

esquecendo que estas etapas<br />

costumam ter durações acima<br />

de 5 horas. Tem sido observado<br />

a manutenção de potências<br />

acima de 6 W/kg durante as<br />

grandes subidas. Trazendo em<br />

números absolutos, isto representa<br />

para um ciclista com<br />

60 kg manter uma potência<br />

em torno de 360W durante as<br />

subidas decisivas. Já nas etapas<br />

de CR a exigência recai<br />

novamente sobre a demanda<br />

fisiológica, em conjunto com<br />

a posição aerodinâmica. O<br />

sucesso nestas etapas depende<br />

dos ciclistas terem capacidade<br />

de gerarem potência em torno<br />

de 400W (no caso dos especialistas)<br />

durante provas que<br />

duram em torno de 1hora, o<br />

que resulta em velocidades<br />

médias de aproximadamente<br />

50km/h.<br />

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