#Giro100 (Especial)
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A técnica de pedalada no<br />
ciclismo tem sido apontada como<br />
uma das grandes responsáveis<br />
pela melhora do desempenho em<br />
competições, sendo associada<br />
muitas vezes com uma maior economia<br />
de movimento.<br />
A economia de movimento no<br />
ciclismo está relacionada como a<br />
razão entre o trabalho produzido<br />
(potência) e a energia consumida,<br />
enquanto a técnica de pedalada<br />
com a magnitude e a orientação<br />
das forças aplicada no pedal.<br />
busca pelo ótimo desempenho é<br />
uma constante no esporte de alto<br />
rendimento e muitos atletas acabam<br />
utilizando meios ilícitos, que<br />
é denominado doping.<br />
A dopagem, além de ser um<br />
fato eticamente condenável, representa<br />
risco para quem a usufrui.<br />
A força resultante é obtida mediante<br />
a combinação das forças<br />
normal (para baixo e para cima)<br />
e tangencial (para frente e para<br />
trás) aplicadas no pedal, e representa<br />
a força total aplicada pelo<br />
ciclista no pedal. Além das forças<br />
normal e tangencial, há também<br />
outras duas forças envolvidas no<br />
movimento da pedalada : (1) a<br />
força efetiva, que é a componente<br />
da força aplicada perpendicularmente<br />
ao pedivela e que produz<br />
torque posi vo, também chamada<br />
de força transmitida, que de fato<br />
gera propulsão da bicicleta; e (2)<br />
a força inefetiva, que é a componente<br />
da força paralela ao pedivela<br />
e que não produz torque.<br />
A análise da aplicação das forças<br />
nos pedais durante a pedalada<br />
tanto em laboratório como no<br />
campo (que hoje é possível em<br />
função de sistemas de pedais<br />
com tecnologia wireless) pode<br />
ser um ótimo parâmetro para a<br />
descrição do processo de fadiga, e<br />
também elucidar quais estratégias<br />
os ciclistas utilizam para manter<br />
a mesma carga quando estão sob<br />
condições de fadiga.<br />
A fadiga muscular pode ser<br />
definida como um conjunto de<br />
alterações decorrentes do trabalho<br />
ou exercício prolongado,<br />
gerando incapacidade funcional<br />
na manutenção de um nível<br />
esperado de força. Desta forma, a<br />
fadiga muscular está associada a<br />
mecanismos e fatores metabólicos<br />
(acúmulo de lactato, depleção<br />
de glicogênio, etc.), que podem<br />
afetar os músculos (fadiga periférica)<br />
e o sistema nervoso central<br />
(fadiga central) durante a realização<br />
de exercício intenso em<br />
atletas.<br />
Para exemplificar o processo<br />
de fadiga durante uma prova de<br />
ciclismo podemos apontar as<br />
mudanças na magnitude e na orientação<br />
das forças aplicadas no<br />
pedal, bem como o seu aproveitamento<br />
(força efetiva). Evidências<br />
a partir de testes laboratoriais<br />
que simulam provas de ciclismo<br />
têm demonstrado que ocorre um<br />
aumento progressivo da força efetiva<br />
com concomitante redução<br />
da força inefetiva ao longo do<br />
teste, indicando uma melhora na<br />
técnica da pedalada.<br />
Dentre os fatores que afetam a<br />
técnica de pedalada encontram-se<br />
os ajustes do complexo ciclistabicicleta<br />
(bike fit), a intensidade<br />
do exercício, a cadência de pedalada,<br />
a modalidade do ciclismo<br />
envolvida (pista, estrada ou<br />
mountain bike) e, principalmente,<br />
a fadiga. As provas de ciclismo<br />
de estrada têm como característica<br />
a manutenção de uma alta<br />
intensidade por um tempo prolongado,<br />
o que resulta na instauração<br />
do processo de fadiga, principalmente<br />
em função das mudanças<br />
na produção de força resultantes<br />
das contrações musculares e na<br />
atividade elétrica dos músculos<br />
dos membros inferiores. Dessa<br />
forma, fica evidente que a fadiga<br />
afeta significativamente a técnica<br />
de pedalada.<br />
Dentre as consequências do processo de fadiga destaca-se a perda<br />
de eficiência muscular, que é representada pelo aumento da ativação<br />
muscular que por sua vez eleva o consumo de energia. Em outras<br />
palavras, mais fibras musculares de um determinado músculo<br />
são ativadas para manter o mesmo trabalho (potência).<br />
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