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direto de londres<br />
por Luciano Máximo*<br />
Custos de sinistros de<br />
automóveis tem grande<br />
variação na Europa<br />
O segmento de seguro automotivo<br />
é o mais popular entre consumidores<br />
europeus e o que mais rende faturamento<br />
às seguradoras do Velho Continente. Em<br />
novembro, a Insurance Europe, a federação<br />
europeia de seguros e resseguros,<br />
divulgou um dos estudos mais abrangentes<br />
já feitos na Europa sobre seguro de<br />
veículos, levando em conta 2013 como<br />
ano-base para o levantamento de dados.<br />
O segmento responde por quase 30% de<br />
todo o faturamento da indústria seguradora<br />
europeia, sem levar em conta seguros<br />
do ramo vida. O faturamento anual em<br />
prêmios atinge mais de 120 bilhões de<br />
euros, numa atividade com 1.026 empresas<br />
brigando para dar cobertura a cerca<br />
de 350 milhões de motos, carros e caminhões.<br />
Um mercado realmente fascinante,<br />
tendo Reino Unido, Alemanha, França,<br />
Espanha e Itália abocanhando quase 70%<br />
de todas as apólices de veículos.<br />
Entre as centenas de informações<br />
do relatório, umas das que mais chamam<br />
atenção é que os custos com sinistros de<br />
seguro de veículos variam amplamente<br />
em toda a Europa. O documento elaborado<br />
pela Insurance Europe constatou,<br />
por exemplo, que a despesa média das<br />
seguradoras com sinistros de responsabilidade<br />
de terceiros em caso de batidas<br />
e acidentes variou de 1,2 mil euros em<br />
Portugal, o mais barato, a mais de 5 mil<br />
euros na Itália e Suécia, onde esses custos<br />
foram os mais elevados. Coberturas<br />
referentes a lesões corporais representam<br />
a maior parcela do custo total de sinistros<br />
do segmento automotivo na Europa. Assim<br />
como nas despesas com sinistros de<br />
responsabilidade de terceiros, os gastos<br />
14<br />
das seguradoras com esse tipo de sinistro<br />
também variam muito de país para país.<br />
Por exemplo, os custos médios das reivindicações<br />
por lesão corporal estão na casa<br />
dos 4,5 mil euros na Estônia, Turquia e<br />
República Checa, enquanto atingem, em<br />
média, mais de 20 mil euros na França<br />
e na Grécia, refletindo diferenças marcantes<br />
no custeio, público e privado,<br />
de tratamento médico e em práticas de<br />
remuneração da cadeia seguradora e de<br />
saúde (salários de corretores de seguros,<br />
especialistas das seguradoras, médicos,<br />
paramédicos, enfermeiros etc.). São essas<br />
diferenças de custos de sinistros, juntamente<br />
com uma série de outros fatores<br />
que afetam a frequência e a gravidade dos<br />
acidentes automobilísticos, que exigem<br />
que as seguradoras pratiquem preços de<br />
prêmios tão diferentes de um país para<br />
outro, como a variação das despesas<br />
com sinistros vistas acima. Torbjörn<br />
Torbjörn Magnusson, da Insurance<br />
❙❙Europ<br />
Magnusson, vice-presidente da Insurance<br />
Europe, comenta que seria desejável para<br />
o setor ter custos de coberturas e preços<br />
oferecidos aos clientes mais estáveis na<br />
Europa, mas ainda há muitos desafios a<br />
serem superados para a união monetária<br />
e de mercado na zona do euro alcançar<br />
um nível mais igualitário. “As diferenças<br />
de prêmios de seguro de automóvel entre<br />
os Estados membros da União Europeia<br />
são, muitas vezes, percebidas como sendo<br />
incompatível com o ideal de um mercado<br />
único, como o que vivemos hoje na Europa,<br />
com mais de 20 nações envolvidas.<br />
No entanto, essa diversidade em prêmios<br />
reflete os fatores que afetam custos com<br />
sinistros. A relação preço do prêmio custo<br />
do sinistro acaba ficando mais vinculada<br />
ao ambiente regulatório e de negócios, a<br />
questões sócio-cultural e econômica de<br />
cada Estado membro. As seguradoras<br />
devem responder por esses fatores com<br />
muito profissionalismo e eficiência no<br />
cálculo dos prêmios, a fim de reforçar<br />
sua capacidade financeira para adequá-<br />
-la à necessidade de cobertura dos riscos<br />
contratados”, explica Magnusson.<br />
Mesmo tendo em vista as diferenças<br />
regionais, que podem variar mais de<br />
500%, a Insurance Europe acredita que<br />
o nível de harmonização atualmente<br />
assegurada pela autoridades reguladoras<br />
da União Europeia em relação ao seguro<br />
de veículos é apropriado. As leis estabelecidas<br />
fornece aos Estados membros a<br />
autonomia necessária para definir regras<br />
de responsabilidade civil e calcular indenizações<br />
conforme a realidade e necessidade<br />
de cada país ou região europeia.<br />
Elas também dão às seguradoras que