produto | seguro viagem Em solo desconhecido, vá prevenido Número de brasileiros que fazem intercâmbio no exterior cresce mais de 580% em 11 anos e alta abre espaço para o mercado de assistência viagem Lívia Souza 22
Passar uma temporada no exterior deixou de ser privilégio para poucos brasileiros. Segundo a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), entidade que reúne as principais instituições brasileiras das áreas de cursos, estágios e intercâmbio, o número de intercambistas aumentou mais de 580% em 11 anos e passou de 34 mil, em 2003, para mais de 232 mil, em 2014. Além dos Estados Unidos e do Reino Unido, eles procuram agora por destinos alternativos como Canadá, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. “Os pais se preocupam mais com a educação dos filhos no exterior e os próprios adultos com a formação de idioma diretamente no país”, diz o diretor comercial da April, Agnaldo Abrahão, ao justificar a crescente procura por este tipo de viagem. A preocupação deve se estender ao seguro, seja pelo longo período que os viajantes passam em outro país, pelos altos custos no exterior ou pela exigência de governos estrangeiros e das instituições de ensino para que já desembarquem assegurados – Alemanha, Áustria, Bélgica e Dinamarca, por exemplo, assinaram o Tratado de Schengen e exigem a contratação de assistências com cobertura mínima de 30 mil euros, que garantem os gastos com despesas médicas básicas. “Nas viagens internacionais, a atenção precisa ser redobrada, pois muitas vezes o viajante não conhece hábitos e culturas do país que visitará e pode ter ❙❙Agnaldo Abrahão, da April dificuldade de acesso rápido a atendimentos médicos”, lembra Almir Fernandes, presidente da Brasil Assistência. Para o estudante, a proteção funciona basicamente como um seguro voltado ao turismo ou aos negócios, com poucas diferenças. Enquanto o seguro viagem tradicional é contratado por estadia diária, limitado a 120 dias, o seguro para intercâmbio pode ser adquirido de sete a 540 dias consecutivos para uma mesma viagem. A longa permanência também deixa o intercambista mais exposto a eventualidades e, neste caso, torna o valor da cobertura mais alto. “Para intercâmbios longos, aconselhamos um produto com cobertura entre US$ 100 mil e US$ 150 mil”, diz Daniel Prieto, Country Manager da Assist Card Brasil. Como foi desenvolvido exclusivamente para estudantes, este tipo de seguro dispensa algumas coberturas. “Não fazem parte das coberturas o seguro de acidentes pessoais e cancelamento sênior (para clientes entre 71 e 85 anos), já que o produto é restrito para clientes de até 70 anos; e a hospedagem de animais” explica Eluza Gomes, coordenadora de marketing de Viagem e Saúde da Mondial Assistance. Também são excluídos o acompanhamento de menores e o retorno de familiares em caso de falecimento do cliente. É preciso ficar atento na hora de adquirir a proteção, considerando que na viagem tradicional as coberturas são por evento (ou seja, o capital é contratado para cada acionamento médico, por enfermidade, acidente, assistência farmácia ou odontológica). No caso do seguro para intercâmbio, o contratante tem um valor pré-acordado para utilizar durante o período. Assim, cada uso será abatido do valor e o saldo remanescente fica disponível para próximas ocorrências. Como se trata de uma viagem em que o estudante permanece muito tempo fora de seu país de origem, o seguro contratado pode ser pago em parcelas e o preço é reduzido por conta do longo período de vigência. “Isso acontece mesmo sendo o seguro viagem tradicional uma modalidade bastante acessível”, garante Samy Hazan, diretor técnico de Affinity da Yasuda Marítima – empresa que comercializa seguro viagem em parceria com a Travel Ace Assistance. ❙❙Almir Fernandes, da Brasil Assistência ❙❙Daniel Prieto, da Assist Card Brasil ❙❙Samy Hazan, da Yasuda Marítima 23