Newslab 144
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Tabela1 - Classificação FAB de LMA, Imunofenotipagem, Cariótipo e Rearranjo Gênico.<br />
do paciente junto com o diagnóstico<br />
de possíveis mutações no DNA, porém,<br />
idosos normalmente apresentam<br />
estimativa da sobrevida diminuída.<br />
Com o propósito de padronizar risco<br />
em adultos, foi criado um protocolo<br />
baseado nos conhecimentos citogenéticos<br />
e moleculares onde os pacientes<br />
são classificados em grupos de risco<br />
como: favoráveis, intermediário 1, intermediário<br />
2 e desfavoráveis. Contudo,<br />
pacientes com idade acima de 60<br />
anos, independentemente dos resultados<br />
encontrados em exames, tem mau<br />
prognóstico (SAULTZ; GARZON, 2016).<br />
A LMA tem início na medula óssea,<br />
porém, na maioria dos casos, ela extravasa<br />
rapidamente para o sangue periférico,<br />
possivelmente podendo se espalhar<br />
por outras partes do corpo, incluindo<br />
nódulos linfáticos, fígado, baço e sistema<br />
nervoso central. A série branca apresenta<br />
leucocitose e neutropenia, aumentando<br />
o risco de infecções (especialmente da<br />
boca e da garganta), já a serie vermelha<br />
se caracteriza por anemia, causando<br />
palidez, cansaço, falta de ar e palpitações<br />
cardíacas. Assim como apresenta<br />
trombocitopenia, provocando maior<br />
tendência para esquimoses, hemorragia<br />
e úlceras do lábio e da boca (APLC, 2017).<br />
Alguns pacientes acometidos da<br />
Fonte: FIGUEIREDO et al., 2011.<br />
doença sofrem de dores nos ossos e<br />
articulações. A LMA também pode ocasionar<br />
aumento do fígado e baço, esse<br />
fato pode ser notado por um inchaço<br />
ou aumento da barriga e conseguem ser<br />
detectados apalpando a região. A doença<br />
muitas vezes ocorre de forma súbita,<br />
com um agravamento progressivo dos<br />
sintomas num período de uma ou duas<br />
semanas; com menor frequência, tais<br />
sintomas vão aparecendo gradualmente<br />
durante dois ou três meses (APLC, 2017).<br />
Pacientes recém diagnosticados são<br />
tratados com Terapia de Indução (TI)<br />
para atingir uma Resposta Completa<br />
(RC), definida como menos de 5% de<br />
blastos na medula óssea normocelular,<br />
ausência de leucemia extramedular,<br />
contagem de neutrófilos acima de 1.000/<br />
mm3, contagem de plaquetas acima de<br />
100.000/mm3. A doença pode persistir<br />
após uma RC e, inevitavelmente, voltará<br />
se o tratamento for descontinuado. Após<br />
resposta favorável à TI, é necessário iniciar<br />
a Terapia de Consolidação (TC) para<br />
erradicar qualquer resíduo de células leucêmicas<br />
que persistem após a indução.<br />
(DE KOUCHKOVSKY et al., 2016).<br />
De acordo com o INCA, a terapia de primeira<br />
linha indicada é o esquema LMA AD<br />
98, para pacientes recém diagnosticados.<br />
Para TI, Citarabina (10 mg/m2 IV nos dias<br />
1, 3 e 5) mais Idarubicina (100 mg/m2 IV<br />
D1 a D7 em infusão contínua por 7 dias).<br />
A TC é idêntica a de indução. Caso seja<br />
necessária intensificação, é recomendado<br />
Citarabina em altas doses (3000 mg/<br />
m2 nos dias 1, 2 e 3, em infusão de 3h<br />
de 12/12h), total de 6 doses, e mais 2<br />
ciclos de Idarubicina (10 mg/m2 IV nos<br />
dias 1, 2 e 3). Para pacientes com mais<br />
de 65 anos, é recomendado Citarabina<br />
1000 mg/m2 nos dias 1, 2 e 3, e infusão<br />
de 3 horas de 12/12h (total de 6 doses).<br />
Outra modalidade de tratamento bem<br />
consolidada é o transplante de medula<br />
óssea. Pacientes com idade inferior ou<br />
igual a 55 anos em primeira remissão,<br />
segunda remissão ou primeira recidiva,<br />
recomenda-se o Alogênico Aparentado.<br />
No caso de pacientes com idade inferior<br />
ou igual a 50 anos em segunda remissão<br />
ou primeira recidiva, é recomendado<br />
o Alogênico Não-Aparentado. Para<br />
Transplante Autogênico, procura-se<br />
pacientes com idade inferior a 60 anos<br />
e em segunda remissão (INCA, 2002).<br />
Pacientes idosos diagnosticados com<br />
LMA ainda tiveram protocolos de tratamento<br />
bem estabelecidos. Indivíduos<br />
com mais de 65 anos apresentam um<br />
maior perfil de risco citogenético, consequentemente,<br />
possuem menos chances<br />
de responder à quimioterapia. Mesmo<br />
com mau prognóstico para idosos,<br />
a TI aumenta a sobrevida dos pacientes<br />
quando comparada com cuidados de<br />
apoio e suportes paliativos (SAULTZ;<br />
GARZON, 2016).<br />
Durante o tratamento, tanto na TI e TC,<br />
exames laboratoriais são extremamente<br />
importantes para o acompanhamento do<br />
paciente. Após início da terapia, deve-se<br />
realizar perfil da coagulação/fibrinólise e<br />
função renal a cada 1-2 dias, de acordo<br />
com as alterações presentes ao diagnóstico.<br />
Um novo mielograma deve ser<br />
realizado no 15º dia da TI, para quantificar<br />
blastos. Se a contagem dos blastos<br />
for inferior a 5%, o tratamento pode ser<br />
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