Newslab 144
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artigo 2<br />
adiado até recuperação hematológica,<br />
tempo onde é recomendado controle semanal<br />
da medula óssea. Exames cardíacos,<br />
teste de função hepática e renal, deverão<br />
ser realizados antes de cada bloco<br />
da CT. Após o tratamento, é necessário<br />
realizar hemogramas completos mensais<br />
durante o primeiro ano fora da terapia<br />
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).<br />
Apresentação do caso<br />
Paciente do sexo masculino com 82<br />
anos diagnosticado com LMA. Prévio<br />
hemograma apresentou-se com série<br />
branca e vermelha normais e valor de<br />
plaquetas, não quantificadas, abaixo<br />
do valor de referência. Menos de 5<br />
meses após, foi realizado novo hemograma<br />
onde averiguou-se diminuição<br />
da série vermelha, anemia normocítica<br />
normocrômica com pecilocitose, policromatofilia<br />
e 5% de eritroblastos. A<br />
série branca apresentou leucocitose,<br />
com 3% de mielócitos, 2% de metamielócitos,<br />
2% de promielócitos, 40%<br />
de blastos, 6% de bastonetes, 17%<br />
de neutrófilos segmentados, 2,8% de<br />
eosinófilos, 0,1% de basófilos, 11%<br />
de monócitos e 16% de linfócitos. As<br />
plaquetas se apresentaram abaixo do<br />
valor de referência (17.000 p/mm3).<br />
O hemograma seguinte já apresentou<br />
a pancitopenia característica da LMA,<br />
série branca, vermelha e plaquetas com<br />
valor inferior a referência. A imunofenotipagem<br />
sugere diagnóstico de LMA M4.<br />
Discussão<br />
Idosos com LMA dispõem de uma<br />
menor ocorrência de alterações cromossômicas<br />
de baixo risco, com prognóstico<br />
mais favorável, t(8,21); mutação do cromossomo<br />
16, ou a t(15, 17) associado à<br />
leucemia de prómielocitos e uma maior<br />
existência de alterações cromossômicas<br />
de alto risco, com prognóstico mais<br />
desfavorável (incluindo mutações nos<br />
cromossomos 5, 7 ou 8) se comparado<br />
a adultos jovens com LMA (CAMELO, et<br />
al., 2014).<br />
No contexto da LMA, é necessário estipular<br />
o significado de um doente “idoso”.<br />
Apesar disso, não existe nenhum estudo<br />
que determine um limite de idade<br />
para classificar os pacientes como idosos<br />
ou não idosos. Na verdade, os estudos realizados<br />
definem limites de idades muito<br />
desiguais no que se refere à definição de<br />
um idoso (podendo variar entre 60 e 75<br />
anos). Deste modo, pode-se observar<br />
que a idade, não é o único fator que irá<br />
definir um idoso neste contexto, já que<br />
a faixa etária pode acarretar em um<br />
tratamento e prognóstico distintos. Por<br />
exemplo, um doente com 65 anos, com<br />
uma expectativa média de vida de 19<br />
anos, deverá ser submetido ao mesmo<br />
tratamento (intenso ou tênue) que um<br />
paciente com 85 anos com expectativa<br />
média de vida de cerca de 6 anos? Diante<br />
disto, é importante e necessário considerar<br />
outros fatores e avaliar o enfermo<br />
globalmente (CAMELO, et al., 2014).<br />
Conclusão<br />
As LMAs, clinicamente, referem-se<br />
a um conjunto de doenças distintas<br />
que se diferem por suas anormalidades<br />
genéticas, aspectos clínicos, evoluções<br />
patogênicas, prognósticos e respostas<br />
terapêuticas. A LMA do tipo M4 é uma<br />
das leucemias mais complexas quanto<br />
ao seu diagnóstico morfológico na microscopia.<br />
Por isso, o relato de caso é<br />
extremamente importante para auxiliar<br />
na identificação final.<br />
Indivíduos leucêmicos com mais de<br />
65 anos possuem mau prognóstico,<br />
logo, terão dificuldades em responder<br />
à quimioterapia. Não há informações<br />
sobre a conduta terapêutica utilizada<br />
para o paciente em questão, mas,<br />
AUTORES:<br />
NICOLE MARIELE SANTOS RÖHNELT;<br />
LUIZ GUILHERME HENDRISCHKY DOS SANTOS ARAGÃO;<br />
LUCAS DE OLIVEIRA CARVALHO; TAINARA MOREIRA;<br />
TÁSSIA BOMBARDIERI HOFFMANN; VANESSA RUTCHIELI<br />
FELIX BRAZ; RAQUEL EMMA RHEINHEIMER E<br />
FAIRUS DUARTE NASRALLA<br />
- UNIVERSIDADE FEEVALE<br />
mesmo com tratamento, os pacientes<br />
de risco evoluem ao óbito devido a<br />
hemorragias espontâneas e complicações<br />
secundárias.<br />
Referências<br />
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Revista NewsLab | Out/Nov 17