gestão laboratorial e profissional nada é permanente, exceto a mudança (Heráclito, 540 AC). O Brasil com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o excesso de advogados, criou uma cultura própria no que tange a gerar artificialmente litígios judiciais. Basta perder uma ação e, muitas vezes um laboratório perde anos de lucros, inclusive podendo ser conduzido irremediavelmente à falência. A saída: certificações, acreditações, gestão profissional, todas traduzem atitudes de ações preventivas contra as demandas judiciais. Porque afirmo isto? Simples. Um laboratório acreditado por terceira parte, prova que dispõem de um sistema da qualidade implantado, procedimentos operacionais padrão escritos e praticados, tudo evidenciado através de registros que atestam a execução e o controle dos processos, segundo os requisitos de determinadas normas de qualidade. Isto comprova aos juízes que julgam as causas, que o laboratório pode até ter errado (não é possível assegurar a infalibilidade), mas não por imprudência, imperícia ou negligência, como reconhecido pelas auditorias externas do sistema da qualidade. Este fato minimiza a possibilidade da culpa por parte do laboratório, aumentando consideravelmente as chances de não ser condenado, a não ser, é claro, nas causas dolosas. 9) Concorrência desleal e predatória. “Liquidação – Black Friday” de exames: a competição é inerente ao mundo dos negócios. A fronteira entre o leal e o desleal é muito tênue, nebulosa, as leis que tratam do assunto são de extrema dubiedade interpretativa, facilitando a exegese apressada. Portanto, seja vitorioso nesta disputa pelo mercado através da honestidade e da competência gerencial. A saída: competitividade pela gestão profissional. 10) Falta quase que absoluta de união dos laboratórios. Em outras palavras, excesso de capacidade de discórdia, de separação, de individualismo, de egoísmo, enfim, grande capacidade de desagregação da classe: a fábula da união fazendo a força é antiga e conhecida por todos, mas praticada por poucos, principalmente no mundo das análises clínicas. A concorrência deve ser pelo mercado, fora disto deveria haver união. União para comprar insumos de qualquer espécie, terceirizar exames, negociar equipamentos, negociar com sindicatos, etc. Não havendo isto, a saída: competitividade pela gestão profissional. 11) Ultimamente, os laboratórios de apoio têm sido citados como “concorrentes de porta”: hoje, devido a ampliação do menu dos exames oferecidos ao mercado, implicando em tecnologias avançadas e diversificadas, o processo da terceirização é irreversível. Nenhum laboratório tem capacidade de fazer todos os tipos de exames, seja por fatores técnicos ou econômicos. Vencida esta questão, a constatação colocada se resume no jargão popular de “Não dar comida para leão”, fortalecendo quem irá fazer concorrência de porta. Pois bem, a solução passa pela já debatida união, ou falta dela, seja para conseguir uma demanda elevada de exames ou para a operação de centrais regionais, ou individualmente terceirizando para quem só faça apoio, ou: competitividade pela gestão profissional. 5.- Conclusão A saída, como todos já perceberam, é pela gestão profissional. Atualmente a luta é por centavos, não existe mais espaço para amadorismos. O laboratório é uma alternativa de investimento, portanto, deve produzir lucro aos sócios, não só a satisfação da paixão pela profissão. Estamos fazendo a nossa parte na luta pela sobrevivência e lucratividade dos pequenos e médios laboratórios do Brasil. Apresentamos a seguir uma solução para os problemas (Constatações), cujo sistema já foi testado e aprovado por dezenas de laboratórios e, agora, foi disponibilizado sem custo de implantação e aquisição, operando via internet e aluguel de acesso, viabilizando seu uso pelos pequenos e médios laboratórios das mais longínquas regiões, socializando a gestão profissional no País. Trata-se do software intitulado Programa de Proficiência em Gestão Laboratorial – PPGL. O sistema do PPGL já foi implantado em aproximadamente uma centena de laboratórios clínicos, viabilizando, de forma confidencial, anônima, comparar o desempenho (mais de duzentos indicadores) dos participantes do programa. Isto possibilita identificar a existência de problemas, onde os resultados do seu laboratório forem piores que as médias dos participantes. O PPGL avalia a competitividade e o risco de insolvência de cada um dos laboratórios do programa, elabora o diagnóstico organizacional e propõe plano de ações corretivas e preventivas. Inicialmente, o alvo é o mercado composto pelos pequenos e médios laboratórios do País. O acesso é via aluguel, sem custo com implantação e os benefícios são grandes, portanto, valioso para os gestores laboratoriais, auxiliando cientificamente decisões de gestão. Trata-se de um algoritmo heurístico que agrega alto valor ao processo decisório, tendendo tornar competitivos os laboratórios que o implantam, reduzindo os riscos e incrementando a lucratividade. É um produto único, sem similar no mundo. Com este programa, não houve dúvida de gestão que não tenha sido respondida. Boa sorte e sucesso! *Humberto Façanha da Costa Filho Professor e engenheiro, atualmente é diretor da Unidos Consultoria e Treinamento e do Laboratório Unidos de Passo Fundo/RS, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas. 042 Revista NewsLab | Out/Nov 17
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