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DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

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16 Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />

ECONOMIA<br />

INE<br />

Novas encomendas na construção<br />

e obras públicas caem 6,5%<br />

As novas encomendas na construção e obras públicas apresentaram<br />

uma queda homóloga de 6,5% no quarto trimestre de 2009, avançou<br />

ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo a mesma fonte,<br />

“deve-se referir que o comportamento da taxa de variação homóloga<br />

está associado, em parte, a efeitos de base, particularmente<br />

significativo ao nível do segmento de Obras de Engenharia”. A variação<br />

trimestral situou-se em menos 21,8%.<br />

António Barreto, presidente da Fundação,<br />

Maria João Rosa, directora do projecto,<br />

e Alexandre Soares dos Santos, criador da Fundação.<br />

Olivier Blanchard diz que o aperto<br />

será “extremamente doloroso”.<br />

O retrato do país<br />

em poucos minutos<br />

A Pordata, uma nova base de dados, reúne todas<br />

as estatísticas oficiais e permite cruzar dados.<br />

Margarida Peixoto<br />

margarida.peixoto@economico.pt<br />

Em 1972, era Portugal governado<br />

por Marcelo Caetano, a esperança<br />

média de vida não ia além dos<br />

68 anos e meio e o Estado pouco<br />

gastava com a saúde dos cidadãos:<br />

0,2% do produto interno<br />

bruto. Em 2007, passados 35<br />

anos, a medicina permite esperar<br />

viver mais uma década e as despesas<br />

com saúde dispararam para<br />

5,6% do PIB. Este é apenas um<br />

exemplo de pesquisa que qualquer<br />

cibernauta pode fazer na<br />

Pordata-umabasededadoslançada<br />

ontem, que retrata Portugal<br />

em números (ver gráfico).<br />

“Os dados do Pordata são<br />

importantes para formar opinião<br />

livre”, disse António Barreto,<br />

presidente do conselho<br />

de administração da Fundação<br />

Francisco Manuel dos<br />

Santos, criadora da base de<br />

MAIS ANOS <strong>DE</strong> VIDA PRESSIONAM CONTAS DO ESTADO<br />

O aumento da esperança média de vida fez aumentar os gastos do<br />

Estado com a saúde. Uma boa notícia que pressiona as contas públicas.<br />

80<br />

77<br />

74<br />

71<br />

68<br />

65<br />

1972<br />

Esperança média de vida<br />

Fonte: Pordata Nota: Em 2005 existe uma quebra de série.<br />

Despesas de saúde em % do PIB<br />

2007<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

DR<br />

dados, no lançamento do projecto.<br />

O portal (www.pordata.pt) é<br />

de acesso público e gratuito e o<br />

objectivo é permitir que cada visitante<br />

pesquise de forma simples<br />

e intuitiva as estatísticas oficiais<br />

do país. A Pordata não cria<br />

novos dados, só reúne os que já<br />

existem – através de um protocolo<br />

com o Instituto Nacional de<br />

Estatística – e apresenta a informação<br />

de um modo mais simples<br />

e mais fácil de ser trabalhada.<br />

Logo na entrada do portal, um<br />

conjunto de números e contadores<br />

desperta a curiosidade dos<br />

visitantes: por exemplo, a despesa<br />

pública em educação e saúdenãopáradecresceratodaa<br />

velocidade, utilizando um algoritmo<br />

para simular uma actualização<br />

em tempo real.<br />

Mas através da pesquisa há<br />

muito mais: em poucos minutos,<br />

é possível saber, por exemplo, que<br />

em 1972 a taxa de poupança bruta<br />

das famílias foi a mais elevada<br />

(27,2% do rendimento disponível)<br />

até 2008. E que no mesmo<br />

ano os salários representavam em<br />

média 63,1% do rendimento disponível.<br />

Toda esta informação<br />

pode ser cruzada em gráficos,<br />

comparada através de índices de<br />

base 100, ou deflacionada sempre<br />

que for relevante. ■ B.P.<br />

FMI<br />

Aperto orçamental na Europa<br />

pode levar 20 anos a ser ultrapassado<br />

O economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier<br />

Blanchard, afirmou que o aperto orçamental na Europa será<br />

“extremamente doloroso” e poderá levar 20 anos até ser ultrapassado.<br />

Numa entrevista ontem divulgada pelo jornal italiano La Repubblica,<br />

Blanchard declarou que “a adaptação é mais fácil para os países que<br />

podem desvalorizar a sua moeda”, o que não acontecerá “nos países<br />

que não têm essa opção”.<br />

DOMINGUES <strong>DE</strong> AZEVEDO<br />

Presidente da Ordem<br />

dosTécnicosOficiaisdeContas<br />

Nova etapa<br />

No próximo dia 26 de Fevereiro<br />

termina, com a votação<br />

presencial, o primeiro acto<br />

eleitoral da Ordem dos Técnicos<br />

Oficiais de Contas.<br />

Com a escolha dos primeiros<br />

órgãos sociais da mais recente<br />

e maior Ordem portuguesa,<br />

os profissionais (mais<br />

de 75 mil inscritos) iniciam<br />

umanovaetapanasuaorganização<br />

profissional. Se aliada<br />

à implementação do Sistema<br />

de Normalização Contabilística<br />

(SNC) e às inúmeras<br />

oportunidades que tal propicia,<br />

pode dizer-se que estamosdiantedenovaeimportante<br />

era para a profissão de<br />

contabilista.<br />

Após o escrutínio das urnas,<br />

existirá, por quem dele<br />

sair vencedor, um conjunto<br />

enorme de questões a implementar<br />

com urgência. Falamos<br />

das alterações estatutárias,<br />

da implementação do<br />

SNC ou até dos desafios que se<br />

devem colocar à profissão.<br />

Embora as questões de índole<br />

externa sejam importantes<br />

para qualquer instituição,<br />

as questões internas, nas quais<br />

reside a expectativa e o futuro<br />

dos membros, têm uma importância<br />

fundamental, não<br />

podendo ser esquecidas por<br />

quem legitimamente conquiste<br />

a responsabilidade de gerir<br />

a profissão.<br />

Independentemente da leitura<br />

que cada um possa fazer<br />

da profissão de técnico oficial<br />

de contas e dos caminhos que<br />

ela deve trilhar, subsiste a ne-<br />

Sustentar a existência<br />

de uma actividade<br />

apenas no<br />

cumprimento das<br />

obrigações fiscais<br />

écavarofossoentre<br />

os profissionais e os<br />

empresários sem que<br />

se vislumbre<br />

qualquer vencedor.<br />

cessidade premente e urgente<br />

de se efectuar uma profunda<br />

análise sobre o seu futuro. Este<br />

tem que ser equacionado em<br />

moldes diferentes dos actuais.<br />

Ou seja, é necessário que caminhemos<br />

no sentido de converter<br />

profissionais de grande<br />

experiência e saber, em recursos<br />

humanos da maior utilidade<br />

para empresas e empresários.<br />

Sustentar a existência de<br />

uma actividade apenas no<br />

cumprimento das obrigações<br />

fiscais é cavar o fosso entre os<br />

profissionais e os empresários<br />

sem que se vislumbre qualquer<br />

vencedor. É necessário<br />

um novo caminho, profundo e<br />

estruturado, pois é disso que<br />

dependerá a sustentabilidade<br />

da profissão.<br />

Para se conseguir a reviravolta,<br />

são necessárias, em<br />

meu entender, duas condições:<br />

a vontade dos profissionais<br />

e a existência de dirigentes<br />

à altura das responsabilidades<br />

de equacionar e encontrar<br />

as respostas adequadas<br />

aos desafios.<br />

Onascimentoeodesenvolvimento<br />

de ideias de desresponsabilização<br />

no que aos actosdaprofissãorespeita,é<br />

apenas o princípio da impreparação<br />

para se avançar com<br />

novas metas e desafios.<br />

Existe quem, a coberto de<br />

maior comodidade, vá desenvolvendo<br />

teorias assentes na<br />

ideia de que os profissionais<br />

apenas devem cumprir com as<br />

obrigações tributárias dos sujeitos<br />

passivos, desresponsabilizando-se<br />

quer do seu conteúdo<br />

quer da sua extemporaneidade.<br />

Estes receios são próprios<br />

de quem não tem a coragem<br />

de criar algo de novo, de diferente,<br />

algo em que os TOC se<br />

revejam, algo que consolide as<br />

basesdaprofissãoeareforce<br />

cada vez mais importante na<br />

sociedade portuguesa.<br />

Estaéaprofissãodesejada<br />

pela maioria dos profissionais.<br />

È necessário, “apenas”, que<br />

os dirigentes eleitos no próximo<br />

dia 26 compreendam que a<br />

partir desse dia é imperioso<br />

construir um técnico oficial<br />

de contas novo. ■

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