DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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<strong>56</strong> Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />
ÚLTIMA HORA<br />
Comissão de Dados<br />
aceita identificar casais<br />
desempregados para<br />
lhes aumentar subsídio<br />
Esta obrigatoriedade é “excessiva” se<br />
apenas estiverem em causa fins estatísticos.<br />
A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) defende<br />
que os desempregados só devem divulgar o estado<br />
laboral do seu cônjuge se estiver em causa a majoração<br />
de prestações de desemprego. Caso aquela informação<br />
seja recolhida apenas para fins estatísticos, trata-se de<br />
uma obrigatoriedade “excessiva”, salienta a CNPD num<br />
parecer enviado esta semana à Assembleia da República.<br />
O parecer da CNPD surge no seguimento de um pedido<br />
feito pela comissão parlamentar do Trabalho, depois<br />
de o CDS ter apresentado um projecto de lei que<br />
exige que as bases de dados do Ministério do Trabalho<br />
(nomeadamente as do Instituto do Emprego e da Formação<br />
Profissional) também indiquem se o cônjuge do<br />
desempregado tem ou não emprego. Os democratascristãos<br />
justificam esta proposta com a necessidade de<br />
conhecer “números reais” que suportem novas medidas<br />
de protecção social.<br />
A CNPD diz que o projecto de lei deve<br />
ser alterado prevendo a recolha do<br />
novo dado “por parte do requerente<br />
das prestações de desemprego”.<br />
Tendo em conta apenas “fins estatísticos”, diz a<br />
CNPD, afigura-se “excessiva” a recolha do dado relativo<br />
ao estado laboral do cônjuge do desempregado,<br />
“sendo certo que a recolha anonimizada de dados é suficiente<br />
para aquele propósito”. Mas “esta reserva não<br />
se suscitaria se esta informação fosse usada para majoração<br />
das prestações de desemprego”, acrescenta a Comissão.<br />
Por isso mesmo, a entidade acrescenta que o<br />
projecto do CDS deve ser alterado de forma a prever a<br />
actualização daquela informação específica no caso “do<br />
requerente das prestações de desemprego”.<br />
O PCP também avançou com uma alteração ao projecto<br />
de lei dos democratas-cristãos, acrescentando<br />
que a informação “é confidencial e apenas pode ser<br />
usada para fins estatísticos e para majoração de prestações”.<br />
No entanto, a CNPD diz que esta imposição é<br />
“redundante”, já que o “dever de confidencialidade”<br />
já resulta da lei. ■ C.O.S.<br />
<strong>DE</strong>STAQUE<br />
Parlamento Europeu debate hoje<br />
situação na Ilha da Madeira<br />
O Parlamento Europeu vai hoje<br />
discutir, em plenário, a situação de<br />
calamidade vivida no arquipélago<br />
da Madeira, resultante do temporal<br />
que atingiu a região no sábado<br />
passado. Este debate é realizado a<br />
pedido do único eurodeputado da<br />
Região Autónoma da Madeira, o<br />
social-democrata Nuno Teixeira.<br />
Acompanhe no ‘site’ a discussão.<br />
Acompanhe ao minuto em<br />
www.economico.pt<br />
www.economico.pt<br />
Conheça no ‘site’ os resultados anuais da Brisa e da Sonae Indústria.<br />
MAIS LIDAS ONTEM<br />
● É oficial: Não há vítimas nos parques<br />
de estacionamento<br />
● Declarações de Sócrates foram<br />
“penosas e preocupantes”, diz PSD<br />
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● Colaboradores de Gordon Brown<br />
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inevitável<br />
Leia versão completa em<br />
www.economico.pt<br />
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As 5 mil PME que<br />
lideramemPortugal<br />
Sai amanhã, no Diário Económico, a edição de 2010<br />
da revista PME Líder. O secretário de Estado Adjunto,<br />
da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina,<br />
é um dos entrevistados na edição deste ano, que<br />
conta ainda com Luis Filipe Costa, do IAPMEI, Basílio<br />
Horta, do AICEP, ou Luís Patrão, do Turismo de<br />
Portugal. Descubra quais são os 10 países mais<br />
apetecíveis para as empresas portuguesas que<br />
querem internacionalizar-se, que opções de<br />
financiamento existem para o seu negócio e fique a<br />
conhecer os casos de sucesso entre de PME<br />
portuguesas no mundo.<br />
Leia ainda tudo o que sempre quis saber sobre a<br />
inovação nas PME em Portugal e saiba com que<br />
entidades pode contar nesta área.<br />
Tenha ainda acesso ao ranking exclusivo das 5 mil<br />
PME Líder elaborado pela Coface para o Diário<br />
Económico e fique a saber quem são as PME que<br />
lideram, por volume de negócios e por sector a que<br />
pertencem, em Portugal.<br />
Publicada pelo segundo ano consecutivo, este ano a<br />
revista aumentou, passando agora a ter mais de 200<br />
pá<strong>gina</strong>s, incrementadas em parte pelo número<br />
crescente de PME Líder, constantemente actualizável.<br />
Saiba mais amanhã, no Diário Económico.<br />
VOTAÇÕES<br />
Inquérito em curso<br />
A tragédia na Madeira acabou com<br />
conflito entre Sócrates e Jardim?<br />
Não<br />
65<br />
TOTAL <strong>DE</strong> VOTOS: 307<br />
Vote em<br />
www.economico.pt<br />
Sim<br />
35<br />
OPINIÃO<br />
Quem vai ficar<br />
no leme da Cimpor?<br />
Já se percebeu que não vale a pena lançar Ofertas Públicas<br />
de Aquisição (OPA) em Portugal, sobretudo se forem hostis.<br />
A OPA da Sonae sobre a PT e a oferta do BCP sobre o BPI<br />
morreram na praia. A OPA da CSN, que trouxe do Brasil uma<br />
nau com mais de quatro mil milhões de euros para comprar<br />
cimento, chegou à praia, mas ficou encalhada. Regressa ao<br />
Brasil, sem uma única acção da Cimpor a servir de lastro.<br />
Para construir casas, as grandes hidroeléctricas no Norte<br />
do Brasil e as obras necessárias para receber os Jogos<br />
Olímpicos e o Campeonato de Mundo de Futebol, a CSN, a<br />
maior empresa siderúrgica da América Latina, já tinha o<br />
aço, mas faltava-lhe o cimento. E como não se faz omeleta<br />
sem ovos, a empresa resolveu lançar uma OPA para comprar<br />
a Cimpor, que além de ser a maior empresa de cimentos<br />
portuguesa, é a terceira do mercado brasileiro. Com<br />
isto, conseguiria ganhar estaleca para concorrer com as gigantes<br />
brasileiras Votorantim, o grupo J. Santos e a Camargo<br />
Corrêa. Para chegar a bom porto, a CSN escolheu o mais<br />
justo dos mecanismos de mercado para controlar uma empresa:<br />
uma OPA. É pública, é dirigida a todos os accionistas<br />
e oferece a todos o mesmo preço. Quem quiser vender vende,<br />
quem não quiser não vende. O que a CSN não contava é<br />
que os seus amigos brasileiros lhe seguissem o rasto e dessem<br />
à costa portuguesa, também com uma proposta para<br />
entrar na Cimpor. Não trouxeram tantos reais, mas estavam<br />
dispostos a pagar mais a alguns accionistas.<br />
Primeiro foi a Camargo que fez uma proposta de fusão e<br />
que, muito bem, foi travada pela CMVM para não criar ruído<br />
na OPA da CSN e para que os investidores fossem todos<br />
tratados em pé de igualdade. Carlos Tavares exigiu à Camargo<br />
uma OPA concorrente ou que atirasse borda fora a<br />
sua proposta de fusão. Foi sol de pouca dura, já que quer a<br />
Camargo quer a Votorantim voltaram à carga, fazendo propostas<br />
de compra, dirigidas apenas a accionistas de referência.<br />
A Camargo adquiriu acções à Teixeira DuarteeàBipadosaeaVotorantimficoucomasacções<br />
da Lafarge e do<br />
Coronel Luís Silva e juntou-se à Caixa para criar um bloco<br />
accionista que pudesse ombrear com a Camargo. Frustraram<br />
assim a OPA, alijando borda fora as acções, esvaziando<br />
a tentativa da CSN de comprar a Cimpor. A CSN, já em desespero,<br />
ainda subiu a contrapartida e baixou a condição de<br />
sucesso, de 50% mais uma acção para um terço do capital,<br />
mas o destino já estava traçado. A Cimpor vai mesmo parar<br />
a mãos de brasileiras, mas não da CSN. E há quem diga, no<br />
Brasil, que a Camargo e Votorantim até podem ter realizado<br />
um movimento defensivo, para garantir que um novo concorrente<br />
não lhes reduzisse os preços e as margens. Mas<br />
isso cabe às autoridades de concorrência decidir.<br />
A questão que se coloca agora é: quem vai ficar ao leme<br />
da Cimpor? Depois da disputa entre Fino e Teixeira Duarte,<br />
será que agora vamos ter uma batalha naval, com sotaque,<br />
entreaCamargoeaVotorantim?ACimpornãoaguenta,<br />
pode naufragar. José Edison, CEO da Camargo Cimentos, já<br />
disse que preferia que a Votorantim saísse. A Caixa, aliada da<br />
Votorantim, atira o assunto para a AG. Quem já ganhou é<br />
Manuel Fino e o BCP, que têm cada um 10%. São eles que<br />
podemdecidirquemvaiseronovocomandantedaCimpor<br />
e isso deve custar mais do que 6,50 euros por acção. ■<br />
PUB<br />
Pedro Sousa Carvalho<br />
Subdirector<br />
pedro.carvalho@economico.pt