DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

APS apoia vítimas da Madeira
A Associação Portuguesa de Seguradores está a acompanhar a situação
dos sinistrados da Madeira, tendo criado no seu site uma área dedicada ao
tema. Aí, as vítimas podem encontrar os contactos específicos que as
várias seguradoras disponibilizaram, para que as vítimas que tenham
seguro tenham um atendimento próprio e mais rápido. A associação,
liderada por Seixas Vale (na foto), criou também um mecanismo para
proteger os segurados que tenham perdido o seu comprovativo de seguro.
AGENDA DO DIA
● IGCP realiza leilão de obrigações
do Tesouro, com maturidade de cinco
anos e montante indicativo de mil
milhões de euros
para salvar o BPP”
vontade política não é possível salvar o Banco Privado.
presidente da Privado Holding
volta a defender que os custos
para o Estado serão muito superiores
em caso de falência: “acredito
sempre que os argumentos
da racionalidade económica sejam
capazes de se impor aos outros,
incluindo os políticos”.
O plano para o BPP da Privado
Holding passa pela conversão do
empréstimo de 450 milhões de
euros concedido por seis bancos
nacionais e garantido pelo Estado
em empréstimos obrigacionista.
A proposta prevê ainda uma injecção
de capital de 50 milhões de
euros por parte do grupo Orey e
pela entrada de novos accionistas.
Possíveis acções em tribunal
Caso se confirme o fim do BPP, os
seus accionistas deverão partir
para tribunal. “Se o assunto for levado
ao extremo, há um conjunto
de responsabilidades que não deixaremos
de imputar. Responsabilidades
com alguma gravidade,
por parte de um conjunto de entidades”,
reclama Vaz Guedes.
A Privado Holding tem defendido
que a criação do fundo para
os clientes de retorno absoluto
coloca problemas legais já que a
intervenção do Banco de Portugal
e nomeação de uma administração
tinha por objectivo procurar
uma solução para o banco e
não apenas para alguns clientes.
Por outro lado, o grupo tem lembrado
que as garantias prestadas
pelo Estado ao empréstimo de
450 milhões concedido por um
sindicato de bancos significa, em
caso de falência do BPP, a discriminação
de credores. O Governo
renovou, a 7 de Dezembro, o aval
do Estado ao empréstimo, por
um prazo máximo de seis meses.
O Banco Privado Português
foi criado em 1996 por João
Rendeiro, tendo a sua actividade
sido sempre assente, sobretudo,
no negócio da gestão de
património. ■
Paula Nuñez
ESTRUTURA ACCIONISTA
A Privado Holding, com vários
accionistas, detém 100% do BPP.
Accionista %
Joma Advisers (João Rendeiro) 13,57%
Francisco Pinto Balsemão 6,45%
Saviotti SGPS 6,33%
Alfa Europa 5,43%
Bascol 3,48%
Sofip (Família Vaz Guedes) 2,98%
Partners Equity Trust 2,49%
Outros accionistas
Fonte: Relatório e Contas da Privado Holding.
59,27%
Quarta-feira 24 Fevereiro 2010 Diário Económico 39
Finanças
distanciam-se de
queixas de clientes
Clientes do BPP contestam
passivo do fundo.
Maria Ana Barroso
maria.barroso@economico.pt
O Ministério das Finanças garante
que a composição do fundo
especial de investimento
que vai gerir os activos e passivos
dos clientes de retorno absoluto
do Banco Privado Português
(BPP) compete exclusivamente
à sociedade gestora.
Contactado pelo Diário Económico,
o ministério de Teixeira
dos Santos explica que “a composição
do património do fundo
é uma decisão da entidade
gestora que o Estado respeita,
não comentando, por isso, cenários
hipotéticos”.
Os clientes do banco têm
criticado o facto de o fundo se
preparar para incluir cerca de
105 milhões de euros de passivo
devido ao banco, a juntar aos
772 milhões de activos. Uma
contabilização que, defendem
estes, penalizará a capacidade
do fundo de pagar aos seus
subscritores nos seus quatro
anos de maturidade. E que contrasta
com os 208 milhões de
euros que o BPP deve aos clientes
que não entrarão no fundo.
O Fundo de Garantia de Depósitos
(FGD) entendeu não considerar
depósitos as correcções
feitas pela actual administração
por dinheiro indevidamente retirado
aos clientes no passado.
Face à ausência de capacidade
do BPP para pagar, a administração
do banco tentou que fosse
o FGD a fazê-lo. Desta forma,
e caso o banco não seja recuperado,
os clientes terão de
tentar obter os 208 milhões
junto da massa falida.
Já os clientes queriam que
fosse feito um encontro de contas.
A associação Privado Clientes
diz ter recebido do Governo
a indicação, na semana passada,
de que recusava essa hipótese.
No entanto, o Ministério das Finanças
garante que não lhe chegou
“qualquer proposta de
substituição de activos”.
Por outro lado, a mesma entidade
contesta que a inclusão
de 105 milhões de euros de
passivo ponha em causa a performance
do fundo. “O nosso
principal objectivo é resolver o
problema dos clientes e a solução
que apresentamos, assente
em estimativas adequadas, garante
integralmente três quar-
tos dos clientes”, diz o ministério.
“Percebemos, contudo,
que a decisão cabe aos próprios
e que só estes a podem tomar”,
conclui.
Os clientes pretendem avançar
para Tribunal, com o objectivo
de reclamar junto do FGD -
presidido por um elemento das
Finanças - o reconhecimento
dos 208 milhões de euros como
depósitos. O período de oferta
do fundo especial de investimentoterminaa4deMarço.
BPP disponibiliza documento
explicativo aos clientes
A administração do banco enviou
na última sexta-feira um
documento de perguntas e repostas
sobre o fundo. Neste dossier,
está informação sobre o
fundo, as consequências para
quem adere e para quem não o
fizer, o impacto da criação do
fundo para o próprio BPP e as
garantias que serão prestadas
pelo Estado. O documento pode
ser consultado, na íntegra, em
www.economico.pt. ■
“
A solução que
apresentamos,
assente em
estimativas
adequadas, garante
integralmente três
quartos dos clientes.”
Fonte oficial das Finanças