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DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

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4 Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />

A NÃO PER<strong>DE</strong>R<br />

24.02.10<br />

■ Pordata, a nova base de dados lançada<br />

ontem, reúne todas as estatísticas oficiais<br />

e permite cruzar dados em minutos. O<br />

portal (www.pordata.pt) é de acesso<br />

gratuito e foi criado pela Fundação FMS,<br />

presidida por António Barreto. ➥ P16<br />

■ PSD quer novas regras na escolha do<br />

governador do Banco de Portugal, que<br />

actualmente é nomeado pelo conselho de<br />

ministros por proposta do ministro das<br />

Finanças. Pedro Passos Coelho defende<br />

que a escolha caiba ao parlamento. ➥ P18<br />

■ França tem reservas de combustível<br />

para apenas dez dias. As greves retiram<br />

autonomia energética ao país, numa altura<br />

em que Sarkozy é reprovado por 63% dos<br />

franceses e em que o Governo prepara<br />

fortes reduções da despesa pública. ➥ P26<br />

■ Vendas de carros usados vai estagnar<br />

este ano. Em 2009 foram vendidos<br />

514.800 automóveis usados, menos 12,4%<br />

do que em 2008. E segundo a ACAP, em<br />

2010 deverá manter-se a estagnação deste<br />

segmento de negócio. ➥ P33<br />

■ Privatização da ANA demora entre<br />

onze meses e um ano a preparar, segundo<br />

a proposta da Naer. O projecto prevê uma<br />

fase de pré-qualificação e uma fase em<br />

que cada um dos privados faz o seu<br />

projecto do novo aeroporto. ➥ P36<br />

■ Benfica eliminou ontem o Hertha com<br />

quatro golos de Aimar (24’), Cardozo (47’ e<br />

60’) e Garcia (59’). Marselha deverá ser o<br />

adversário nos oitavos de final. O Benfica<br />

já amealhou mais de dois milhões de euros<br />

com a campanha na Liga Europa. ➥ P50<br />

■ Amado ou odiado: assim tem sido com<br />

José Mourinho, alvo de ameaças de morte<br />

edeplanosdeassaltoesequestropor<br />

parte da máfia macedónia. Conheça a vida<br />

agitada do “special one” que hoje se<br />

reencontra com o Chelsea. ➥ P48/49<br />

■ O melhor ‘motard’ português no Dakar,<br />

Helder Rodrigues, 4º. lugar no último rali,<br />

ambiciona voos mais altos. “Mas – diz –<br />

para ter a hipótese de ganhar é precisa<br />

uma verba anual que me permita fazer o<br />

Mundial e preparar o Dakar.” ➥ P51<br />

■ BlackBerry é a sétima marca mais<br />

‘cool’ do mundo. Com mais de 500<br />

parceiros de distribuição, a marca da RIM<br />

chega a 170 países, tendo 32 milhões de<br />

contas de assinantes globais BlackBerry.<br />

Mais de 50% são não empresariais. ➥ P53<br />

SOCIEDA<strong>DE</strong> ABERTA<br />

Vitor da Conceição Gonçalves<br />

Professor catedrático do ISEG<br />

Vice-reitor da UTL<br />

Competitividade e PEC<br />

Um estudo publicado muito recentemente, pela PWC,<br />

sobre actuações estratégicas de empresas, a nível<br />

mundial, relata algumas conclusões interessantes.<br />

Quando se pergunta aos presidentes das empresas<br />

que actividades de reestruturação levaram a cabo o<br />

ano passado e quais as que planeiam iniciar em 2010,<br />

a ênfase na eficiência tem predominância nas respostas,<br />

pois 69% dos CEO planeiam iniciativas de redução<br />

de custos. Quando se questiona sobre os planos<br />

de investimento para os próximos três anos, 78%<br />

dos responsáveis referem iniciativas para realizar<br />

eficiências de custos. Investimentos em desenvolvimento<br />

de talentos, em pesquisa e desenvolvimento,<br />

em desenvolvimento de novos produtos, em infraestruturas<br />

tecnológicas, vêm a seguir nas opções<br />

a implementar.<br />

A questão crítica para qualquer empresa,<br />

eparaqualquerpaís,éfazer<br />

o melhor uso dos seus recursos.<br />

É evidente nas respostas que para a maioria dos<br />

presidentes das empresas, o ambiente de crise<br />

económica continua. A luta pela sobrevivência é uma<br />

prioridade.Eagestãodoriscoéumaactividadea<br />

receber muito maior atenção, com ênfase no risco<br />

estratégico.<br />

Mas as empresas também continuam atentas<br />

às oportunidades emergentes. Assim, parece haver<br />

o entendimento que o fortalecimento da empresa<br />

com ganhos de eficiência não pode pôr em causa as<br />

actuações dirigidas à manutenção ou melhoria da sua<br />

competitividade.<br />

Os resultados do estudo referido são interessantes,<br />

também, porque fazem-nos lembrar um aspecto que<br />

em momentos de crise e aflição não deve ser esquecido:<br />

a questão crítica para qualquer empresa, e para<br />

qualquer país, é fazer o melhor uso dos seus recursos.<br />

Umaempresasósobreviveráeseráprósperasefor<br />

eficiente e eficaz. Um país será competitivo se conseguir<br />

vender os seus produtos nos mercados internacionais<br />

e melhoram o nível de vida dos seus cidadãos.<br />

O Programa de Estabilidade e Crescimento para<br />

2010-2013 que o governo português prepara deverá<br />

conjugar este desafio: definir claramente quais as<br />

áreas onde obrigatoriamente deverão existir reduções<br />

de custos e ganhos de eficiência e quais as actividades<br />

onde se investirá, para ajudar à melhoria da<br />

competitividade da economia portuguesa, até 2013.<br />

Alguns analistas têm referido que o OE para 2010<br />

foi mais uma “ oportunidade perdida”. É fundamental<br />

que o PEC seja uma oportunidade conquistada.<br />

Como o próprio nome do programa evidencia, é<br />

necessário actuar nos vectores estabilidade e crescimento.<br />

O crescimento não acontecerá apenas por<br />

existir estabilidade; é uma condição necessária mas<br />

não suficiente. O PEC que necessitamos deverá não<br />

“apenas” arrumar a casa mas também preparar<br />

a casa portuguesa. ■<br />

AFRASE<br />

“Alberto João Jardim está<br />

a imprimir uma dinâmica<br />

positiva e de confiança”<br />

Fernando Gabriel<br />

Investigador universitário<br />

—Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros<br />

O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros, em<br />

entrevista, lamenta a tragédia que atingiu os madeirenses<br />

e elogia a resposta “dinâmica” e “positiva” do presidente<br />

do Governo da Região Autónoma. ➥ P23<br />

Uma ideia de história<br />

O que poderá tornar uma série televisiva num objecto de<br />

controvérsia sem sequer terem começado as filmagens? A resposta<br />

concisa é: JFK. Assim que se soube que Joel Surnow, o<br />

criador a série televisiva “24”, tencionava filmar uma minisérie<br />

sobre a vida de John F. Kennedy, imediatamente algumas<br />

consciências vigilantes se auto-proclamaram guardiães da<br />

verdade histórica e acusaram os produtores da série de “revisionismo”.<br />

Há até uma petição online com o democraticíssimo<br />

propósito de impedir o History Channel de exibir a heresia.<br />

Ignorando o absurdo de tomar a generalidade dos conteúdos<br />

do History Channel por historiografia, pelo alarme causado supus<br />

que a série se propunha investigar os recantos obscuros da<br />

presidência Kennedy, a começar pelas suspeitas de fraude eleitoral<br />

em estados decisivos, como o Illinois (numa secção de voto<br />

em Chicago com apenas 22 eleitores, JFK conseguiu o notável<br />

resultado de 74 votos) ou o Texas, onde vários juízes eleitorais<br />

anularam mais de 40% dos votos, com justificações idênticas às<br />

invocadas na Florida em 2000. Ou talvez os autores da série<br />

pretendessem abordar as alegações feitas, entre outros, por<br />

Benjamin C. Bradlee e Victor Lasky, de que o escândalo de<br />

Watergate teve um precedente com John e Robert Kennedy:<br />

terão ordenado escutas ilegais a jornalistas e a diversas individualidades,<br />

incluindo Martin Luther King, e utilizado<br />

os serviços de auditoria fiscal para aceder a declarações de<br />

rendimentos de opositores políticos.<br />

Há formas mais subtis de empobrecimento<br />

civilizacional do que a incapacidade<br />

de acumulação de riqueza.<br />

Puro engano. Os preventivamente indignados alegam<br />

que o produtor pretende transpor a sublime porta que separa<br />

a liberdade da licenciosidade na descrição da vida sexual<br />

de Kennedy e acrescentam umas minudências avulsas não<br />

conformes à história “tal como aconteceu”. Isto parecelhes<br />

suficiente para exigirem ao History Channel que não<br />

exiba a série. É o mesmo canal que exibiu recentemente<br />

“The People Speak”, uma adaptação da narrativa marxista<br />

da história americana escrita por Howard Zinn. Não houve<br />

notícia de abaixo-assinados e ninguém tentou impedir a<br />

exibição. Ou a patrulha estava distraída, ou não vê inconveniente<br />

em confundir propaganda com historiografia,<br />

desde que promova a sua agenda ideológica.<br />

A acusação de “revisionismo” é um pretexto frequente para<br />

legitimar a tutela política da história. Recentemente, o presidenterussoeoprimeiro-ministroisraelitapronunciaram-se<br />

contra os “abusos de reinterpretação” da história da II Guerra<br />

Mundial. Aos russos desagrada a nova historiografia crítica<br />

proveniente dos países de leste que ocuparam e governaram<br />

por proxies ditatoriais; aos israelitas interessa preservar o<br />

monopólio do horror associado ao Holocausto. Sucede que<br />

toda a história é reinterpretação crítica, sempre em busca de<br />

uma maior coerência: a convicção de que existe um passado<br />

objectivo cuja “recuperação” é possível e compete ao historiador<br />

é um erro neo-positivista, que possibilita a subordinação<br />

da história às conveniências políticas. Aceitar que, em nome<br />

da “autenticidade” interpretativa, se silencie a voz crítica<br />

da história, é aceitar uma forma subtil mas essencial de<br />

empobrecimento civilizacional. ■<br />

O NÚMERO<br />

24,5 mil milhões<br />

O endividamento do Sector<br />

Empresarial do Estado<br />

ultrapassou os 24,5 mil milhões<br />

de euros nos primeiros nove<br />

meses do ano passado. Estradas<br />

de Portugal, Refer, Metro do<br />

Porto e Parpública foram as<br />

empresas que mais contribuíram<br />

para aquele aumento, com 3,7 mil<br />

milhões de euros. ➥ P30/31

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