DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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II IMOBILIÁRIO | Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />
TEMA <strong>DE</strong> CAPA | MERCADO DOS ESCRITÓRIOS ANIMA<br />
Recuperação no mercado<br />
de escritórios de Lisboa<br />
já começou<br />
O volume de área contratada em Janeiro de 2010 foi quase o dobro da de Janeiro de<br />
2009, revela uma análise da Aguirre Newman.<br />
ANA BAPTISTA<br />
ana.baptista@economicasgps.com<br />
De todos os segmentos do mercado imobiliário, o do<br />
escritórios foi o mais afectado durante o ano passado,<br />
com o volume de transacções e as rendas a cair para<br />
valores de 2003 em todo o mundo. Contudo, o início do<br />
ano novo parece ter trazido boas notícias e a retoma<br />
pode até vir a ser mais rápida do que o que se pensava.<br />
De acordo com a análise da Aguirre Newman, em Janeiro<br />
de 2010, em Lisboa, arrendou-se quase o dobro<br />
da área de Janeiro de 2009, apontando para um maior<br />
dinamismo do mercado. Segundo os dados desta consultora,<br />
no início deste ano contratualizaram-se 4.316<br />
metros quadrados de área de escritórios contra os 2.387<br />
metros quadrados arrendados em Janeiro de 2009.<br />
“Este não é um caso pontual. É o resultado do que se<br />
está a passar desde o segundo semestre do ano passado,<br />
que já foi melhor que o primeiro, tendo-se colocado<br />
60% do total da área arrendada em 2009”, disse ao<br />
Diário Económico, Paulo Silva, director-geral da<br />
Aguirre Newman em Portugal. Para este responsável,<br />
“existe uma maior motivação por parte das empresas<br />
paraamudançadeescritório,umasituaçãoqueenvolve<br />
determinados custos” e que até aqui tinha sido adiado<br />
devido à crise e ao consequente corte de custos.<br />
“Temos indicadores de que 2010 será<br />
muito melhor que em 2009. Estamos<br />
a assistir a um aumento da procura<br />
e não me surpreenderia nada que o primeiro<br />
semestre de 2010 fechasse 20 a 30% acima<br />
das transacções do primeiro semestre<br />
de 2009”, disse Paulo Silva, director-geral<br />
da Aguirre Newman.<br />
Em simultâneo, João Vargas, responsável de escritórios<br />
da Abacus Savillis em Lisboa, disse ao Diário Económico<br />
que “existem interessantes procuras de espaço que<br />
transmitem sinais de optimismo. Além da esperada<br />
melhoria da conjuntura económica internacional, que<br />
poderá também contribuir para que, até ao final de<br />
2010, o mercado de escritórios apresente resultados<br />
mais favoráveis que em 2009”. Paulo Silva partilha<br />
desta opinião. Segundo o responsável da Aguirre<br />
Newman notou-se, no ínicio deste ano, uma procura<br />
superior à de Janeiro de 2009, sendo as localizações<br />
mais procuradas a zona do Prime Central Business District,<br />
ou seja, Avenida da Liberdade, e o Corredor Oeste,<br />
por exemplo Cascais ou Torres Vedras.<br />
“O Corredor Oeste é, aliás, a zona com maior dinâmica<br />
porque é onde estão os preços mais baixos [cerca de<br />
13 euros/mês/m2)”, disse. Inclusive, foi nesta zona<br />
que se efectuou o maior número de transacções e o<br />
maior volume de área contratada do mês de Janeiro<br />
(ver gráficos). No que respeita ao tipo de procura, Paulo<br />
Silva salienta que tem havido uma maior procura<br />
por áreas mais pequenas, mas apenas porque a oferta<br />
assim permite. “Neste momento não existe oferta de,<br />
por exemplo, uma área total de quatro mil metros<br />
quadrados”, disse.<br />
Já o valor das rendas mantém-se inalterado - no total<br />
das zonas, entre os 12 e os 18 euros por metro quadrado<br />
-, apresentando apenas uma ligeira descida na zona<br />
prime, onde as rendas são mais altas. Aqui, os preços<br />
desceram dos 21 euros/metro quadrado/mês para os 19<br />
euros, logo em 2009, consequência de uma reduzida<br />
procura. “Esta redução não é no entanto tão acentuada<br />
quanto se poderia esperar, optando os proprietários<br />
por fazer um esforço por manter os níveis de renda o<br />
mais estáveis possível, preferindo oferecer outro tipo<br />
de contrapartidas negociais”, explicou João Vargas. É<br />
o caso das cedências ao nível dos condomínios, parques<br />
de estacionamento ou despesas comuns.<br />
LISBOA É 40ª CIDA<strong>DE</strong> COM AS RENDAS MAIS CARAS<br />
O facto das rendas continuarem inalteradas neste início<br />
de ano levou a que, segundo o estudo “Office Space<br />
Across the World 2010”, divulgado ontem pela consultora<br />
imobiliária Cushman & Wakefield, Lisboa se mantenha<br />
na 40ª posição no ‘ranking’ das 63 localizações de<br />
escritórios mais caras do mundo. Na capital, as rendas<br />
estão a atingir os 339 euros anuais por metro quadrado,<br />
o mesmo valor praticado em Bucareste e em Telavive.<br />
A cidade com as rendas mais caras de escritórios mais<br />
caras do mundo é agora Tóquio, que destronou Hong<br />
KongeLondres.Deacordocomomesmoestudo,uma<br />
renda naquela cidade japonesa custa agora 1.441 euros<br />
anuais por metro quadrado, mais que os 1.220 euros<br />
pedidos agora em Londres e que os 1.207 pedidos em<br />
Hong Kong.<br />
Hong Kong caiu assim da primeira para a terceira posição<br />
e Tóquio subiu do segundo para primeiro lugar,<br />
deixando Londres - que em 2008 encabeçava a lista e<br />
em 2009 estava em terceiro - em segundo lugar. Uma<br />
situação que se deve à quebra generalizada do mercado<br />
de escritórios durante o ano passado, em que o<br />
valor das rendas caiu para níveis de 2003. Aliás, a<br />
consultora explica que foi em cidades como Singapura,<br />
Hong Kong ou Tóquio que se registaram as maiores<br />
quebras nas rendas ‘prime’, respectivamente de<br />
45%, 35% e 21%. O Dubai, Mumbai e Nova Iorque<br />
ocupam, respectivamente, a quarta, quinta e sexta<br />
posição, sendo que todas elas subiram um ou dois lugares<br />
neste ranking. ■<br />
CIDA<strong>DE</strong>S COM OS ESCRITÓRIOS MAIS CAROS DO MUNDO<br />
Em Janeiro de 2010<br />
Posição Posição País Cidade Rendas<br />
em 2010 em 2009 (euros/m2/mês)<br />
1 2 Japão Tóquio 1.441<br />
2 3 Reino Unido Londres 1.220<br />
3 1 China Hong Kong 1.207<br />
4 5 Emirados Árabes Dubai 899<br />
5 6 Índia Bombaim 809<br />
6 8 EUA Nova Iorque 786<br />
7 4 Rússia Moscovo 768<br />
8 7 França Paris 765<br />
9 10 Itália Milão 667<br />
10 11 Suiça Zurique 660<br />
40 40 Portugal Lisboa 339<br />
Fonte: Cushman &Wakefield<br />
ÁREA CONTRATADA<br />
Janeiro de 2009/Janeiro 2010<br />
Janeiro de 2009<br />
ÁREA CONTRATADA POR ZONA<br />
Janeiro de 2009/Janeiro 2010<br />
Jan-09<br />
426<br />
2.387 m2<br />
Fonte: Aguirre Newman<br />
1.490<br />
1<br />
2<br />
3<br />
Fonte: Aguirre Newman<br />
Jan-10<br />
4<br />
Janeiro de 2010<br />
192<br />
4.316 m2<br />
5<br />
1.769<br />
2.826<br />
ZONAS <strong>DE</strong> ESCRITÓRIOS<br />
Em Lisboa<br />
6<br />
(m2)<br />
(m2)<br />
zonas localização<br />
1 Prime Central Business District<br />
Av. Liberdade, Saldanha<br />
2 Central Business District<br />
Av. República, Amoreiras<br />
3 Avenidas Novas, Praça<br />
Espanha, 2ª circular (Colombo)<br />
4 Almirante Reis e zona histórica<br />
5 Parque das Nações<br />
6 Corredor Oeste<br />
Miraflores, Oeiras, Carnaxide<br />
7 Outras<br />
Fonte: Worx