DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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34 Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />
EMPRESAS<br />
TECNOLOGIAS<br />
Prazo para apresentar propostas dos novos<br />
Magalhães adiado até dia 9 de Março<br />
O Ministério da Educação prorrogou até 9 de Março o prazo para<br />
entrega de propostas no concurso público internacional para<br />
fornecimento de 250 mil novos computadores portáteis do programa<br />
e-escolinhas. A JP Sá Couto (que forneceu os 400 mil Magalhães da<br />
primeirafasedoconcurso),Acer,HP,AsuseaDelljámanifestaram<br />
abertamente vontade em participar. A Toshiba acabou por recuar,<br />
por considerar insuficiente o investimento previsto pelo Executivo.<br />
O negócio de venda de 2,7%<br />
da EDP, empresa liderada por<br />
António Mexia, está avaliado<br />
em 298 milhões de euros,<br />
68 milhões foram mais-valias.<br />
Ana Maria Gonçalves<br />
e Ana Baptista<br />
ana.goncalves@economico.pt<br />
Os rumores que há muito circulavam<br />
no mercado concretizaramse.<br />
A Iberdrola, maior accionista<br />
privadodaEDP,vendeu2,71%do<br />
capital do grupo português, reduzindo<br />
a sua participação para<br />
6,79%. Um acto que a Iberdrola<br />
promete ser isolado, pelo menos<br />
até ao final do ano. “Não temos<br />
intenção de vender mais nenhuma<br />
participação adicional na EDP<br />
durante 2010. Consideramos esta<br />
posição confortável”, refere fonte<br />
oficial da eléctrica espanhola em<br />
declarações ao Diário Económico.<br />
Apesar de Sanchez Galán, presidente<br />
da eléctrica espanhola, ter<br />
reafirmado no final de Janeiro do<br />
ano passado que a EDP era um activo<br />
que se encontrava “no congelador”,<br />
menos de seis meses depois<br />
eram dados os primeiros sinais<br />
ao mercado de que estava em<br />
curso uma mudança de planos.<br />
A imprensa do país vizinho deu<br />
entãocontadequeos9,5%quea<br />
Iberdrola mantinha na EDP pode-<br />
Os trabalhadores consideram que estão<br />
a sofrer “assédios” pela empresa.<br />
riam em breve mudar de mãos.<br />
Decisão justificada com necessidades<br />
de liquidez urgentes, sendo<br />
a venda da posição na EDP – uma<br />
participação assumidamente financeira<br />
– uma forma de encaixar,<br />
à data, cerca de mil milhões<br />
de euros, a preços de mercado.<br />
Esta informação nunca seria<br />
desmentidapelaIberdrolaeofacto<br />
é que ela coincide com a alienação<br />
das primeiras acções da EDP.<br />
“Vendemos [os 2,71%] de forma<br />
faseada desde Maio de 2009 para<br />
não afectar os accionistas minoritários,<br />
nem a cotação da empresa”,<br />
referiu a mesma fonte.<br />
O negócio, agora anunciado,<br />
na véspera da apresentação dos<br />
seus resultados de 2009, está avaliado<br />
em 298 milhões euros, tendo<br />
sido realizado ao preço médio<br />
de 3 euros por título, o que rendeu<br />
à Iberdrola mais-valias brutas de<br />
cerca de 68 milhões de euros.<br />
Adecisãoéenquadradanopacote<br />
de desinvestimentos do plano<br />
estratégico da Iberdrola para<br />
2008-2010, cujo objectivo é<br />
manter a força financeira do grupo,<br />
optimizar a sua estrutura de<br />
HOTELARIA<br />
Trabalhadores da Pousadas de Portugal<br />
admitem greve na Páscoa como protesto<br />
Iberdrola ganha 68 milhões<br />
com redução da posição na EDP<br />
A eléctrica espanhola garante que não vende mais nenhuma tranche<br />
até ao final do ano. Os direitos de votos na EDP estão blindados a 5%.<br />
OS ACCIONISTAS DA EDP<br />
Apesar da venda de 2,71%, a<br />
Iberdrola, que até agora detinha<br />
uma posição de 9,5%, continua<br />
a ser o maior accionista privado.<br />
Outros<br />
53,82%<br />
BlackRock<br />
3,83%<br />
Fonte: EDP<br />
Parpública<br />
20,49%<br />
Iberdrola<br />
6,79%<br />
CGD<br />
5,24%<br />
Caja de<br />
Ahorros<br />
de Asturias<br />
José 5,01%<br />
de Mello<br />
4,82%<br />
Os trabalhadores das Pousadas de Portugal, exploradas pelo grupo<br />
Pestana, admitiram convocar greves na altura da Páscoa em protesto pelo<br />
“assédio” que dizem estar a sofrer com as “transferências forçadas” entre<br />
as várias unidades da rede. Vamos marcar plenários e decidir formas de<br />
luta para a altura da Páscoa, eventualmente greves”, afirmou ontem<br />
Francisco Figueiredo, do Sindicato da Hotelaria e Turismo, uma vez que o<br />
grupo só vai dar aumentos a quem ganha menos de 500 euros.<br />
Paula Nunes<br />
capital e assegurar o ritmo de investimento<br />
comprometido com<br />
os mercados.<br />
A operação de alienação da EDP<br />
vem juntar-se à recente venda da<br />
Petroceltic; dos activos de armazenamento<br />
de gás de Seneca Lake<br />
nos EUA e aos desinvestimentos<br />
anunciados em 2009, entre os<br />
quais se incluem as participações<br />
nas regasificadoras de Sagunto e<br />
BBG, em duas centrais hidroeléctricas<br />
no Chile, a cedência de 10%<br />
da Gamesa e de 27% da operadora<br />
de telecomunicações guatemalteca<br />
Navega. Objectivo prioritário:<br />
reduzir a sua dívida astronómica<br />
de 30 mil milhões de euros.<br />
Uma coisa é certa. A Iberdrola<br />
tem ainda margem de manobra<br />
na EDP. Até porque os direitos de<br />
voto na eléctrica portuguesa estão<br />
restringidos até 5%. Resultado de<br />
uma fracassada parceria estratégica,<br />
a presença da Iberdrola no<br />
capital da EDP resultou num braço<br />
de ferro para conseguir impor a<br />
sua presença no mercado eléctrico.<br />
Ambição que nunca concretizou<br />
devido à concorrência da empresa<br />
portuguesa. ■<br />
Privatização<br />
da ANA<br />
demora<br />
um ano<br />
a preparar<br />
Proposta da Naer prevê<br />
várias fases que poderão<br />
atirar o processo para 2011.<br />
Cátia Simões<br />
catia.simoes@economico.pt<br />
A proposta da Naer para a privatização<br />
da ANA demora entre 11 a 12<br />
meses a realizar, segundo o calendário<br />
previsto por Carlos Madeira,<br />
presidente da empresa pública<br />
responsável pela construção do<br />
Novo Aeroporto de Lisboa (NAL).<br />
“O modelo que propusemos<br />
aoGovernotemumafasedepréqualificação<br />
e outra em que cada<br />
um dos privados faz o seu projecto,<br />
com base no <strong>Plano</strong> Director de<br />
Referência”, explicou o responsável<br />
na apresentação do Estudo<br />
de Impacte Ambiental (EIA) do<br />
novo aeroporto. Por outro lado, a<br />
Declaração de Impacte Ambiental<br />
(DIA) só será emitida entre<br />
Outubro e Dezembro e, embora<br />
possa arrancar, o “processo de<br />
privatização não deve fechar antes<br />
da DIA ser emitida”.<br />
Aos jornalistas, Carlos Madeira<br />
não quis confirmar se o processo<br />
de privatização avança ainda este<br />
ano mas, pelas contas do Diário<br />
Económico, mesmo que arranque<br />
umaprimeirafasedeprivatização,<br />
com os consórcios a apresentarem<br />
propostas, o processo não<br />
estará fechado antes de 2011.<br />
O responsável admitiu ainda<br />
não ter recebido ordens do Executivo<br />
para lançar o concurso<br />
para a concessão e exploração do<br />
novo aeroporto, projecto avaliado<br />
em 4,9 mil milhões de euros.<br />
Até agora, dois consórcios mostraram<br />
interesse: o consórcio Asterion,<br />
liderado pela Mota-Engil<br />
e Brisa, e ainda um agrupamento<br />
da Teixeira Duarte e da Ferrovia.<br />
Custos ambientais de 150 milhões<br />
As medidas definidas no EIA para<br />
minimizar o impacto ambiental<br />
deverão custar entre 130 a 150<br />
milhões de euros. As conclusões<br />
do EIA, apresentadas ontem, demonstraram<br />
que não existiam<br />
impedimentos sérios à construção<br />
do NAL no Campo de Tiro de<br />
Alcochete. “Não identificamos<br />
nada no projecto que possa pôr<br />
em causa a construção, o impacte<br />
existente pode ser reduzido”, explicou<br />
João Almeida, técnico da<br />
DHV, que lidera o consórcio responsável<br />
pelo estudo. ■