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DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

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6 Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />

<strong>DE</strong>STAQUE FRACASSO DA OPA À CIMPOR<br />

BCP continua<br />

a querer vender<br />

10% da Cimpor<br />

O fim da OPA não é afinal o fim da linha, na estrutura<br />

accionista da Cimpor. Já há novas movimentações.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

e Francisco Ferreira da Silva<br />

maria.alves@economico.pt<br />

Talcomoeraesperado,aOPAda<br />

CSN sobre a Cimpor fracassou<br />

por falta de accionistas disponíveis<br />

para vender. Mas ao contrário<br />

do que seria de esperar, a estabilidade<br />

accionista da cimenteira<br />

ainda é um longo caminho a<br />

percorrer. Segundo o Diário Económico<br />

apurou, alguns accionistas<br />

vão agora passar à segunda<br />

ronda negocial para vender as<br />

suas acções. O Fundo de Pensões<br />

do BCP, é um exemplo, já que não<br />

deverá manter a sua participação<br />

na Cimpor (10,04%).<br />

Nas próximas duas semanas<br />

são esperadas novidades. Haverá<br />

certamente novos accionistas<br />

nacionais na estrutura da Cimpor,<br />

apurou o Diário Económico.<br />

Até agora os nomes de Luís<br />

Champalimaud e Pedro Queiroz<br />

Pereira são os mais falados, mas<br />

ninguém confirma que possam<br />

ser os candidatos à fatia que detém<br />

o fundo de pensões do banco.<br />

Já foi assumido em comunicado<br />

a intenção do Fundo de<br />

Pensões do BCP vender as suas<br />

acções da Cimpor.<br />

A intenção de vender na OPA<br />

foi gorada pelo conhecimento<br />

prévio de que a Investifino não<br />

iria dar ordem de venda, condenando<br />

a OPA ao fracasso. Apesar<br />

do preço de 6,18 euros ser recomendável<br />

pelos analistas, a verdade<br />

é que o Fundo de Pensões<br />

do BCP, perante a impossibilidade<br />

da OPA ter sucesso, optou por<br />

não dar ao mercado qualquer indicação<br />

do valor que atribui à<br />

sua participação na Cimpor. Razãopelaqualasintençõesde<br />

venda na OPA da CSN não chegaram<br />

a 9% do capital (8,5%).<br />

Neste momento, a Cimpor<br />

tem cinco accionistas de referência,<br />

dois deles, rivais no Brasil(CamargoeVotorantim).A<br />

Camargo Corrêa tem 31,63% e a<br />

Votorantim 21,22%. Depois há a<br />

Caixa Geral de Depósitos com<br />

9,63%; a Investifino com<br />

10,67% e o fundo do BCP com<br />

10,04%. A partir daqui desenhar-se-á<br />

um equilíbrio de forças.<br />

A CGD está vinculada a um<br />

acordo com a Votorantim (até<br />

33% do capital); é possível que a<br />

CamargoeaInvestifino estejam<br />

unidos por um entendimento<br />

natural para o futuro da Cimpor.<br />

Até porque a Camargo tirou a<br />

Teixeira Duarte do caminho de<br />

Manuel Fino e por outro lado<br />

comprometeu-se a não subir<br />

acima do limiar de OPA (33%).<br />

Se nada acontecesse, o equilíbrio<br />

de forças seria testado na<br />

assembleia-geral da Cimpor,<br />

queseprevêquevenhaaserantecipada<br />

para Abril. A Camargo<br />

sempre defendeu uma gestão<br />

executiva profissional e nacional<br />

para a Cimpor e um entendimento<br />

entre os vários accionistas.<br />

Podendo estes virem a ter<br />

representantes no conselho de<br />

administração, mas sem funções<br />

executivas.<br />

Faria de Oliveira diz que<br />

accionistas podem conversar<br />

A paz na Cimpor exige um entendimento<br />

entre a Camargo e a<br />

Votorantim, o que já acontece<br />

em participadas no Brasil. Se<br />

não se entenderem, o natural é<br />

que seja a Votorantim a vender a<br />

sua posição. A CGD que tem um<br />

acordo parassocial com a Votorantim,<br />

a dez anos, mas está disponível<br />

para participar nas con-<br />

“Agora vamos ver<br />

qual é o resultado<br />

desta situação<br />

accionista da Cimpor.<br />

É natural que se possa<br />

conversar”, diz o<br />

presidente da CGD.<br />

.<br />

versas entre blocos accionistas.<br />

O presidente da CGD disse<br />

ontem ao Diário Económico que<br />

“o resultado da OPA não é surpresa,<br />

depois de conhecidas as<br />

aquisições de acções da Cimpor<br />

por parte da Camargo e da Votorantim”.<br />

E adiantou: “A CGD fez<br />

um acordo com a Votorantim<br />

porque o projecto parecia dar<br />

garantias de ser aquilo que nós<br />

designámos por parceria estratégica.<br />

Com a finalidade de permitirmanteroscentrosdecompetências<br />

e de controle nacionais.”<br />

Mas deixou no ar algum<br />

cepticismo em relação ao futuro<br />

da Cimpor: “Agora vamos ver<br />

qualéoresultadodestasituação<br />

accionista da Cimpor. É natural<br />

que se possa conversar.”<br />

“Nem o grupo Votorantim,<br />

nem a Camargo Corrêa parecem<br />

querer ultrapassar os 33% da<br />

Cimpor. Será por isso na assembleia-geral,<br />

quando houver lugar<br />

à eleição dos órgãos sociais,<br />

que tudo se definirá. Logo se<br />

verá como é que as coisas correm.”,<br />

disse Faria de Oliveira.<br />

Opresidentedobancodisse<br />

ainda que a “CGD não tem intenção<br />

de comprar uma posição na<br />

Cimpor, para além da posição que<br />

detém actualmente” e “se o grupo<br />

Fino exercer a opção de compra”<br />

sobre a participação do bancodoestado“logoseverásea<br />

CGD vai ao mercado adquirir uma<br />

pequena participação para cumprir<br />

o que está previsto no acordo<br />

com a Votorantim, mas a fazê-lo<br />

será sempre uma participação<br />

bastante inferior à que temos hoje<br />

na Cimpor (9,6%)”, concluiu.<br />

Há ainda a questão da concorrência<br />

no Brasil que poderá ajudar<br />

ao desenho de uma estrutura<br />

accionista da Cimpor. A Autoridade<br />

da Concorrência brasileira<br />

exigiu a suspensão temporária do<br />

poder de gestão da Cimpor no<br />

Brasil, quer à Votorantim, quer à<br />

Camargo. Até que tenha completa<br />

a sua análise do impacto na<br />

concorrência, desta aquisição.<br />

Pois as duas cimenteiras que<br />

compraram cada uma quase um<br />

terçodaCimpor,sãoconcorrentes<br />

no Brasil. A CA<strong>DE</strong> pode vir<br />

exigir “remédios” se concluir<br />

que há problemas concorrênciais,<br />

ou seja a venda de activos<br />

no Brasil. (ver pág. 8) ■<br />

1<br />

3<br />

Steinbruch vai continuar a<br />

tentar internacionalizar a CSN.<br />

António Costa em São Paulo<br />

antónio.costa@economico.pt<br />

A Oferta Pública de Aquisição<br />

(OPA) da CSN sobre a Cimpor<br />

falhou e Benjamim Steinbruch<br />

não conseguiu concretizar o sonho<br />

de comprar a maior empresa<br />

industrial portuguesa e fazer<br />

dela uma grande empresa mundial.<br />

No mesmo dia, o ‘patrão’<br />

da brasileira CSN recebeu o Diário<br />

Económico em São Paulo, a<br />

capital financeira do Brasil, no<br />

20ºandardasededaempresa,<br />

na Av. Brigadeiro Faria Lima,<br />

apenas para conversar, porque o<br />

momento não é para falar em<br />

público. Mas os silêncios, às vezes,<br />

são mais palavrosos que<br />

muitas palavras.<br />

Descontraído, em camisa e<br />

comasmangasarregaçadas–<br />

numa cidade que, por estes dias,<br />

ultrapassa os 30º de temperatura<br />

- Benjamin Steinbruch não<br />

consegue esconder ao longo de<br />

uma conversa informal a frustração<br />

e desilusão por ter sido<br />

vencido pelos seus concorrentes<br />

brasileiros, porque os accionistas<br />

da Cimpor, nomeadamente<br />

a Caixa Geral de Depósitos, não<br />

valorizaram a melhor proposta<br />

em cima da mesa. Porquê?<br />

Steinbruch recusa-se a classificar<br />

a resposta que teve do banco<br />

público. E isso chega!<br />

De resto, não consegue se-<br />

Paulo Figue<br />

Benjamin Stein

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