DE 4826 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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20 Diário Económico Quarta-feira 24 Fevereiro 2010<br />
POLÍTICA<br />
SOCIEDA<strong>DE</strong><br />
Maior base de dados sobre Portugal<br />
já está disponível na Internet<br />
A maior base de dados estatísticos sobre Portugal já está disponível na<br />
Internet. A iniciativa da Fundação Francisco Manuel dos Santos, presidida<br />
pelo investigador António Barreto, reúne estatísticas sobre “quase todos os<br />
capítulos da sociedade portuguesa”, com dados relativos aos últimos 50<br />
anos, fornecidos por mais de 30 entidades que produzem estatísticas<br />
certificadas, explicou à Lusa António Barreto. A Pordata já disponível em<br />
www.pordata.pt.<br />
Novo mapa judiciário adiado<br />
pelo Governo para 2014.<br />
PGR recusa enviar<br />
despachos da Face<br />
Oculta ao PSD<br />
Secretário de Estado da Justiça defende fim do segredo<br />
a nível interno sempre que for violado.<br />
Márcia Galrão<br />
marcia.galrao@economico.pt<br />
O Procurador-Geral da República<br />
recusa, mais uma vez, tornar<br />
público qualquer despacho<br />
sobre o arquivamento das escutas<br />
do processo Face Oculta em<br />
que intervém José Sócrates, não<br />
devendo assim responder positivamente<br />
ao terceiro requerimento<br />
do PSD que pedia acesso<br />
aos documentos. Ao Diário Económico,<br />
o gabinete de Pinto<br />
Monteiro esclarece que não será<br />
“fornecido o seu teor integral”,<br />
uma vez que “foram proferidos<br />
quatro despachos que se completam<br />
e interligam não sendo<br />
possível divulgar um deles sem<br />
que se tome, pelo menos, conhecimento<br />
da matéria divulgada<br />
no anterior”.<br />
Em causa estão notícias que<br />
davam conta de contradições<br />
entre os despachos e a resposta<br />
que Pinto Monteiro enviou aos<br />
anteriores requerimentos do<br />
PSD e que o Procurador garante<br />
não corresponderem à verdade.<br />
Mais, as “notícias ofendem,<br />
pessoal e institucionalmente”, o<br />
PGR, diz o mesmo na resposta<br />
enviada ao Diário Económico. O<br />
DN e o CM divulgaram, segundo<br />
Pinto Monteiro, “5 pá<strong>gina</strong>s das<br />
26 do despacho de arquivamento.<br />
Se o despacho for lido na integra<br />
facilmente leva à conclusão<br />
que a matéria está abrangida<br />
pelo segredo de justiça, dado o<br />
seu teor”, explica o Procurador.<br />
A violação do segredo de justiça<br />
já levou, entretanto, o PGR a<br />
instaurar um inquérito-crime<br />
para saber quem foi responsável<br />
pela divulgação dos despachos.<br />
Uma questão que trouxe novamenteparaaagendaadiscussão<br />
sobre a necessidade de se alterar<br />
a lei nesta matéria. O secretário<br />
de Estado da Justiça, João Correia,<br />
defende, em declarações ao<br />
Diário Económico, que o segredo<br />
de justiça deve ser levantado<br />
para“todososintervenientesno<br />
processo, desde magistrados,<br />
advogados e até arguidos, a partir<br />
do momento em que é violado”.<br />
Uma opinião que, garante,<br />
“não vincula o Governo”.<br />
Pinto Monteiro<br />
Procurador-Geral<br />
da República<br />
“O despacho não podia ser<br />
publicado nem será fornecido<br />
o seu teor integral, correndo já<br />
um inquérito no DIAP de Lisboa<br />
para apuramento do ou dos<br />
responsáveis pela divulgação da<br />
parte desse despacho”, avança<br />
o gabinete de Pinto Monteiro.<br />
Director do JN<br />
desmente Crespo<br />
O director do JN garantiu ontem<br />
que não censurou o artigo de Mário<br />
Crespo e que não houve qualquer<br />
interferência do Governo ou do<br />
primeiro-ministro sobre este<br />
assunto. Na Comissão de Ética,<br />
José Leite Pereira, disse ainda que<br />
não publicou a crónica do jornalista<br />
por considerar que era uma “quase<br />
notícia, que carecia de<br />
contraditório” e que foi isso mesmo<br />
que disse a Crespo “antes do jornal<br />
estar fechado” e ao contrário do<br />
que o jornalista disse na mesma<br />
comissão a semana passada. O<br />
director do JN salientou ainda que<br />
“nunca nenhum jornalista escreveu<br />
uma crónica dando uma notícia e<br />
no JN não é possível que se torne<br />
pública uma conversa que é<br />
privada”.M.G.<br />
No entanto, na entrevista à<br />
SIC, José Sócrates adiantou que<br />
espera da parte do PGR sugestões<br />
para que se venha mexer<br />
na lei. Mas o PSD está contra<br />
qualquer alteração legislativa<br />
nesta altura. “As regras são<br />
ajustadas, o que é preciso é mais<br />
articulação”, diz Fernando Negrão,<br />
para quem a proposta de<br />
João Correia só é “plausível” se<br />
os “intervenientes processuais<br />
derem autorização, de forma a<br />
acautelar-se até a investigação”.<br />
Também Nogueira Leite<br />
acha um “erro” procurar encontrar<br />
soluções numa altura<br />
em que “está tudo tão quente”.<br />
O socialista Paulo Pedroso discordaeconsideraqueépreciso<br />
“encontrar uma forma de fazer<br />
respeitar o segredo de justiça ou<br />
de, então, terminar com uma<br />
ficção que só serve para destruir<br />
pessoas e não para proteger as<br />
investigações”.<br />
A procuradora-geral adjunta<br />
Cândida Almeida defendeu esta<br />
semana a possibilidade de magistrados<br />
virem a ser alvo de escutas<br />
telefónicas para melhor<br />
combater o crime de violação<br />
do segredo. Uma ideia que deixou<br />
a classe indignada. A direcção<br />
do Sindicato dos Magistrados<br />
do Ministério Público mostrou-se<br />
“incrédula e estupefacta”<br />
com as afirmações da procuradora<br />
e diz-se surpreendida<br />
com a forma “imprópria com<br />
que sugere responsabilidades de<br />
magistrados na violação do segredo<br />
de justiça”. Também Rui<br />
Rangel, da Associação de Juízes<br />
pela Cidadania, classifica as declarações<br />
de Cândida Almeida<br />
como “disparatadas e erradas”,<br />
considerando que a directora do<br />
Departamento Central de Investigação<br />
e Acção Penal se devia<br />
“preocupar em tentar coordenador”<br />
o órgão que dirige.<br />
Entretanto, ontem, também<br />
ficou a saber-se que as escutas<br />
que captam conversas do primeiro-ministro<br />
no âmbito do<br />
processo Face Oculta continuam<br />
por destruir. Em resposta<br />
à Lusa, o PGR disse que o assunto<br />
deverá ser resolvido “em<br />
breve”. ■ com C.D.<br />
JUSTIÇA<br />
Magistrado Rui Rangel critica adiamento<br />
da entrada em vigor do mapa judiciário<br />
Rui Rangel, presidente da Associação de Juízes pela cidadania, criticou<br />
ontem o Governo por ter adiado a “única reforma bem feita” na justiça,<br />
referindo-se ao novo mapa judiciário, cujo adiamento para 2014 foi<br />
ontem anunciado pelo Ministério da Justiça. Para o magistrado, este<br />
adiamento prende-se com a “falta de verbas”, na medida em que a<br />
implantação do mapa judiciário “implicava o reforço substancial” das<br />
verbas do Orçamento do Estado para o sector da Justiça.<br />
João Paulo Dias<br />
PROTESTOS MARCAM ARRANQUE <strong>DE</strong> HOSPITAL <strong>DE</strong> CASCAIS<br />
A inauguração do novo hospital de Cascais ficou ontem<br />
marcada pela manifestação de cerca de meia centena<br />
de militantes da CDU de Cascais e da JSD do Cacém,<br />
num protesto simbólico para alertar para as<br />
dificuldades dos utentes da região. A ministra da<br />
Saúde, Ana Jorge, e o ministro das Finanças, Teixeira<br />
dos Santos, estiveram presentes na inauguração do<br />
novo hospital, que vai servir 300 mil utentes dos<br />
concelhos de Cascais e Sintra.