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NOREVISTA ABRIL 2021

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REPORTAGEM<br />

REPORTAGEM<br />

Neste aspeto, o relatório divulgado pelo<br />

Fórum Económico Mundial fornece<br />

informações detalhadas para 15 setores<br />

da indústria e de 26 países avançados e<br />

emergentes.<br />

De um modo sintetizado o relatório denota<br />

que é expectável que o ritmo de adoção<br />

da tecnologia permaneça inabalável e<br />

que até possa acelerar em algumas áreas.<br />

Consequentemente, a pandemia juntamente<br />

com a automação estão a criar um cenário<br />

de “rutura dupla” para os trabalhadores.<br />

Note-se que a automação é o ato de tornar<br />

um processo manual num processo<br />

independente de interação humana. Desta<br />

forma, as empresas estão e vão permanecer<br />

em processos de adaptação. Na avaliação feita<br />

pelo Fórum Económico Mundial, 43% das<br />

empresas, de vários sectores, estão a procurar<br />

obter “mais automatização e reduzir a força<br />

de trabalho” humano; 34% quer aumentar<br />

a força de trabalho “como um resultado<br />

da integração tecnológica mais profunda”,<br />

enquanto 41% procura contratar pessoas<br />

para tarefas especializadas. De acordo com<br />

o relatório, em 2025, “o tempo gasto em<br />

tarefas atuais no trabalho por humanos e<br />

as máquinas serão iguais” (2020, p. 5).<br />

exacerbada devido ao duplo impacto da<br />

tecnologia e a recessão pandémica”, refere<br />

o relatório. Assim, prevê-se que, até 2025,<br />

85 milhões de empregos no mundo sejam<br />

adaptados de forma a conciliar o trabalho<br />

entre humanos e máquinas. Além disso,<br />

espera-se que possam surgir 97 milhões<br />

de novas funções que permitam também<br />

esta divisão laboral, mas com a inserção de<br />

algoritmos.<br />

No entendimento do Fórum Económico<br />

Mundial, “durante a última década, um<br />

conjunto de inovações e tecnologias<br />

emergentes sinalizaram o início da quarta<br />

revolução industrial” (2020, p. 8). Esperase<br />

que mesmo aqueles que mantenham os<br />

empregos necessitem de atualizar 40% das<br />

competências para o futuro mercado de<br />

trabalho, por forma a responder à quarta<br />

revolução industrial. Além disso, conclui-se<br />

também que o sector público precisa de dar<br />

um apoio mais forte para a requalificação e<br />

qualificação dos trabalhadores em risco de<br />

perder o emprego ou vê-lo adaptado. Apenas<br />

21% das empresas dizem “ser capazes de usar<br />

fundos públicos para apoiar os funcionários”<br />

(2020, p. 48) de forma a conseguirem<br />

atualizar as suas competências.<br />

Em relação à questão abordada na<br />

introdução deste artigo, este relatório<br />

projeta que, a médio prazo, “o trabalho<br />

destruído provavelmente será compensado<br />

pelo crescimento do emprego nos jobs of<br />

tomorrow”, assim estes trabalhadores podem<br />

preencher empregos na economia verde,<br />

nas funções de vanguarda da economia de<br />

dados e IA, como também em novas funções<br />

na área de engenharia, computação em<br />

nuvem e desenvolvimento de produtos. No<br />

entanto, importa realçar que a criação de<br />

novos empregos é mais lenta que a destruição<br />

de antigos ofícios e a ausência de esforços<br />

proativos, pode provocar uma “desigualdade<br />

Assim, o Fórum Económico Mundial,<br />

em parceria com o Fundo Monetário<br />

Internacional, prevê que possam vir a<br />

emergir novos empregos no campo da<br />

tecnologia, como analistas e cientistas<br />

de dados e especialistas em inteligência<br />

artificial, e de profissões ligadas à<br />

estratégia e ao marketing digital, como a<br />

gestão de redes sociais, vendas e produção<br />

de conteúdos, que permite trabalhar com<br />

vários tipos de pessoas. Por outro lado, vai<br />

reduzir a procura por empregos ligados à<br />

administração, à montagem, à reparação e ao<br />

atendimento ao público.<br />

Relativamente às soft skills, em 2025, de<br />

acordo com o relatório, vão ser valorizadas<br />

as capacidades de “pensamento analítico<br />

e de inovação”, a “resolução de problemas<br />

complexos”, a “criatividade, originalidade e<br />

a iniciativa”, a “flexibilidade”, bem como a<br />

“gestão do stress” e a “inteligência emocional”<br />

dos empregados.<br />

Portanto, a questão mais relevante para as<br />

empresas, governos e indivíduos não é até<br />

que ponto a automação e aumento da força de<br />

trabalho humano afetará os números atuais<br />

de empregos, mas de que modo o mercado<br />

de trabalho pode ser apoiado de forma a<br />

encontrar um novo equilíbrio na divisão de<br />

trabalho entre trabalhadores humanos, robôs<br />

e algoritmos.<br />

O desemprego, seja causado por uma<br />

economia lenta, impulsionadores tecnológicos,<br />

ou falta de preparação, cria dificuldades<br />

duradouras para a juventude e para a<br />

economia do país como um todo. Desta<br />

forma, importa perceber quais os cenários<br />

de futuro que os mais recentes estudos<br />

indicam. Para tal, recorreremos a dois estudos<br />

diferentes que preveem mundos alternativos<br />

de trabalho. O primeiro incide no relatório<br />

intitulado - The Future of Youth Employment<br />

052 NOABR21 NOABR21 053

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