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NOREVISTA ABRIL 2021

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REPORTAGEM<br />

REPORTAGEM<br />

Os números<br />

Na verdade, no ano de 2019,<br />

segundo especialistas, o turismo foi<br />

responsável por 7% do comércio<br />

global, sendo que, nesse ano,<br />

se registaram 1.500 milhões de<br />

entradas de turistas internacionais e<br />

outros 9 mil milhões de pessoas que<br />

escolheram o seu próprio país para<br />

fazer turismo. O setor do turismo,<br />

depois de quase duplicar o seu peso<br />

entre 2014 e 2019, continuou a bater<br />

recordes: as receitas na hotelaria<br />

tiveram um crescimento de 9,9%<br />

nos primeiros dois meses de 2020,<br />

em termos homólogos.<br />

Numa nota emitida pelas Nações<br />

Unidas, com palavras do secretáriogeral<br />

António Guterres, dizia que,<br />

em todo o mundo, 1 em cada 10<br />

pessoas estão empregadas na área<br />

do turismo. “Só na Europa, milhões<br />

de negócios e cerca de 27 milhões de<br />

pessoas subsistem graças ao setor”.<br />

Segundo um documento intitulado<br />

“Turismo e COVID-19”, apresentado<br />

pelo secretário-geral em agosto de<br />

2020, que se baseia em dados da<br />

Organização Mundial do Turismo,<br />

apesar do início do ano de 2020<br />

ter sido verificado um crescimento<br />

contínuo no setor, a verdade é que,<br />

“desde o início da pandemia, o<br />

setor do turismo tem sido dos mais<br />

afetados”.<br />

A ONU estimava, em agosto de<br />

2020, que a entrada de turistas<br />

pudesse cair entre 58% e 78%,<br />

colocando assim em risco cerca<br />

de 120 milhões de empregos e<br />

de pequenos comércios afetos ao<br />

turismo.<br />

Os dados recentemente divulgados<br />

pela International Air Transport<br />

Association (IATA), em novembro<br />

de 2020, previam que o prejuízo na<br />

indústria da aviação continuasse no<br />

ano de <strong>2021</strong>, “apesar da expectativa<br />

de melhoria no desempenho durante<br />

o período da previsão”. As previsões<br />

apontam, para o ano de 2020, para<br />

um prejuízo líquido estimado de<br />

US$ 118,5 biliões e, para <strong>2021</strong>, de<br />

US$ 38,7 biliões.<br />

No press divulgado pela IATA,<br />

Alexandre de Juniac, diretor-geral<br />

e CEO da associação, referiu que<br />

“a história registará 2020<br />

como o pior ano financeiro<br />

do setor, sem dúvida alguma.<br />

Em média, as companhias aéreas<br />

cortaram despesas de US$ 1 bilião<br />

por dia em 2020 e ainda acumularão<br />

perdas sem precedentes”, tendo<br />

ainda deixado o alerta: “se não<br />

fosse a ajuda financeira de US$ 173<br />

biliões dos governos, teríamos tido<br />

falências em grande escala”.<br />

E em Portugal?<br />

De acordo com o Boletim Económico<br />

do Banco de Portugal, datado de<br />

maio de 2020, de entre os setores de<br />

atividade com a maior redução de valor<br />

acrescentado bruto (VAB), constam os<br />

transportes aéreos, com -87.1%, bem<br />

como o alojamento e restauração, com<br />

-70.3%.<br />

No caso português, a companhia área<br />

TAP chegou ao mês de setembro do ano<br />

transato com um prejuízo de 700 milhões<br />

de euros, sendo que o terceiro trimestre<br />

foi o menos negativo do ano de 2020,<br />

com a transportadora aérea a registar um<br />

prejuízo de 118,8 milhões. O grupo SATA,<br />

por sua vez, fechou o terceiro trimestre<br />

de 2020 com prejuízos de 61 milhões de<br />

euros, valor superior aos 36,8 milhões do<br />

período homólogo de 2019.<br />

O estudo da OIT, intitulado “Portugal:<br />

Uma análise rápida do impacto da<br />

COVID-19 na economia e no mercado<br />

de trabalho”, explica que as companhias<br />

aéreas são um foco particular de<br />

preocupação devido à combinação de um<br />

choque imediato profundo e perspetivas<br />

sombrias para o futuro próximo. Em<br />

2020, diziam que, para “além dos<br />

voos cancelados, estão a ser efetuadas<br />

poucas reservas e provavelmente vão ser<br />

impostas medidas sanitárias restritivas<br />

às viagens aéreas (reduzindo as receitas e<br />

aumentando os custos), sendo expectável<br />

que a procura leve algum tempo a<br />

recuperar”.<br />

A Secretária de Estado do Turismo de<br />

Portugal, Rita Marques, no Anuário<br />

de Tendências do Turismo, escrevia,<br />

em maio de 2020, de acordo com o<br />

barómetro anual do World Travel &<br />

Tourism Council (WTTC), que em cada<br />

cinco euros de receitas que eram geradas<br />

em Portugal, um euro provinha do<br />

turismo.<br />

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