NOREVISTA ABRIL 2021
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REPORTAGEM<br />
REPORTAGEM<br />
Os dados revelam que o turismo, em<br />
Portugal, cresceu no ano de 2019,<br />
registando-se valores históricos:<br />
Portugal recebeu 27 milhões de<br />
hóspedes em 2019 e registou 69.9<br />
milhões de dormidas, correspondendo<br />
a taxas de crescimento superiores às<br />
verificadas em 2019. O VAB gerado pelo<br />
setor chegou a 8% do VAB nacional<br />
e o setor empregava mais de 400 mil<br />
pessoas, correspondente a 9% do total<br />
do emprego nacional.<br />
O mesmo estudo da OIT referia,<br />
inclusive, que a maior preocupação<br />
é o risco de colapso das atividades<br />
de turismo e dos transportes, já que<br />
as medidas de distanciamento físico<br />
tiveram um impacto imediato na<br />
procura do setor do turismo.<br />
No final de abril de 2020, 59.4% das<br />
empresas do setor do alojamento e<br />
da restauração tinham encerrado,<br />
temporariamente (53.9%) ou<br />
indefinidamente (5.5%). Já nos<br />
estabelecimentos de alojamento<br />
turístico, quase 4/5 das reservas entre<br />
março e agosto do ano transato tinham<br />
sido canceladas.<br />
O ano de 2020, segundo explica<br />
a Secretária de Estado, prometia<br />
números muito animadores, com taxas<br />
de crescimento em janeiro e fevereiro<br />
ao nível das dormidas de 8% e 15%<br />
face aos períodos homólogos. “Todos<br />
os sinais eram muitíssimo positivos,<br />
fazendo crer que o ano de 2020 iria ser<br />
absolutamente extraordinário”, explica<br />
Rita Marques.<br />
Os obstáculos<br />
Num relatório publicado pela IATA<br />
confirmava-se, efetivamente, que um dos<br />
principais fatores que dificultou e ainda<br />
dificulta a retoma do setor são, sem dúvida,<br />
as restrições às viagens e às medidas de<br />
quarentena, “que impedem a volta das<br />
viagens”. A solução mais imediata e adotada<br />
por vários governos é, conforme explicam,<br />
“a reabertura segura das fronteiras usando<br />
testes sistemáticos para a COVID-19. A<br />
longo prazo, a ampla disponibilização<br />
de vacinas deve manter as fronteiras<br />
abertas sem testes, mas o prazo para a<br />
disponibilização dessas vacinas é incerto”.<br />
À mesma conclusão chegaram a European<br />
Travel Comission (ETC) e a Tourism<br />
Economics (TE) que, num webinar<br />
realizado em janeiro de <strong>2021</strong>, debatiam as<br />
tendências no turismo verificadas no final<br />
de 2020 e as perspetivas que se poderiam<br />
avizinhar para <strong>2021</strong> e anos conseguintes.<br />
De acordo com a ETC e a TE, a ideia<br />
principal é a de uma grande incerteza<br />
sobre o que poderá ser e significar o<br />
setor durante este ano. A incerteza,<br />
segundo explicam, está relacionada com<br />
o grau de sucesso nos programas de<br />
vacinação nacionais, com a abertura e<br />
encerramento de fronteiras e com o ritmo<br />
de recuperação da economia mundial e do<br />
emprego.<br />
O estudo realizado pela OIT reiterava, de<br />
certa forma, aquilo que já fora anunciado<br />
por outros especialistas: “a incerteza, o<br />
medo e a falta de confiança podem levar<br />
a uma crise prolongada no setor”<br />
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