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NOREVISTA ABRIL 2021

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REPORTAGEM<br />

REPORTAGEM<br />

ÁREA TEMÁTICA REPORTAGEM<br />

| SAÚDE<br />

Inquérito internacional<br />

revela que portugueses estão<br />

deprimidos: jovens e famílias<br />

com filhos são os mais afetados<br />

Liliana Abreu<br />

Liliana Abreu<br />

Doutorada em Saúde Pública pelo Instituto de<br />

Saúde Pública da Universidade do Porto (2018).<br />

Obteve uma bolsa de Doutoramento da Fundação<br />

para a Ciência e Tecnologia, tendo como Instituição<br />

de Acolhimento o i3S – Instituto de Investigação e<br />

Inovação em Saúde. Durante o seu doutoramento<br />

obteve uma Bolsa Fulbright, que lhe permitiu<br />

desenvolver parte do seu doutoramento nos EUA,<br />

passando pela Universidade de Massachussets e<br />

pela T.H. Chan Harvard School of Public Health.<br />

A sua tese de doutoramento centrou-se no estudo<br />

da literacia em saúde distribuída de pessoas com<br />

doenças crónicas, especificamente, asma e diabetes.<br />

Atualmente, é investigadora na Universidade de<br />

Constança (desde 2019), Alemanha, no Grupo de<br />

Desenvolvimento e Investigação, onde desenvolve<br />

investigação na área da epidemiologia social em<br />

países em desenvolvimento e dá aulas de Saúde<br />

Global.<br />

Com o objetivo de continuar a avaliar<br />

o impacto social e económico da<br />

pandemia a nível mundial, foi lançado<br />

há cerca de seis meses a segunda fase<br />

do inquérito mundial denominado<br />

“Life with Corona” que, em Portugal,<br />

tem como parceiro o Instituto de<br />

Investigação e Inovação em Saúde da<br />

Universidade do Porto (i3S). Os dados<br />

já obtidos mostram que uma parte<br />

considerável da população apresenta<br />

sintomas ligeiros de depressão e<br />

que cerca de 50% dos inquiridos de<br />

Portugal, Argentina, Indonésia, Reino<br />

Unido e Estados Unidos, assim como<br />

40% dos alemães, revelam sintomas<br />

mais graves de depressão. A geração<br />

mais jovem e as famílias com filhos são<br />

os mais afetados.<br />

O “Life with Corona” foi lançado a 23 de<br />

março de 2020 e, nesta segunda fase,<br />

que começou a 1 de outubro, “tentámos<br />

perceber os efeitos psicológicos que a<br />

pandemia e as medidas preventivas<br />

têm tido sobre as pessoas. Até 4 de<br />

março recebemos um total de 21.552<br />

respostas de 136 países e, até ao<br />

momento, Portugal é o segundo país<br />

com mais participações” no estudo,<br />

depois da Alemanha, salienta Liliana<br />

Abreu, investigadora portuguesa na<br />

Universidade de Constança (Alemanha),<br />

uma das instituições que lidera o<br />

projeto.<br />

Liliana Abreu, que já foi investigadora<br />

no i3S e com o qual mantém a<br />

colaboração através deste projeto,<br />

explica que analisaram os dados<br />

relativos a Portugal e verificaram que<br />

“50% dos participantes apresentam<br />

níveis de depressão moderada”, o<br />

que, diz, “é significativo”. Uma das<br />

causas identificadas tem a ver com a<br />

diminuição dos rendimentos mensais.<br />

“Percebemos também, ao contrário<br />

do que se pensava, que os mais jovens<br />

são mais propensos a apresentar<br />

níveis mais elevados de depressão em<br />

comparação com os mais velhos, o que<br />

expõe o fardo adicional que as gerações<br />

mais jovens estão a sofrer”, acrescenta.<br />

“Existem imensos estudos a decorrer<br />

sobre a pandemia, termos um bom<br />

nível de participação num estudo<br />

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