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NOREVISTA ABRIL 2021

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REPORTAGEM<br />

No “mundo vermelho”, a tecnologia permitirá<br />

que “pequenas empresas explorem os vastos<br />

reservatórios de informações, habilidades e<br />

financiamento”. De acordo com Hesse e Olsen,<br />

os “recursos humanos não existirão mais como<br />

uma função separada e os empreendedores<br />

contarão com serviços terceirizados para<br />

processos de pessoal”, referindo que haveria<br />

uma “competição feroz” por talentos, e aqueles<br />

com habilidades futuras exigidas obterão as<br />

maiores recompensas.<br />

Para o “mundo azul”, os autores realçam que<br />

as corporações globais tornar-se-ão “maiores,<br />

poderosas e mais influentes do que nunca”.<br />

Pois, as empresas contemplam o seu tamanho e<br />

influência como a melhor maneira de proteger<br />

as suas margens de lucro. E neste cenário, em<br />

semelhança ao anterior, os melhores talentos<br />

são disputados ferozmente (Hesse & Olsen,<br />

2017).<br />

Em relação ao “mundo verde”, este apresentase<br />

como sendo um mundo coletivo e integrado,<br />

onde a tónica está na responsabilidade ecológica.<br />

Assim, “é movido pela necessidade de uma<br />

consciência social poderosa”. Neste mundo e<br />

tendo em conta a forte opinião pública, como<br />

também a escassez dos recursos naturais e<br />

as rígidas regulamentações internacionais, as<br />

empresas promoverão uma “forte agenda ética e<br />

ecológica” (Hesse & Olsen, 2017).<br />

Por último, no atual quadro teórico, existe<br />

o “mundo amarelo”. Aqui os trabalhadores<br />

e empresas buscarão “maior significado e<br />

relevância”. Os trabalhadores deparam-se com<br />

uma maior autonomia, flexibilidade e realização<br />

quando trabalham para organizações com<br />

“fortes padrões éticos e sociais” (Hesse & Olsen,<br />

2017).<br />

Desta forma, Hesse e Olsen referem que estes<br />

cenários podem parecer “improváveis” ou até<br />

mesmo “caprichosos”, no entanto defendem que<br />

o futuro é incerto e que “as respostas podem<br />

não parecer óbvias hoje”, mas é a partir da<br />

construção de diversos cenários que se deve<br />

“enfrentar o futuro do trabalho com um maior<br />

senso de confiança”.<br />

Sendo assim, como devem os jovens, as<br />

empresas e os próprios governos<br />

preparar-se para a incerteza<br />

existente no mercado de trabalho,<br />

ainda mais com as consequências<br />

da pandemia Covid-19? Neste<br />

novo contexto, pela primeira<br />

vez nos últimos anos, a criação<br />

de empregos está começando a<br />

ser ultrapassada pela destruição<br />

e este fator está prestes a afetar<br />

os trabalhadores desfavorecidos<br />

com particular ferocidade, alerta<br />

o relatório do Fórum Económico<br />

Mundial. Este relatório indica<br />

que à medida que os números<br />

do desemprego aumentam,<br />

surge cada vez mais a urgência<br />

para expandir a proteção<br />

social, incluindo apoio para os<br />

trabalhadores que necessitam ser<br />

realocados enquanto navegam em<br />

direção a novas oportunidades<br />

no mercado de trabalho e para os<br />

‘empregos de amanhã’. Abordando<br />

os atuais desafios apresentados<br />

pelo COVID-19, em conjunto<br />

com a rutura representada pela<br />

mudança tecnológica, isto requer<br />

uma inovação do serviço público<br />

para o benefício de trabalhadores<br />

afetados em todos os lugares.<br />

É neste sentido que o Fórum<br />

Económico Mundial defende que<br />

“os governos devem buscar uma<br />

abordagem holística, criando<br />

ligações ativas e coordenação<br />

entre provedores de educação,<br />

habilidades, trabalhadores e<br />

empregadores, e garantindo<br />

eficaz colaboração entre<br />

agências de emprego, governos<br />

regionais e governos nacionais”<br />

(2020, p. 49).<br />

Bibliografia:<br />

Institute for the Future. (2014).<br />

The Future of Youth Employment.<br />

Retrieved from https://www.iftf.<br />

org/our-work/global-landscape/<br />

work/the-future-of-youthemployment/<br />

Forum Económico Mundial<br />

(2020). The Future of Jobs.<br />

Retrieved from https://www.<br />

weforum.org/reports/the-futureof-jobs-report-2020<br />

Hesse, Jeff; Olsen, Jeff. (2017,<br />

dezembro, 18). What will work<br />

look like in 2030? Retrieved from<br />

https://www.strategy-business.<br />

com/article/What-Will-Work-<br />

Look-Like-in-2030<br />

058 NOABR21 NOABR21 059

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