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NOREVISTA ABRIL 2021

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REPORTAGEM<br />

ARTIGO TEMÁTICO REPORTAGEM<br />

| CIÊNCIA<br />

e deficitário para que fosse<br />

possível produzir micélio nas<br />

quantidades adequadas”.<br />

Esta invenção, desenvolvida na<br />

Universidade de Évora, referese<br />

assim ao processo que permite<br />

melhorar o isolamento e a<br />

manutenção da cultura de micélio de<br />

espécies do género Terfezia. Este<br />

género é considerado o mais<br />

diverso, rico em número de<br />

espécies, do grupo das “trufasdo-deserto”.<br />

“Conseguimos<br />

melhorar as taxas de<br />

isolamento e aumentar a<br />

proliferação de Terfezia spp de<br />

forma confiável e reproduzível”<br />

destaca assim a investigadora da<br />

academia eborense.<br />

“Esta investigação lançou ainda<br />

as bases para uma nova forma<br />

de produção de alimentos com<br />

propriedades nutracêuticas”<br />

destaca a Investigadora referindo-se à<br />

combinação dos termos “nutrição” e<br />

“farmacêutica” mostrando utilidade,<br />

entre outros para o sector agroflorestal<br />

e “que permitirá a<br />

exploração sustentável deste<br />

recurso micológico, de uma<br />

forma sustentável, resiliente e<br />

economicamente rentável”.<br />

Celeste Santos e Silva frisa ainda que<br />

a disseminação de plantas inoculadas<br />

com Terfezia spp., “previne a<br />

desertificação e erosão do<br />

solo, reforça a integridade<br />

e a multifuncionalidade<br />

da paisagem e permite a<br />

recuperação de áreas ardidas e/<br />

ou com solos degradados’’.<br />

A concretização desta nova forma de<br />

produção assegura a investigadora<br />

do MED “possibilitará a<br />

criação de mais emprego,<br />

invertendo a tendência atual<br />

para a desertificação das áreas<br />

rurais”.<br />

Investigadores descobrem novas<br />

espécies de túberas<br />

Foi também no âmbito do projeto<br />

“Micorrização de Cistus spp com<br />

Terfezia arenaria (Moris) Trappe<br />

e sua aplicação na produção<br />

de túberas”, que o grupo de<br />

investigadores liderados por<br />

Celeste Santos e Silva realizou uma<br />

prospecção exaustiva na procura de<br />

túberas e descreveu duas novas<br />

espécies para a ciência, referimonos<br />

a Terfezia lusitanica e Terfezia<br />

solaris-libera.<br />

“É muito difícil identificar<br />

novas espécies dadas a<br />

características morfológicas de<br />

Terfezia, que são visualmente<br />

muito semelhantes entre si, e<br />

aqui a biologia molecular foi<br />

absolutamente fundamental”<br />

explica a investigadora destacando<br />

que foi possível “atualizar e resolver<br />

problemas sobre a taxonomia e<br />

filogenia (relação evolutiva entre<br />

grupos de organismos), deste género”.<br />

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