NOREVISTA ABRIL 2021
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
REPORTAGEM<br />
REPORTAGEM<br />
Futuro e possíveis<br />
cenários<br />
Apesar de ressalvarem que as<br />
perspetivas, naquela altura, já<br />
permitiam algum otimismo, a<br />
recuperação dos níveis dos fluxos<br />
turísticos verificados em 2019, segundo<br />
a ETC e a TE, “só ocorrerá entre 2023<br />
e 2025”. Para ambas as entidades,<br />
os desafios colocados à distribuição<br />
da vacina influenciarão o nível de<br />
recuperação e os impactos da recessão<br />
económica farão, em última instância,<br />
retrair a procura, especialmente nas<br />
viagens de curta distância.<br />
Ainda sobre o Anuário de Tendências<br />
do Turismo de 2020, consta um<br />
artigo de opinião de Peter Tarlow,<br />
presidente das empresas Tourism &<br />
More e SaferTourism, que defendia<br />
que o turismo não pode estar em<br />
“hibernação” de forma prolongada.<br />
Apesar de Peter Tarlow reconhecer<br />
que o futuro do setor é ainda uma<br />
incógnita, explicou que existem dois<br />
cenários: uma escola de pensadores<br />
que acredita que o turismo sofrerá<br />
grandes mudanças e que não voltará<br />
aos padrões que existiam antes da<br />
pandemia vs os defensores de que, após<br />
o confinamento obrigatório e assim<br />
que lhes seja permitido, os turistas<br />
vão ter um enorme desejo de viver,<br />
acumular experiências e viajar. “Numa<br />
análise global, acredita-se que haverá<br />
uma conjugação destes dois pressupostos.<br />
Espera-se que alguns segmentos do<br />
mercado queiram viajar brevemente<br />
para destinos internacionais, enquanto<br />
outros vão apostar nas férias locais/<br />
domésticas”.<br />
Também as conclusões da ETC e da<br />
TE explicam que os turistas optarão,<br />
inicialmente, por viagens de proximidade,<br />
sobretudo turismo doméstico e<br />
sobrevalorizando os modos de viagem<br />
sustentáveis e as viagens de lazer<br />
liderarão o processo de recuperação do<br />
turismo, relegando o turismo de negócios<br />
para uma posição de menor relevância.<br />
Na publicação do “Guia para a Retoma<br />
do Turismo”, autoria do Instituto de<br />
Planeamento e Desenvolvimento do<br />
Turismo (IPDT), a Secretária de Estado<br />
do Turismo defende que, ultrapassada<br />
a fase da pandemia, é preciso reforçar<br />
esforços no sentido de retomar o caminho<br />
que estava a ser trilhado na prossecução<br />
das metas da Estratégia Turismo 2027,<br />
“inovando e trabalhando para que<br />
Portugal seja reconhecido como líder do<br />
turismo do futuro”.<br />
Para Rita Marques, é preciso inovar<br />
na oferta, adaptando-a às novas<br />
tendências da procura. Será certo que<br />
o cliente de ontem não será o mesmo<br />
que o de amanhã, que procurará,<br />
em primeiro lugar, mais<br />
segurança: “a implementação de uma<br />
política de informação que permita uma<br />
comunicação clara quanto à identificação<br />
066 NOABR21 NOABR21 067