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Para o professor da ESPM, a sintonia<br />
po<strong>de</strong> vir da gestão operacional, a exemplo<br />
do que fez o Grupo LVMH, o maior<br />
grupo <strong>de</strong> luxo do mundo, que controla<br />
a Louis Vuitton, Dior, Tiffany e Moët &<br />
Chandon. “Os executivos da LVMH conseguiram<br />
i<strong>de</strong>ntificar bons ativos <strong>de</strong> grifes<br />
<strong>de</strong> luxo com sinergia <strong>de</strong> gestão, facilitando<br />
o acesso ao mercado e atraindo<br />
negociações sinérgicas <strong>de</strong> público em<br />
marcas que não são concorrentes”, pontua<br />
Be<strong>de</strong>ndo.<br />
O especialista em transformação <strong>de</strong><br />
negócios Sandro Magaldi reconhece ganhos<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>,<br />
mas elenca a integração <strong>de</strong> culturas<br />
como fator <strong>de</strong>terminante para o sucesso<br />
<strong>de</strong> um acordo <strong>de</strong>sse porte. “Cada uma<br />
<strong>de</strong>ssas empresas tem o seu ‘modo <strong>de</strong> ser<br />
e fazer’, que é a cultura organizacional.<br />
Para que as potenciais vantagens da fusão<br />
se reflitam, <strong>de</strong> fato, em resultados, a<br />
li<strong>de</strong>rança precisará harmonizar as diversas<br />
culturas e fazer as transformações<br />
necessárias. É aqui que se ganha ou se<br />
per<strong>de</strong> o jogo”, sinaliza Magaldi.<br />
A aquisição da Pixar pela Disney em<br />
2006 é um exemplo. Magaldi lembra que<br />
o grupo <strong>de</strong> mídia tinha uma cultura engessada,<br />
e a fusão ajudou a “trazer a empresa<br />
para o século 21, o que eles fizeram<br />
com gran<strong>de</strong> sucesso”, avalia.<br />
Embora já tenha conduzido processos<br />
vitoriosos - como a absorção da carioca<br />
Reserva, em 2020 - a Arezzo&Co encara,<br />
<strong>de</strong>sta vez, um negócio mais difícil porque<br />
“envolve marcas tradicionais, com culturas<br />
organizacionais bem <strong>de</strong>finidas e bem<br />
diferentes entre si. Será um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
anos, não <strong>de</strong> meses. Esse po<strong>de</strong> vir a ser o<br />
negócio da década, mas a gestão precisará<br />
ter cuidado para não pôr tudo a per<strong>de</strong>r”,<br />
adverte Magaldi.<br />
Marcos Be<strong>de</strong>ndo, da ESPM: serviços em busca <strong>de</strong> diferenciação<br />
O executivo acredita que operações<br />
societárias serão cada vez mais frequentes<br />
no varejo, “setor massacrado por<br />
margens <strong>de</strong> lucro pequenas, que agora<br />
enfrenta a concorrência dos e-commerces<br />
internacionais, como a Shein, que<br />
fizeram um estrago brutal ao oferecer<br />
preços competitivos com operação bem<br />
estruturada”, constata Magaldi.<br />
pedra no sapato<br />
A moda brasileira experimenta um<br />
momento enviesado. Nos últimos anos,<br />
re<strong>de</strong>s como Marisa e Riachuelo fecharam<br />
lojas. Outras se endividaram ou apresentaram<br />
resultados aquém do esperado. E<br />
ainda tiveram <strong>de</strong> investir no ambiente<br />
Stellantis<br />
reforça presença<br />
e constância<br />
na vida dos<br />
motoristas<br />
Os pneus <strong>de</strong>ram origem à re<strong>de</strong> DPaschoal, que foi fundada por Donato Paschoal na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas (SP) no ano <strong>de</strong> <strong>19</strong>49<br />
Sandro Magaldi: fusão traz <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> anos, não <strong>de</strong> meses<br />
Fotos: Divulgação<br />
online para não per<strong>de</strong>r terreno. Hoje, a<br />
transformação digital ancora, por exemplo,<br />
a estratégia <strong>de</strong> negócios da C&A a fim<br />
<strong>de</strong> equilibrar a jornada <strong>de</strong> compra física e<br />
no e-commerce.<br />
As brasileiras têm no seu encalço a<br />
Shein que, segundo estimativas do BTG<br />
Pactual, faturou R$ 10 bilhões no Brasil em<br />
2023. Produção veloz, engajamento com<br />
as novas gerações e preços acessíveis<br />
estão entre os diferenciais competitivos<br />
do negócio, cujo mo<strong>de</strong>lo é sustentado<br />
por pequenas escalas. A empresa fabrica<br />
lotes <strong>de</strong> cem a 200 unida<strong>de</strong>s por produto<br />
e monitora a receptivida<strong>de</strong> do mercado.<br />
Só as peças com <strong>de</strong>manda certa ganham<br />
volume produtivo.<br />
Marca <strong>de</strong> origem chinesa baseada<br />
em Cingapura, a Shein absorveu no ano<br />
passado a Forever 21, em acordo fechado<br />
com a Sparc, dona também da Reebok e<br />
Nautica. E reforçou a sua engrenagem no<br />
Brasil. Inaugurou escritório em São Paulo<br />
em abril <strong>de</strong> 2023 e apenas seis meses <strong>de</strong>pois<br />
já tinha mais <strong>de</strong> 300 fábricas parceiras,<br />
além <strong>de</strong> coleções confeccionadas especialmente<br />
para o perfil das brasileiras.<br />
A produção nacional <strong>de</strong>ve representar<br />
85% do total das vendas no Brasil até<br />
2026, gerando mais <strong>de</strong> cem mil empregos<br />
diretos e indiretos a partir <strong>de</strong> aliança com<br />
duas mil fábricas. “Incorporar a produção<br />
local foi uma <strong>de</strong>cisão bastante estratégica,<br />
pois o país está entre os cinco maiores<br />
mercados no mundo para a empresa<br />
e possui uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> têxtil e<br />
mão <strong>de</strong> obra qualificada”, <strong>de</strong>clarou à época<br />
Fabiana Magalhães, diretora <strong>de</strong> produção<br />
local da Shein Brasil.<br />
jornal propmark - <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 29