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edição de 19 de fevereiro de 2024

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esg no mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Depois do Carnaval<br />

A segunda quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong>ve marcar<br />

o início <strong>de</strong> um ano que po<strong>de</strong> ser especial<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

Dizem que o Brasil só começa a funcionar mesmo<br />

<strong>de</strong>pois do Carnaval. Então, que bom que neste<br />

ano a folia acontece na primeira quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>,<br />

<strong>de</strong>stravando logo a agitação <strong>de</strong> negócios.<br />

É claro que isso não é totalmente verda<strong>de</strong>. O Carnaval,<br />

em si, é gerador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> movimentação financeira,<br />

principalmente no turismo. Tive a chance <strong>de</strong> conhecer<br />

a Expo Carnaval, um evento focado no business Carnaval.<br />

Aconteceu em Salvador, Bahia, no fim <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2023, e eu fui chamado pela organizadora Zum Brazil para<br />

aplicar um olhar ESG no evento, além <strong>de</strong> palestrar por lá.<br />

Fiquei impressionado com o espectro <strong>de</strong> interesses<br />

em torno da nossa festa maior.<br />

Só em São Paulo são mais <strong>de</strong> 200 blocos nas ruas,<br />

além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile que só cresce em qualida<strong>de</strong>. No Rio,<br />

além do grandioso <strong>de</strong>sfile das escolas <strong>de</strong> samba, são <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> blocos ocupando as ruas.<br />

Bahia, Pernambuco e outros estados também vivem<br />

esse período em total ebulição.<br />

Somado ao turismo <strong>de</strong> verão, o momento faz a festa<br />

da indústria <strong>de</strong> bebidas e <strong>de</strong> turismo, em geral. Mas<br />

é fato que, para outros setores, há um certo compasso<br />

<strong>de</strong> espera.<br />

Muita gente aproveita o primeiro bimestre para tirar<br />

férias e as reuniões são agendadas para <strong>de</strong>pois do<br />

Carnaval. Para quem tem pressa <strong>de</strong> agitar negócios, dá<br />

uma certa impaciência com tanta gente fora <strong>de</strong> ação<br />

profissional.<br />

Teremos um ano espremido por eleições municipais,<br />

que também costumam atrapalhar alguns negócios.<br />

Então, o jeito é ocupar todos os dias possíveis entre<br />

março e novembro. A indústria <strong>de</strong> eventos que o diga.<br />

Depois <strong>de</strong> um 2023 excepcional, o mercado <strong>de</strong> eventos<br />

disputa datas para acomodar todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

previstas em mais um ano promissor.<br />

Apesar das turbulências políticas, é preciso admitir<br />

que a macroeconomia estabelece bases alvissareiras<br />

para a economia brasileira.<br />

O nosso incensado agro <strong>de</strong>ve ter um pequeno tropeço,<br />

em função do clima menos favorável em 2023, mas<br />

nada muito dramático.<br />

O programa Nova Economia, lançado pelo governo,<br />

não agradou a todos, mas traz estímulos importantes.<br />

Com base nisso tudo, economistas reveem suas previsões,<br />

apontando para um crescimento maior em <strong>2024</strong><br />

do que o esperado meses atrás.<br />

Vamos então surfar essa onda que chega no pós-<br />

-Carnaval. Mas vamos aproveitar com responsabilida<strong>de</strong>.<br />

É meu papel aqui neste espaço lembrar sempre a importância<br />

do momento que estamos vivendo.<br />

A contagem regressiva para 2030, <strong>de</strong>adline estabelecido<br />

pelo Pacto Global da ONU para se alcançar<br />

metas ambiciosas, expressas nos 17 ODS (Objetivos <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Sustentável), e principalmente em<br />

relação às questões climáticas, tem um ano a menos<br />

para contar.<br />

Agora faltam apenas seis anos para evitarmos um<br />

aquecimento global que supere 1,5°C, em relação ao período<br />

pré-industrial.<br />

Luta difícil, com a percepção <strong>de</strong> que já estamos superando<br />

a barreira <strong>de</strong> 1°C <strong>de</strong> aquecimento, estando mais<br />

próximos do limite do que nunca. Há quem diga até que<br />

já estamos batendo no aquecimento limite <strong>de</strong> 1,5°C.<br />

Mas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da pressão (e até por causa<br />

<strong>de</strong>la), o Brasil tem muito a aproveitar, já que é um<br />

protagonista da transição energética e da preservação<br />

ambiental.<br />

É inevitável tocarmos nossos negócios com um olhar<br />

atento às <strong>de</strong>mandas, mas também nas oportunida<strong>de</strong>s<br />

que se apresentarão neste ano que, entre outras coisas,<br />

será <strong>de</strong> preparação para sediar a COP 30, que será realizada<br />

no ano que vem, em Belém, Pará.<br />

A segunda quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong>ve marcar o verda<strong>de</strong>iro<br />

início <strong>de</strong> um ano que po<strong>de</strong> ser especial. Po<strong>de</strong> ser<br />

o ano das regulamentações do comércio <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong><br />

carbono e da maturida<strong>de</strong> ESG nas empresas.<br />

É isso aí! Depois do Carnaval é hora <strong>de</strong> botar outro<br />

bloco na rua: o Bloco do Crescimento Sustentável e Inclusivo.<br />

Bora lá?<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

jornal propmark - <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 41

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