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esg no mkt<br />
Alê Oliveira<br />
Depois do Carnaval<br />
A segunda quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong>ve marcar<br />
o início <strong>de</strong> um ano que po<strong>de</strong> ser especial<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
Dizem que o Brasil só começa a funcionar mesmo<br />
<strong>de</strong>pois do Carnaval. Então, que bom que neste<br />
ano a folia acontece na primeira quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>,<br />
<strong>de</strong>stravando logo a agitação <strong>de</strong> negócios.<br />
É claro que isso não é totalmente verda<strong>de</strong>. O Carnaval,<br />
em si, é gerador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> movimentação financeira,<br />
principalmente no turismo. Tive a chance <strong>de</strong> conhecer<br />
a Expo Carnaval, um evento focado no business Carnaval.<br />
Aconteceu em Salvador, Bahia, no fim <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />
2023, e eu fui chamado pela organizadora Zum Brazil para<br />
aplicar um olhar ESG no evento, além <strong>de</strong> palestrar por lá.<br />
Fiquei impressionado com o espectro <strong>de</strong> interesses<br />
em torno da nossa festa maior.<br />
Só em São Paulo são mais <strong>de</strong> 200 blocos nas ruas,<br />
além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile que só cresce em qualida<strong>de</strong>. No Rio,<br />
além do grandioso <strong>de</strong>sfile das escolas <strong>de</strong> samba, são <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> blocos ocupando as ruas.<br />
Bahia, Pernambuco e outros estados também vivem<br />
esse período em total ebulição.<br />
Somado ao turismo <strong>de</strong> verão, o momento faz a festa<br />
da indústria <strong>de</strong> bebidas e <strong>de</strong> turismo, em geral. Mas<br />
é fato que, para outros setores, há um certo compasso<br />
<strong>de</strong> espera.<br />
Muita gente aproveita o primeiro bimestre para tirar<br />
férias e as reuniões são agendadas para <strong>de</strong>pois do<br />
Carnaval. Para quem tem pressa <strong>de</strong> agitar negócios, dá<br />
uma certa impaciência com tanta gente fora <strong>de</strong> ação<br />
profissional.<br />
Teremos um ano espremido por eleições municipais,<br />
que também costumam atrapalhar alguns negócios.<br />
Então, o jeito é ocupar todos os dias possíveis entre<br />
março e novembro. A indústria <strong>de</strong> eventos que o diga.<br />
Depois <strong>de</strong> um 2023 excepcional, o mercado <strong>de</strong> eventos<br />
disputa datas para acomodar todas as ativida<strong>de</strong>s<br />
previstas em mais um ano promissor.<br />
Apesar das turbulências políticas, é preciso admitir<br />
que a macroeconomia estabelece bases alvissareiras<br />
para a economia brasileira.<br />
O nosso incensado agro <strong>de</strong>ve ter um pequeno tropeço,<br />
em função do clima menos favorável em 2023, mas<br />
nada muito dramático.<br />
O programa Nova Economia, lançado pelo governo,<br />
não agradou a todos, mas traz estímulos importantes.<br />
Com base nisso tudo, economistas reveem suas previsões,<br />
apontando para um crescimento maior em <strong>2024</strong><br />
do que o esperado meses atrás.<br />
Vamos então surfar essa onda que chega no pós-<br />
-Carnaval. Mas vamos aproveitar com responsabilida<strong>de</strong>.<br />
É meu papel aqui neste espaço lembrar sempre a importância<br />
do momento que estamos vivendo.<br />
A contagem regressiva para 2030, <strong>de</strong>adline estabelecido<br />
pelo Pacto Global da ONU para se alcançar<br />
metas ambiciosas, expressas nos 17 ODS (Objetivos <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Sustentável), e principalmente em<br />
relação às questões climáticas, tem um ano a menos<br />
para contar.<br />
Agora faltam apenas seis anos para evitarmos um<br />
aquecimento global que supere 1,5°C, em relação ao período<br />
pré-industrial.<br />
Luta difícil, com a percepção <strong>de</strong> que já estamos superando<br />
a barreira <strong>de</strong> 1°C <strong>de</strong> aquecimento, estando mais<br />
próximos do limite do que nunca. Há quem diga até que<br />
já estamos batendo no aquecimento limite <strong>de</strong> 1,5°C.<br />
Mas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da pressão (e até por causa<br />
<strong>de</strong>la), o Brasil tem muito a aproveitar, já que é um<br />
protagonista da transição energética e da preservação<br />
ambiental.<br />
É inevitável tocarmos nossos negócios com um olhar<br />
atento às <strong>de</strong>mandas, mas também nas oportunida<strong>de</strong>s<br />
que se apresentarão neste ano que, entre outras coisas,<br />
será <strong>de</strong> preparação para sediar a COP 30, que será realizada<br />
no ano que vem, em Belém, Pará.<br />
A segunda quinzena <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong>ve marcar o verda<strong>de</strong>iro<br />
início <strong>de</strong> um ano que po<strong>de</strong> ser especial. Po<strong>de</strong> ser<br />
o ano das regulamentações do comércio <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong><br />
carbono e da maturida<strong>de</strong> ESG nas empresas.<br />
É isso aí! Depois do Carnaval é hora <strong>de</strong> botar outro<br />
bloco na rua: o Bloco do Crescimento Sustentável e Inclusivo.<br />
Bora lá?<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
é sócio-fundador da ESG4<br />
alexis@criativista.com.br<br />
jornal propmark - <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 41