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Perspectivas Sobre o Controle da Infraestrutura - Livro Digital

Com textos de membros de órgãos de controle, profissionais do setor privado, acadêmicos e pesquisadores e membros de organizações da sociedade civil, o livro é organizado em duas partes, uma primeira dedicada às contratações públicas de infraestrutura e, a segunda, à promoção da integridade e controle de questões socioambientais no setor da infraestrutura.

Com textos de membros de órgãos de controle, profissionais do setor privado, acadêmicos e pesquisadores e membros de organizações da sociedade civil, o livro é organizado em duas partes, uma primeira dedicada às contratações públicas de infraestrutura e, a segunda, à promoção da integridade e controle de questões socioambientais no setor da infraestrutura.

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Parte II Promoção <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de e questões socioambientais em infraestrutura<br />

Proposta Preliminar<br />

A importância <strong>da</strong> análise estratégica preliminar<br />

Proposta Detalha<strong>da</strong><br />

Proposta Completa<br />

Capaci<strong>da</strong>de de Influenciar<br />

Resultados<br />

Avaliação<br />

Estratégica<br />

Justificativa de<br />

Intervenção<br />

Estratégia de<br />

Contratação<br />

Decisão<br />

de Investimento<br />

Início de<br />

Operações<br />

Avaliação<br />

de Benefícios<br />

Fonte: (GARZÓN et al., 2023).<br />

2.2 A NECESSIDADE DE UM LICENCIAMENTO<br />

AMBIENTAL TRANSPARENTE E<br />

PARTICIPATIVO: O CASO DA OPERAÇÃO DA<br />

UHE BELO MONTE E O MONITORAMENTO<br />

AMBIENTAL E TERRITORIAL INDEPENDENTE<br />

DA VOLTA GRANDE DO XINGU<br />

Em 2016, foi inaugura<strong>da</strong> a operação comercial <strong>da</strong><br />

UHE Belo Monte e, com isso, a vazão do rio Xingu<br />

na região <strong>da</strong> Volta Grande do Xingu (“VGX”), trecho<br />

natural do rio Xingu com cerca de 100 quilômetros<br />

de extensão habitado por ribeirinhos e indígenas,<br />

passou a ser determina<strong>da</strong> de forma artificial pela<br />

concessionária Norte Energia S.A, por meio do<br />

desvio do fluxo natural do rio para atendimento<br />

do reservatório principal <strong>da</strong> UHE Belo Monte.<br />

O regime de controle <strong>da</strong> vazão do rio Xingu foi<br />

denominado “Hidrograma” e foi definido como<br />

condicionante <strong>da</strong>s licenças ambientais <strong>da</strong> usina,<br />

após sugestão do empreendedor, tornando-se<br />

a principal medi<strong>da</strong> para mitigação dos impactos<br />

socioambientais sobre o ecossistema <strong>da</strong> VGX e as<br />

populações que dependem do rio Xingu.<br />

Desde 2014, indígenas Juruna (Yudjá) e pesquisadores<br />

iniciaram um monitoramento<br />

independente de indicadores de quali<strong>da</strong>de<br />

ambiental, chamado de Monitoramento Ambiental<br />

e Territorial Independente <strong>da</strong> Volta Grande<br />

do Xingu (“MATI-VGX”), com o objetivo de avaliar<br />

como o Hidrograma, que desviaria entre 70%<br />

a 80% <strong>da</strong> vazão histórica natural do rio Xingu,<br />

impactaria a região (PEZZUTI et al., 2018, p. 17).<br />

Em 2019, as informações coleta<strong>da</strong>s e analisa<strong>da</strong>s<br />

pelo MATI-VGX confirmaram que o Hidrograma<br />

aplicado pela concessionária inviabiliza a<br />

ocorrência <strong>da</strong> reprodução dos peixes, mais<br />

especificamente <strong>da</strong>s piracemas (MOUTINHO,<br />

2023), comprometendo processos ecológicos e os<br />

modos de vi<strong>da</strong> dos povos e comuni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> VGX.<br />

PERSPECTIVAS SOBRE O CONTROLE DA INFRAESTRUTURA 87

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