edição de 11 de março de 2024
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Fotos: Divulgação<br />
Allan Barros, da Pullse: queda da inadimplência Aline Oliveira, da Americanas: emprego e renda Bernardo Leão, do Magalu: marca com lastro social<br />
da banda Mamonas Assassinas, lançada no fim dos anos<br />
1990. A canção ganhou releitura para a Black Friday da<br />
marca no ano passado.<br />
Com os garotos-propaganda Fabiano Augusto e CB, a<br />
ação gravada no Centro <strong>de</strong> Distribuição do Grupo Casas<br />
Bahia, em Jundiaí (SP), foi criada pela Pullse. A agência<br />
pertencente ao Grupo Dreamers conquistou a conta da<br />
varejista em julho <strong>de</strong> 2023 - a empresa foi atendida pela<br />
VMLY&R, hoje VML, por mais <strong>de</strong> duas décadas - e voltou<br />
a se comunicar por meio <strong>de</strong> uma frase nunca esquecida<br />
pelos consumidores.<br />
DeDicação<br />
“A retomada do ‘Dedicação total a você’ resgata mais<br />
do que apenas um slogan, e sim um posicionamento<br />
estratégico da companhia: a visão <strong>de</strong> que os consumidores<br />
sempre estiveram no centro do negócio”, comenta<br />
Vivian. A meta é oferecer uma experiência omnicanal<br />
<strong>de</strong> compra única para os clientes, “seja como, quando e<br />
on<strong>de</strong> eles quiserem, reforçando os pilares que fizeram<br />
da Casas Bahia uma referência no varejo nacional”, complementa<br />
Vivian.<br />
Com mais <strong>de</strong> 70 anos <strong>de</strong> história, hoje a marca tenta<br />
manter o mesmo vínculo, antecipando tendências<br />
<strong>de</strong> consumo e comportamento. Mas a conexão com as<br />
novas gerações é um <strong>de</strong>safio. “Desenvolvemos recentemente<br />
o CB, brand persona e digital influencer da Casas<br />
Bahia, que tem uma linguagem jovem e transita entre o<br />
real e o virtual, conseguindo aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sses dois mundos”, explica Vivian. A varejista trabalha<br />
ainda com influenciadores especializados em <strong>de</strong>coração,<br />
tecnologia, lifestyle, beleza, culinária e games,<br />
entre outros setores capazes <strong>de</strong> garantir engajamento.<br />
“A Casas Bahia é a casa <strong>de</strong> todos os brasileiros. Buscamos<br />
conversar com o público <strong>de</strong> diversas maneiras, com<br />
o trabalho <strong>de</strong> marketing nos canais off e online a partir<br />
das re<strong>de</strong>s sociais, televisão, rádio e até mesmo com carros<br />
<strong>de</strong> som ou estratégias <strong>de</strong> comunicação específicas<br />
para as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> cada município ou região”, afirma<br />
Vivian. A verba <strong>de</strong> mídia da marca é avaliada pelo mercado<br />
em cerca <strong>de</strong> R$ 340,3 milhões.<br />
Na era em que o consumidor inicia a compra <strong>de</strong> um<br />
produto na internet e termina na loja física, ou vice-versa,<br />
a omnicanalida<strong>de</strong> é fundamental para potencializar<br />
“O potencial da data<br />
é para se transformar<br />
em uma Black Friday”<br />
as vendas por meio da integração <strong>de</strong> site, aplicativo e<br />
lojas físicas. Com o serviço ‘Me chama no zap’, por exemplo,<br />
os compradores da Casas Bahia po<strong>de</strong>m esclarecer<br />
dúvidas ou fazer pedidos pelo WhatsApp a um ven<strong>de</strong>dor<br />
baseado na loja mais próxima. “A conversa acontece com<br />
pessoas reais, ou seja, o atendimento se torna mais rápido,<br />
natural, consultivo e personalizado”, observa Vivian.<br />
Já a loja laboratório CB Marginal Tietê, inaugurada em<br />
2021, funciona como um centro <strong>de</strong> insights para análise<br />
<strong>de</strong> comportamento. Saber on<strong>de</strong> as pessoas passam<br />
mais tempo e seus produtos preferidos ajuda a implementar<br />
tecnologias para aprimorar experiências. Hoje,<br />
a Casas Bahia possui mais <strong>de</strong> 900 lojas em 21 estados,<br />
além do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, que neste mês do consumidor<br />
estão empenhadas em promover <strong>de</strong>scontos, prazos <strong>de</strong><br />
pagamento facilitados, serviços e seguros, entre outros<br />
benefícios. “Com certeza, será a campanha mais forte do<br />
nosso primeiro trimestre pela importância que a data<br />
tem pra gente”, revela Vivian.<br />
O Dia do Consumidor ganhou visibilida<strong>de</strong> nos últimos<br />
quatro anos, e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve aumentar nos próximos.<br />
“O potencial da data é para se transformar em uma<br />
Black Friday”, acredita Allan Barros, CEO da Pullse e da<br />
plataforma <strong>de</strong> comunicação compartilhada Aceleraí, que<br />
viabiliza a produção <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> varejo com celebrida<strong>de</strong>s<br />
para microanunciantes regionais. Hoje, já são<br />
quase cinco mil clientes. “Essa é a primeira vez que vejo<br />
uma chamada <strong>de</strong> conteúdo mais agressiva para o Dia do<br />
Consumidor. Vai virar uma data cada vez mais quente no<br />
varejo”, prevê Barros.<br />
Durante todo o mês <strong>de</strong> março, a Casas Bahia terá<br />
ciclos semanais <strong>de</strong> promoções <strong>de</strong>dicadas aos clientes,<br />
especialmente para quem já é consumidor. “A marca<br />
nasceu <strong>de</strong>sse DNA. É da época em que as pessoas eram<br />
chamadas <strong>de</strong> fregueses e não consumidores. Foi precursora<br />
do carnê, dando crédito até para quem não tinha<br />
documento”, relembra Barros.<br />
Desilusão<br />
Ao longo dos anos, a oferta <strong>de</strong> crédito saiu das mãos<br />
dos varejistas para os bancos, esfriando a relação. O laço<br />
voltou a apertar após a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19. “O varejo<br />
retomou esse contato com o cliente, essa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
querer enten<strong>de</strong>r a questão do crédito para proporcionar<br />
a compra <strong>de</strong> um bem durável. Só que, agora, com uma<br />
política <strong>de</strong> crédito diferente”, pontua Barros. Há planos<br />
<strong>de</strong> até 30 pagamentos no cartão e no carnê, aten<strong>de</strong>ndo<br />
a massa mais sofrida da população. Para boa parte dos<br />
brasileiros, o preço à vista criado pelo ambiente <strong>de</strong> comparação<br />
da internet é irreal.<br />
“Vem muita novida<strong>de</strong> para alongar prazos”, sinaliza<br />
Barros, confiante nos indicadores positivos da economia.<br />
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% em<br />
2023, para R$ 10,9 trilhões, segundo dados do IBGE anunciados<br />
no último dia 1º <strong>de</strong> março. Acima das previsões do<br />
mercado, o <strong>de</strong>sempenho foi puxado pela agropecuária,<br />
mas com estagnação no quarto trimestre.<br />
A expectativa do governo para este ano é <strong>de</strong> uma<br />
expansão ao redor <strong>de</strong> 2,2%, com espaço para corte <strong>de</strong><br />
juros e retomada <strong>de</strong> investimentos. O consumo das famílias<br />
aumentou 3,1% em relação a 2022, alavancado por<br />
empregos e <strong>de</strong>saceleração dos índices inflacionários. “A<br />
estabilização e possível queda da inadimplência dá mais<br />
segurança para o varejo, ao lado da trajetória <strong>de</strong> queda<br />
dos juros. Todas as re<strong>de</strong>s tiveram muitas dificulda<strong>de</strong>s<br />
nos últimos dois anos por conta dos juros altos”, reconhece<br />
Barros.<br />
Com 30 anos <strong>de</strong> experiência no setor, o executivo testemunhou<br />
crises variadas. Ora no consumo, cuja solução<br />
era dar crédito. Ora <strong>de</strong> crédito ou inadimplência e juros<br />
altos, on<strong>de</strong> o caminho era acelerar o preço à vista em um<br />
mercado aquecido. “Mas não lembro <strong>de</strong> duas crises ocorrerem<br />
ao mesmo tempo, <strong>de</strong> consumo e crédito. É muito<br />
<strong>de</strong>safiador. Creio que este mês do consumidor po<strong>de</strong><br />
ser uma virada <strong>de</strong> chave, on<strong>de</strong> começamos a acreditar<br />
no cenário <strong>de</strong> juros menores, recuo da inadimplência e<br />
mais agressivida<strong>de</strong>”, espera Barros.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2024</strong> <strong>11</strong>