edição de 1º de abril de 2024

estudantes que já utilizam essa tecnologia
no Brasil demonstraram preocupação
com a possibilidade de receber respostas
incorretas ou informações erradas
das ferramentas disponíveis.
“A IA não é apenas uma ferramenta,
é uma parceira”, conta Elaine. “Se pensarmos
em uma simbiose homem e
máquina com os humanos fornecendo
à IA a criatividade, o senso de ética e a
capacidade de tomar decisões complexas
que a IA não possui. A IA, por sua vez,
pode fornecer aos humanos a capacidade
de processar grandes quantidades de
dados, realizar tarefas repetitivas com
precisão em alguns segundos e processar
dados complexos 24 horas por dia, 7
dias por semana. A adaptabilidade humana
será fundamental para que, em vez de
lutar com a IA, os profissionais passem a
usá-la em proveito próprio”, completa a
especialista.
Para ela, a IA não é uma ameaça, mas
sim uma ferramenta poderosa para impulsionar
a carreira dos profissionais da
mídia. O sucesso estará em desenvolver
as habilidades necessárias para trabalhar
com essa tecnologia de forma eficaz.
“A IA não substitui a criatividade humana,
mas sim a complementa. Profissionais
da mídia que combinam suas habilidades
com a IA serão os líderes do futuro
dessa indústria”, diz.
O Brasil está buscando aproveitar
uma grande oportunidade para aumentar
sua competitividade internacional
ao apoiar 35 projetos de pesquisa na
área de inteligência artificial (IA). Este
ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) anunciou a segunda edição
do Programa IA2 MCTI, com foco em
impulsionar a pesquisa e a inovação em
todo o país. Nos próximos 24 meses, es-
“A IA não é apenas
uma ferramenta,
é uma parceira”
Elaine Coimbra, CEO da WPP/Foster: “A IA não substitui a criatividade humana”
Unsplash
Brasil apoia 35 projetos de pesquisa na área de IA visando a aumentar competitividade
Divulgação
ses projetos, distribuídos em 14 estados
diferentes, passarão por um processo de
aceleração tecnológica, visando a gerar
impacto por meio do uso da IA.
DESAFIOS ÉTICOS
À medida que a IA se insere cada vez
mais no cenário midiático, não é possível
ignorar os complexos desafios éticos que
surgem nessa intersecção entre tecnologia
e informação. Enquanto o mercado se
surpreende com as capacidades da IA em
agilizar processos e personalizar experiências,
ainda existem questões profundas
sobre responsabilidade, privacidade
e manipulação.
“Embora a IA seja capaz de processar
grandes quantidades de dados e realizar
tarefas complexas, ela ainda tem dificuldade
em compreender sarcasmo, nuances,
contextos e emoções humanas. Essa
falta de compreensão pode levar a erros
de interpretação e resultados imprecisos”,
destaca Elaine.
Sendo assim, a aplicação da IA no mercado
de mídia, apesar de promissora, traz
consigo diversos desafios. A presença
de vieses nos algoritmos pode resultar
em discriminação e desigualdades, exigindo
medidas para mitigar esses efeitos.
Questões éticas como a privacidade
dos dados e a transparência na utilização
da tecnologia também representam
“É necessário
investir em
iniciativas
de educação
midiática”
desafios importantes.
“A disseminação de desinformação e
fake news por meio da IA é outro desafio
significativo que exige medidas para
combatê-las. É necessário investir em
iniciativas de educação midiática para
que o público possa discernir entre informações
confiáveis e fake news, além de
desenvolver ferramentas para detectar
e remover conteúdos manipulados das
plataformas online. É fundamental um
esforço conjunto entre empresas, governos
e sociedade civil para garantir que a
IA seja utilizada de forma responsável e
para o benefício de todos”, destaca a CEO
da WPP/Foster.
Vale destacar que, combater fake
news, especialmente as geradas por IA, é
uma preocupação de todo o mundo. No
Brasil, os parlamentares já estão se dedicando
à regulamentação da IA, pauta
considerada prioritária pelo presidente
da Câmara, Arthur Lira, e ao projeto de
combate às fake news, que já foi aprovado
pelo Senado. Ainda no Brasil, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) regulamentou
o uso de IA na propaganda de partidos,
coligações, federações partidárias, candidatas
e candidatos nas Eleições Municipais
de 2024.
Nos Estados Unidos, onde ocorre uma
eleição presidencial este ano, apenas
cinco estados americanos (Califórnia, Texas,
Michigan, Washington e Minnesota)
já aprovaram leis proibindo o uso de IA
em campanhas eleitorais, diz um levantamento
da Bloomberg.
As autoridades dos EUA já investigam
casos do uso de IA para tentar influenciar
o resultado das eleições presidenciais no
país, um problema que pode se repetir
no Brasil este ano e também nas próximas
eleições presidenciais - por isso
a preocupação em regulamentar o uso
dessas tecnologias.
Plataformas como o YouTube também
estão tomando providências para
combater as fake news. Recentemente,
o YouTube lançou uma nova ferramenta
no Creator Studio, que exige que os
criadores de conteúdo divulguem a seus
públicos se um vídeo realista foi feito
com inteligência artificial. A medida previne
que um usuário da plataforma seja
induzido a acreditar que o vídeo criado
por IA é real.
Para Elaine, um dos principais proble-
jornal propmark - 1º de abril de 2024 13