edição de 1º de abril de 2024

digital
Conteúdo nas mídias sociais e streaming
atingem 57% dos jovens no Brasil
Estudo da empresa de tecnologia e dados Kids Corp investigou hábitos
de consumo de mídia digital de crianças e adolescentes na América Latina
Janaina Langsdorff
A
martech argentina Kids Corp, especializada
em marketing digital
para o público infantojuvenil e
familiar, apresenta o relatório ‘As 10
tendências para 2024 - Under 18 (U18) e
suas famílias’, que traz soluções e dados
passíveis de serem aplicados em
campanhas, respeitando as normas
de privacidade para ações envolvendo
crianças e adolescentes até 18 anos.
“Tudo embasado com dados, preocupação
com segurança e conformidade
com as legislações vigentes, como a
Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD,
no Brasil. Pontos que garantem a eficiência
de estratégias de comunicação e
melhor uso do budget, para que não se
cruze nenhuma fronteira indesejada”,
adverte Ricardo Wako, country manager
da Kids Corp.
Segundo o documento, 57% dos menores
de 18 anos na América Latina estão
preocupados com a sua privacidade na
internet. A questão envolve possíveis revisões
de regras. Desde 2013, a Comissão
Federal de Comércio (FTC) dos Estados
Unidos estuda endurecer as normas da
Children’s Online Privacy Protection Act
(Coppa) a fim de evitar que as marcas
lucrem à custa dos dados de crianças,
que acessam a internet para brincar e
aprender.
O levantamento indica que sete em
cada dez dólares gastos em publicidade
para alcançar esse target são desperdiçados
quando se usa plataformas projetadas
para públicos acima de 18 anos.
“Não basta conversar com o target U18.
É preciso entender como os jovens se
comunicam e consomem comunicação,
publicidade e experiências de marca
no meio digital”, alerta Wako. O uso de
dados comportamentais, contextuais e
registros históricos de campanhas é fundamental
para direcionar campanhas.
A sedução dos games é inevitável, e
explica o índice de 42% que gastam dinheiro
no Fortnite, jogo da Epic Games,
e 33% na plataforma Roblox. Metaverso,
gamificação e integração de realidades
mistas se consolidam como estratégias
vitais, inclusive para os players de comér-
Crianças e adolescentes são cada vez mais seduzidos por experiências de marca imersivas, customizadas e personalizadas
cio eletrônico. “Modelos fixos e limitados
no tocante a experiências de marcas estão
perdendo espaço para experiências
mais imersivas, customizadas e personalizadas”,
avisa Wako.
O formato de assinaturas de plataformas
de jogos também desponta como
atrativo. Nos Estados Unidos, 68% dos
menores de 18 anos têm pelo menos
uma assinatura de videogame. No México,
o percentual pulou de 35% em 2022
para 42% em 2023.
O uso de dispositivos de realidade
virtual cresceu 23% nos Estados Unidos
no último ano. Sistemas de recompensa,
ações orientadas por engajamento e
senso de comunidade ajudam a ampliar
alcance e na retenção, enquanto tecnologias
de realidade estendida (RV, RA,
RM) e recursos de realidade aumentada
- como o Quest, da Meta; e o Vision Pro, da
Apple - estreitam relacionamentos.
Crianças e adolescentes participam
cada vez mais da decisão de assinar um
streaming. Quatro em cada dez pais confirmam
a influência. YouTube (78%), streaming
(56%), jogos de vídeo (62%) e TV
(34%) são as principais fontes de consumo,
transformando Netflix, Disney+, Max
e Prime Video em ambientes favoráveis
para a ação de marcas.
Recuperado após a pandemia da Co-
“Não basta
conversar. É
preciso entender
como os jovens
se comunicam”
vid-19, o cinema também anuncia oportunidades
por meio de parcerias com
marcas de brinquedos para o licenciamento
de personagens. No México, 84%
dos menores de 18 anos foram ao cinema
em 2023, enquanto a média da América
Latina é de 78%.
A inteligência artificial encanta as
novas gerações. Tanto é que a ciência da
computação é escolhida como a matéria
escolar favorita de 12% do universo pesquisado.
É importante investir em melhores
práticas e conhecimentos sobre AI
para acompanhar o movimento.
Território fértil, os vídeos com abordagem
casual têm no YouTube um dos
seus principais expoentes. Com o Shorts,
a diversão com as improvisações chama
a atenção de 55% dos jovens no México.
Os chamados bloopers estão entre os
conteúdos preferidos de 49,5% do grupo
contemplado no estudo.
Freepik
Dos gramados para as telas, o futebol
é um dos esportes com mais chances de
engajamento. Mas rúgbi e basquete também
estão no páreo, ao lado dos jogos
eletrônicos. Cerca de 57% dos adolescentes
no Brasil consomem conteúdo por
meio de mídias sociais e plataformas de
streaming.
ESPN (Disney), Fox e Warner Bros. planejam
um aplicativo que reunirá todos
os esportes em uma única plataforma
de streaming, com lançamento previsto
para 2024. É sinal de alternativas promissoras.
“Sairão na frente marcas e empresas
que entenderem a necessidade de
diversificar ou, eventualmente, deixar
de lado estratégias de comunicação que
não permitam tal nível de foco no cliente
ou consumidor”, sinaliza Wako.
A pesquisa utiliza dados do portal de
insights da Askids, plataforma de dados
proprietários parceira da Kids Corp, que
pesquisa hábitos de consumo de crianças,
adolescentes e seus pais. A Kids Corp
chegou em 2019 ao Brasil, mercado que
hoje representa 25% do negócio globalmente.
A expectativa é crescer 150% em
2024. A Kids Corp trabalha para Bimbo,
Adidas, Warner Bros. Discovery, The Walt
Disney Company, Lego, Hasbro, Mattel,
Kellanova, IPG Mediabrands, Omnicom e
WPP, entre outras empresas.
jornal propmark - 1º de abril de 2024 21