Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima
Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima
Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
. entrevistas .<br />
anúncio <strong>de</strong> Cristo para toda a humanida<strong>de</strong>. A Igreja é, por <strong>de</strong>finição, um Povo<br />
novo. Dizê-lo com <strong>de</strong>svelo e <strong>na</strong>turalida<strong>de</strong>, sem se ren<strong>de</strong>r a ambientes e modas,<br />
é dom do Espírito que nos amadurece e cativa outros para comungarem<br />
connosco. Estes foram sempre os caminhos da Igreja. É enquanto anuncia<br />
que <strong>de</strong>nuncia. Po<strong>de</strong> falar da sua missão com alegria e entusiasmo porque,<br />
sabendo em Quem põe a sua confiança, tem muito para dar ao mundo.<br />
Porquê o conceito <strong>de</strong> “dom” para falar <strong>de</strong> uma criança e da sua experiência<br />
religiosa?<br />
Dom é o que melhor traduz a gratuida<strong>de</strong>, o prazer (mesmo que exija esforço)<br />
e a liberda<strong>de</strong> que a criança coloca como “exigência” em tudo o que faz.<br />
Aquilo que resistir às exigências <strong>de</strong> gratuida<strong>de</strong>, prazer (ser feito com prazer<br />
que é diferente <strong>de</strong> ser feito para dar prazer) e liberda<strong>de</strong> obtém da criança a<br />
colaboração e o empenho.<br />
A experiência religiosa também é <strong>de</strong> gratuida<strong>de</strong> total, <strong>na</strong> relação pessoal<br />
com o Mistério <strong>de</strong> Deus que não possuímos, que nos relativiza e que, ao mesmo<br />
tempo, nos sustenta.<br />
Só existe autêntico amor quando a pessoa se dispõe à abertura aos outros,<br />
como Cristo. Amar é dar a vida em gratuida<strong>de</strong>, querendo que o outro seja por<br />
si mesmo e não por <strong>de</strong>pendência do que pensamos ou <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>mos. O Cristianismo<br />
parte precisamente da experiência <strong>de</strong> que “Deus ama” cada homem<br />
e cada mulher. E o amor é o que há <strong>de</strong> mais real em Deus. Aliás, a mensagem<br />
fundamental <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> é que Deus é amor. É <strong>de</strong>cisivo para o homem sabê-lo<br />
para também po<strong>de</strong>r amar a Deus: quem não faz a experiência <strong>de</strong> ser amado<br />
não sabe nem apren<strong>de</strong> a amar.<br />
Falar do conhecimento <strong>de</strong> Deus como Amor é, portanto, reflectir um conhecimento<br />
que só se realiza por relação e no horizonte <strong>de</strong> uma liberda<strong>de</strong> interpelada.<br />
De facto, a História da Salvação po<strong>de</strong> ser lida à luz <strong>de</strong>sta gramática<br />
do amor para dizer Deus. Amar é vi<strong>ver</strong> para o outro (dom) e é vi<strong>ver</strong> do outro<br />
e pelo outro (acolhimento). O amor supõe a alterida<strong>de</strong>. Francisco <strong>de</strong>scobriu<br />
Deus e entregou-se-Lhe totalmente. Nada melhor que o conceito <strong>de</strong> “dom”<br />
para expressar essa entrega! Na sua vida, com a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Deus, o amor<br />
tor<strong>na</strong>-se cuidado do outro e pelo outro. Já não se busca a si próprio, como<br />
diz o Santo Padre, Bento XVI, não busca a imersão no inebriamento da felicida<strong>de</strong>;<br />
procura, ao invés, o bem do amado: tor<strong>na</strong>-se renúncia, está disposto<br />
ao sacrifício, procura-o até (DCE 6). É dom.<br />
| 47 • LEIRIA-FÁTIMA | 147<br />
Vida Eclesial