Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima
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. <strong>de</strong>staque .<br />
vessamos. Assistimos a um “eclipse” (cultural e existencial) <strong>de</strong> Deus; Ele é<br />
esquecido pelos homens da cultura e da ciência; como uma vela que se vai<br />
extinguindo, vemos apagar-se lentamente a luz <strong>de</strong> Deus; por toda a parte<br />
vive-se como se Deus não existisse, ou, se existe, como se não fosse importante<br />
para a vida e felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um”. O prelado fez esta breve análise<br />
com sentido sofrimento interior e mágoa <strong>de</strong> pastor. Por isso, quis culminá-la<br />
com um grito ar<strong>de</strong>nte “ para reacen<strong>de</strong>r a chama é preciso ir ao coração da fé”.<br />
Continuou, <strong>de</strong>pois, em tom mais optimista e esperançoso, afirmando que<br />
“em tempos <strong>de</strong> crise e ruí<strong>na</strong>, os profetas encontram sempre razões para a<br />
esperança e alento para seguir em frente”. E apontou o exemplo do profeta<br />
Jeremias, <strong>de</strong> que falava a primeira leitura da celebração, que apelava para a<br />
renovação da fé em Deus “não um Deus qualquer, ou um Deus <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, mas<br />
um Deus bem concreto, um Deus que fez história e que está presente <strong>na</strong> vida<br />
quotidia<strong>na</strong> e que tem um rosto”. Esta visão real <strong>de</strong> Deus e esta convicção da<br />
Sua presença <strong>na</strong> história foi o motivo para que, no Evangelho, “alguns se tenham<br />
aproximado para <strong>ver</strong>em o rosto <strong>de</strong> Deus. Ver o rosto <strong>de</strong> Deus, significa<br />
entrar <strong>na</strong> sua intimida<strong>de</strong>, partilhar a sua vida; vi<strong>ver</strong> com Ele e vi<strong>ver</strong> <strong>de</strong>le”.<br />
O prelado quis <strong>de</strong>ixar bem vincada a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a fé e o próprio Deus<br />
vão para lá das i<strong>de</strong>ias e são realida<strong>de</strong>s concretas, comprometedoras e existenciais.<br />
Por isso, apontou o caminho: “para ir ao coração da fé é preciso<br />
passar do conhecimento <strong>de</strong> Deus em segunda-mão, para um conhecimento<br />
em primeira-mão” sendo que este é aquele que <strong>na</strong>sce da experiência e da<br />
relação directa com Ele. E o contacto com Ele leva-nos a fazer o caminho<br />
da <strong>cruz</strong>. “Ao falar da Sua hora, <strong>Jesus</strong> diz-nos que o Seu rosto se <strong>de</strong>scobre<br />
<strong>na</strong> <strong>cruz</strong>. Elevado <strong>na</strong> <strong>cruz</strong>, <strong>Jesus</strong> diz tudo o que é e é tudo o que diz”. Uma<br />
realida<strong>de</strong> que o Evangelho expressa com uma imagem bem comum tirada do<br />
mundo agrícola. Tal como o grão <strong>de</strong> trigo precisa <strong>de</strong> morrer para dar muito<br />
fruto “também todo o mistério <strong>de</strong> amor <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> se manifesta pela entrega e<br />
pela morte <strong>na</strong> <strong>cruz</strong>”.<br />
No fi<strong>na</strong>l da sua reflexão, D. António lançou um repto aos fiéis que o acompanhavam:<br />
quereis <strong>ver</strong> <strong>Jesus</strong>? Então contemplai-o estendido <strong>na</strong> <strong>cruz</strong>. Os seus<br />
braços abertos são os braços com que nos quer abraçar, a todos e a cada um”.<br />
No fi<strong>na</strong>l da sua meditação, dirigiu uma súplica a Maria, padroeira da diocese<br />
e mãe da Igreja, pedindo que fosse ela a levar-nos até <strong>Jesus</strong> e a mostrar-nos<br />
o seu rosto.<br />
No <strong>de</strong>correr da celebração houve ainda oportunida<strong>de</strong> para abençoar e enviar<br />
um grupo <strong>de</strong> missionários que irão para a diocese do Sumbe, em Angola,<br />
com o pedido <strong>de</strong> lavarem o rosto <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> àqueles que anseiam vê-lo.<br />
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