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Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima

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2. Pequenos “vi<strong>de</strong>ntes” e “profetas”<br />

. escritos episcopais .<br />

De um ponto <strong>de</strong> vista físico, psíquico, intelectual e moral, o adulto é mais<br />

bem dotado, mais complexo, mais estruturado do que a criança.<br />

Existe porém um plano profundo em que a criança é superior ao adulto.<br />

S. Paulo falaria da dimensão espiritual, pneumática do cristão. É o ângulo da<br />

alma em que o Espírito <strong>de</strong> Deus toca directamente o homem com a sua graça,<br />

o purifica e transfigura.<br />

É nesta fonte, que difun<strong>de</strong> graça no seu coração, que as crianças bebem<br />

tudo o que vêem e dizem acerca <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> e <strong>de</strong> Deus. Neste sentido, são pequenos<br />

“vi<strong>de</strong>ntes” e “profetas”.<br />

Deus fala muito cedo ao coração das crianças e atrai-as ao seu coração<br />

<strong>de</strong> Pai que nos revela todo o seu amor em <strong>Jesus</strong>. E os pequeninos percebem<br />

Deus, <strong>Jesus</strong>, o Espírito Santo, Maria, com uma <strong>na</strong>turalida<strong>de</strong> que nós, adultos,<br />

raramente, conservamos intacta. Eles sentem Deus como Mozart sentia continuamente<br />

melodias interiores. Sem esforço, sem interrupções, quase sem<br />

se dar conta. Mas, em qualquer caso, sem imagi<strong>na</strong>r que <strong>de</strong><strong>ver</strong>ão dizer ou<br />

escre<strong>ver</strong> isso.<br />

No entanto, as crianças são também excepcio<strong>na</strong>is locutores <strong>de</strong> Deus como<br />

pequenos profetas. O seu vocabulário não é sofisticado. Não passa pelo crivo<br />

da crítica e da racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. Para falarem <strong>de</strong> Deus, dispõem ape<strong>na</strong>s das<br />

palavras normais, palavras do seu uni<strong>ver</strong>so particular, palavras simples sem<br />

o <strong>ver</strong>niz da cultura, sem revestimento artificial ou retórico. E, precisamente<br />

por isso, são palavras surpreen<strong>de</strong>ntes, surpreen<strong>de</strong>ntemente apropriadas e eficazes...<br />

Se falam assim a propósito <strong>de</strong> Deus, é porque se servem duma linguagem<br />

pré-lógica – ou, porventura, supra-lógica – que brota da fonte, fresquíssima,<br />

<strong>ver</strong>da<strong>de</strong>ira linguagem religiosa.<br />

Tudo isto nos ajuda a compreen<strong>de</strong>r e a<strong>na</strong>lisar a perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> do pequeno<br />

Francisco com a sua fé pura e simples, com o vocabulário infantil do seu<br />

tempo, como pequeno vi<strong>de</strong>nte e “profeta” (locutor <strong>de</strong> Deus), contemplativo,<br />

místico <strong>de</strong> “<strong>Jesus</strong> escondido” <strong>na</strong> Eucaristia e mistagogo, e ainda “pequeno<br />

teólogo” com um sentido surpreen<strong>de</strong>nte da hierarquia das <strong>ver</strong>da<strong>de</strong>s da fé e<br />

com a vivência duma estética teológica enquanto e<strong>na</strong>morado da beleza <strong>de</strong><br />

Deus: “Gostei muito <strong>de</strong> <strong>ver</strong> o Anjo. Gostei mais <strong>de</strong> <strong>ver</strong> Nossa Senhora. Mas<br />

do que gostei mais foi <strong>de</strong> <strong>ver</strong> Deus <strong>na</strong>quela luz que Nossa Senhora nos metia<br />

no peito. Oh como é Deus! Isso sim que nós não po<strong>de</strong>mos dizer”!<br />

De facto, a estética teológica <strong>de</strong>sempenha um duplo papel: <strong>de</strong>scobrir<br />

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