Quereis ver Jesus? Contemplai-O na cruz! - Diocese de Leiria Fátima
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. escritos episcopais .<br />
nhamos, <strong>de</strong>vemos contribuir para que se <strong>de</strong>senvolva, com a intervenção das<br />
instituições e das várias forças sociais, económicas e fi<strong>na</strong>nceiras, uma renovada<br />
e séria politica social <strong>de</strong> modo a dar resposta sistemática e contínua às<br />
necessida<strong>de</strong>s primárias das pessoas e das famílias.<br />
Com esta mensagem <strong>de</strong>sejaria apelar também ao sentido <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.<br />
O temor ou, infelizmente, a realida<strong>de</strong> da perda do lugar <strong>de</strong> trabalho e<br />
do rendimento para si e para a família gera di<strong>ver</strong>sas reacções e sentimentos:<br />
o <strong>de</strong>sconforto, o medo, a angústia, o sentido <strong>de</strong> fracasso, o protesto, a revolta.<br />
São sentimentos compreensíveis.<br />
Todavia não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar que a crise económica se transforme numa<br />
explosão social violenta. Para evitar este risco todos <strong>de</strong>vem contribuir com<br />
a sua parte: Estado, empresários, trabalhadores, sindicatos, socieda<strong>de</strong> civil.<br />
É preciso uma atenta reflexão sobre as regras da fi<strong>na</strong>nça e da economia,<br />
sobre o modo <strong>de</strong> fazer empresa, sobre a intervenção das instituições a favor<br />
<strong>de</strong> quem está em dificulda<strong>de</strong> por causa da crise.<br />
O sentido <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> é necessário ainda mais no momento em<br />
que as empresas vêem reduzir-se as encomendas, as margens <strong>de</strong> acção, as<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ganho. Um maior empenho <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação, <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> da parte <strong>de</strong> empresários e trabalhadores contribuirá seguramente<br />
para o bem <strong>de</strong> toda a empresa e <strong>de</strong> todo o tecido económico.<br />
Esta crise pôs em evidência como no trabalho empresarial é absolutamente<br />
necessária a referência ao fundamento ético. Os dirigentes da empresa <strong>de</strong>vem<br />
estar conscientes <strong>de</strong> que têm responsabilida<strong>de</strong>s precisas em relação aos<br />
seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e respectivas famílias: um trabalhador não é simplesmente<br />
uma das muitas componentes da empresa, mas é uma pessoa com expectativas,<br />
sonhos e projectos que vão para além do tempo passado no trabalho.<br />
Nunca po<strong>de</strong>mos esquecer que “ as coisas têm preço; as pessoas têm dignida<strong>de</strong>”<br />
(Kant).<br />
Talvez seja <strong>ver</strong>da<strong>de</strong> que, neste momento <strong>de</strong> crise, a única coisa certa é a<br />
incerteza, mas <strong>de</strong>vemos ter confiança. Não uma confiança simplista numa<br />
solução mágica dos problemas, mas uma confiança no empenho <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> todos e <strong>na</strong> nossa presença ao lado <strong>de</strong> quem está em dificulda<strong>de</strong>.<br />
<strong>Fátima</strong>, 12 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2009<br />
† António Marto, Bispo <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>-<strong>Fátima</strong><br />
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