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4.6.2 A forma e a arte<br />

Partimos do pressuposto que para a apreensão dos objetos do mundo a percepção<br />

da forma por nossos sentidos da visão e do tato é fundamental e totalmente natural, e<br />

que no campo das artes plásticas 196 não existe desenho, pintura, gravura e escultura sem<br />

forma. 197 Isso significa que toda a expressividade necessariamente surge e se apóia<br />

numa forma específica. Por isso, concordamos plenamente com Luigi Pareyson quanto<br />

ele aponta (Os Problemas da Estética, 2001) esta ligação entre forma e expressividade<br />

ao afirmar:<br />

149<br />

Nesse sentido, a obra de arte é expressiva enquanto é forma, isto é, organismo que vive<br />

por conta própria e contém tudo quanto deve conter. Ela exprime, então, a personalidade<br />

do seu autor, não tanto no sentido de que a trai, ou a denuncia, ou a declara, mas, antes,<br />

no sentido de que a é, e nela até a mínima partícula é mais reveladora acerca da pessoa<br />

de seu autor do que qualquer confissão direta, e a espiritualidade que nela exprime está<br />

completamente identificada com o estilo. A forma é expressiva enquanto o seu ser é um<br />

dizer, e ela não tanto tem quanto, antes é um significado. De modo que se pode concluir<br />

que, em arte, o conceito de expressão deriva o seu especial significado daquele de<br />

forma. 198<br />

Portanto, a expressão necessariamente nasce da forma, sendo a forma a<br />

responsável por carregar em si todos os significados que o artista quer e necessita passar<br />

através da sua arte. Em outro momento, referindo-se a concepção da arte como um fazer<br />

(as outras concepções referem-se à arte como um conhecer e um exprimir), diz o<br />

mesmo autor:<br />

Muito oportunamente, portanto, a primeira concepção chama a atenção sobre o fazer,<br />

isto é, sobre o fato de que o aspecto essencial da arte é o produtivo, realizativo,<br />

executivo. Mas também aqui é preciso não esquecer que todas as atividades humanas<br />

têm um lado executivo e realizativo. Isto diz respeito não somente ao mundo da técnica,<br />

da fabricação, dos ofícios, onde o “fazer” tem um aspecto não só evidente, mas vistoso,<br />

isto é, um aspecto manual e fabril, mas diz também respeito às atividades propriamente<br />

espirituais, onde o aspecto vistoso não existe, como o pensar e o agir. Também no<br />

pensamento e na ação não é possível “operar” sem “fazer”, isto é, sem cumprir,<br />

executar, produzir, realizar: cumprir movimentos de pensamento e atos práticos,<br />

executar raciocínios e ações, produzir obras especulativas e obras morais, realizar<br />

valores teóricos e valores éticos. Mas a arte é produção e realização em sentido<br />

intensivo, eminente e absoluto, a tal ponto que, com freqüência foi, na verdade,<br />

chamada criação, enquanto é não só produção de objetos radicalmente novos,<br />

verdadeiro e próprio incremento da realidade, inovação ontológica. O fato é que a arte<br />

não é somente executar, produzir, realizar, e o simples “fazer” não basta para definir sua<br />

essência. A arte é também invenção. Ela não é execução de qualquer coisa já ideada,<br />

realização de um projeto, produção segundo regras dadas ou predispostas. Ela é um tal<br />

fazer que, enquanto faz, inventa o por fazer e o modo de fazer. A arte é uma atividade<br />

no qual execução e invenção procedem pari passu, simultâneas e inseparáveis, na qual o<br />

incremento de realidade é constituição de um valor original. Nela concebe-se

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