Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O rosto de Vernet tornou-se frio como gelo, uma estranha transformação.<br />
- Mademoiselle Neveu, ignoro como conseguiu esta noite essa chave e o número<br />
da conta, mas me parece óbvio que não foi pelos meios mais lícitos. E se soubesse no<br />
momento a extensão dos seus crimes, nunca os teria ajudado a sair do banco.<br />
- Já lhe disse que não tivemos nada a ver com a morte do meu avô!<br />
Vernet olhou para Langdon.<br />
- E no entanto, a Polícia afirma que é procurado não só pelo assassínio de<br />
Jacques Saunière, mas também pelos de três outros homens.<br />
- O quê? - Langdon estava siderado. Três outros assassinatos? A coincidência do<br />
número foi um choque maior do que ser o principal suspeito. Não, não podia ser simples<br />
fruto do acaso. Os três senescais? Baixou os olhos para a caixa de nogueira. Se os<br />
senescais foram assassinados, Saunière não podia fazer outra coisa. Tinha de passar a<br />
Chave de Abóbada a alguém.<br />
- A Polícia que resolva o assunto quando eu os entregar continuou Vernet. - Já<br />
comprometi demais o meu banco.<br />
Sophie fuzilou-o com o olhar.<br />
- É evidente que não pretende nos entregar. Se fosse assim, teria nos levado de<br />
volta ao banco. Em vez disso, nos trouxe até aqui e nos aponta uma arma.<br />
- O seu avô me contratou por uma razão: manter os bens que me confiou a salvo<br />
de cobiças e de indiscrições. Seja o que for que está dentro dessa caixa, não tenho a<br />
mínima intenção de permitir que vá fazer parte de uma lista de provas em qualquer<br />
investigação policial. Senhor Langdon, traga-me a caixa.<br />
Sophie abanou a cabeça.<br />
- Não.<br />
A arma disparou e uma bala cravou-se na parede metálica por cima deles. A<br />
detonação ecoou dentro do furgão, seguida pelo som do invólucro vazio caindo no chão.<br />
Merda! Langdon ficou petrificado.<br />
- Senhor Langdon, pegue a caixa - ordenou Vernet, num tom mais confiante.<br />
Langdon obedeceu.<br />
- Agora traga-a até aqui. - Vernet apontava-lhes a arma de fora do furgão, de pé<br />
junto ao pára-choques traseiro, com o braço estendido para dentro da caixa de carga.<br />
Langdon avançou para as portas abertas.<br />
Tenho de fazer qualquer coisa, pensou. Estou me preparando para entregar a<br />
Chave de Abóbada do Priorado! Ao caminhar para a porta, a sua posição a um nível mais<br />
elevado tornou-se mais pronunciada, e Langdon perguntou a si mesmo se haveria algum<br />
modo de tirar partido do fato. A arma de Vernet, mesmo levantada, ficava à altura dos<br />
joelhos dele. Um pontapé bem colocado, talvez? Infelizmente, à medida que Langdon se<br />
aproximava, Vernet pareceu adivinhar a perigosa dinâmica que estava desenvolvendo-se<br />
e recuou vários passos, colocando-se a dois metros de distância. Bem fora do alcance de<br />
qualquer ataque.<br />
- Coloque a caixa no chão, junto à porta - ordenou Vernet.<br />
Sem outra alternativa, Langdon ajoelhou e pousou a caixa de roseira na beira da<br />
caixa de carga, diretamente em frente das portas abertas.<br />
- Agora ponha-se de pé.<br />
Langdon começava a endireitar-se quando viu o pequeno invólucro ejetado pela<br />
arma de Vernet caído no chão junto ao batente inferior das portas do furgão.<br />
- Ponha-se de pé e afaste-se da caixa.<br />
Langdon demorou um pouco mais, examinando a soleira de metal. Endireitou-se.<br />
E, ao fazê-lo, empurrou discretamente o pequeno invólucro por cima do batente e para o<br />
estreito rebordo onde as portas encaixavam hermeticamente. Já de pé, recuou um passo.