Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
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- Está me dizendo que esse grupo é um culto pagão da deusa?<br />
- Diria antes que é o culto pagão da deusa. Mas, mais importante do que isso, são<br />
conhecidos como os guardiães de um segredo muito antigo. Um segredo que os torna<br />
incomensuravelmente poderosos.<br />
A despeito da convicção absoluta que brilhava nos olhos de Langdon, a reação<br />
visceral de Sophie era de total incredulidade. Um culto pagão secreto? Em tempos<br />
encabeçado por Leonardo da Vinci? Tudo aquilo parecia completamente absurdo. E no<br />
entanto, ao mesmo tempo que recusava acreditar, sentia a mente recuar dez anos... até à<br />
noite em que surpreendera involuntariamente o avô e testemunhara aquilo que<br />
continuava a não poder aceitar. Poderá isto explicar...?<br />
- A identidade dos membros vivos do Priorado é um segredo cuidadosamente<br />
guardado - continuou Langdon -, mas o P.S. e a flor-de-lis que viu quando era criança são<br />
prova. Só pode estar relacionado com o Priorado.<br />
Sophie compreendeu então que Langdon sabia muito mais do que ela de início<br />
julgara a respeito do avô. Aquele americano tinha sem a mínima dúvida volumes de<br />
informação para partilhar, mas não ali.<br />
- Não posso me dar ao luxo de deixar que o apanhem, Robert. Temos muita coisa<br />
a discutir. Tem de ir!<br />
Langdon ouviu apenas o débil murmúrio da voz dela. Não ia a parte nenhuma.<br />
Estava perdido em um outro lugar. Um lugar onde segredos antigos subiam à superfície.<br />
Um lugar onde histórias esquecidas emergiam das sombras.<br />
Lentamente, como se estivesse movendo-se debaixo de água, voltou a cabeça e<br />
olhou através da penumbra avermelhada para a Mona Lisa.<br />
A flor-de-lis... a flor de Lisa... a Mona Lisa.<br />
Estava tudo interligado, uma sinfonia silenciosa em que ecoavam os segredos<br />
mais profundos do Priorado de Sião e de Leonardo da Vinci.<br />
A poucos quilômetros dali, na margem do rio juntos a Les Invalides, o estupefato<br />
condutor do grande caminhão TIR, de mãos no ar sob a ameaça de várias armas, via o<br />
capitão da Polícia Judiciária lançar um gutural rugido de raiva e atirar uma barra de<br />
sabonete às escuras às águas do Sena.<br />
CAPÍTULO VINTE E QUATRO<br />
Silas ergueu os olhos para o topo do obelisco de Saint-Sulpice, medindo o<br />
tamanho da maciça coluna de pedra. Sentia os tendões tensos de expectativa. Olhou<br />
uma vez mais em redor, para certificar-se de que continuava sozinho. Ajoelhou-se então<br />
junto à base do obelisco, não em reverência, mas por necessidade.<br />
A Chave de Abóbada está escondida debaixo da Linha, da Rosa. Na base do<br />
obelisco de Sulpice.<br />
Todos os irmãos tinham dito o mesmo.<br />
De joelhos, Silas passou as mãos pelo chão de pedra. Não viu quaisquer<br />
rachadura ou marcas que indicassem uma laje móvel, de modo que começou a bater de<br />
leve com os nós dos dedos no chão. Seguindo a linha de latão junto ao obelisco, foi<br />
batendo com os dedos nas lajes de ambos os lados. Finalmente, uma delas ressoou<br />
estranhamente.<br />
Há uma cavidade debaixo do chão!<br />
Silas sorriu. As suas vítimas tinham dito a verdade.