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Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe

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- Não, não, é o número correto - interrompeu-o rapidamente Sophie, como se já<br />

estivesse à espera da confusão dele. A embaixada tem um sistema de mensagens<br />

automático. Tem de marcar um código de acesso para receber as suas mensagens.<br />

- Mas... - começou Langdon.<br />

- É o número de três dígitos que está no papel que lhe dei.<br />

Langdon abriu a boca para explicar o estranho engano, mas Sophie lançou-lhe um<br />

olhar imperioso que durou apenas um instante. Os olhos verdes enviaram uma<br />

mensagem clara como a água:<br />

Não faça perguntas. Ligue.<br />

Cada vez mais confuso, Langdon marcou o número da extensão escrito no pedaço<br />

de papel: 454.<br />

A mensagem gravada de Sophie foi imediatamente interrompida e Langdon ouviu<br />

uma voz eletrônica anunciar em francês: "Tem uma mensagem nova." Aparentemente,<br />

454 era o código de acesso remoto de Sophie para ouvir as suas mensagens quando<br />

estava fora de casa.<br />

Vou ouvir as mensagens desta mulher?<br />

Langdon ouviu a fita rebobinar. Finalmente, parou, e a máquina voltou a arrancar.<br />

Langdon escutou. Mais uma vez, a voz era de Sophie.<br />

- "Senhor Langdon" - dizia, num tom temeroso -, "não reaja a esta mensagem.<br />

Limite-se a ouvir calmamente. Encontra-se em perigo neste preciso instante. Siga à risca<br />

as minhas instruções."<br />

CAPÍTULO DEZ<br />

Silas estava sentado ao volante do Audi preto que o Professor lhe arranjara,<br />

olhando para a grande igreja de Saint-Sulpice. Iluminadas de baixo pela bateria de<br />

projetores, as duas torres sineiras erguiam-se como firmes sentinelas acima do comprido<br />

corpo do edifício. De ambos os flancos, mergulhadas na sombra, sobressaía uma fila de<br />

elegantes arcobotantes, como as costelas de um belo animal.<br />

Os infiéis usaram uma casa de Deus para esconder a Chave de Abóbada. Mais<br />

uma vez, a irmandade confirmara a sua lendária reputação de impostura e engano. Silas<br />

desejava ardentemente encontrar a Chave de Abóbada e entregá-la ao Professor, para<br />

que pudessem finalmente recuperar aquilo que a irmandade tinha havia tanto tempo<br />

roubado dos fiéis.<br />

Que poderosa vai tornar-se a Opus Dei.<br />

Estacionando o Audi na grande Place de Saint-Sulpice, deserta aquela hora,<br />

expeliu com força o ar dos pulmões, a fim de preparar o espírito para a tarefa que tinha<br />

pela frente. As amplas costas ainda lhe doíam da mortificação corporal a que se sujeitara<br />

havia pouco mais de uma hora, e no entanto essa dor era insignificante em comparação<br />

com a angústia da sua vida antes da Opus Dei o ter salvado.<br />

Mesmo assim, as recordações assombravam-lhe a alma.<br />

Liberta o teu ódio, ordenou a si mesmo. Perdoa àqueles que te ofenderam.<br />

Ao olhar para as torres de pedra de Saint-Sulpice, Silas sentiu o seu tão conhecido<br />

refluxo... aquela força que tantas vezes lhe arrastava o espírito para trás no tempo,<br />

voltando a fechá-lo na prisão que fora o seu mundo quando jovem. As recordações do<br />

purgatório chegaram, como sempre faziam, como uma tempestade para os sentidos... o<br />

cheiro de couves podres, o fedor de morte, de urina e fezes humanas. Os gritos de<br />

desesperança perdendo-se no vento uivante dos Pireneus e os soluços abafados de<br />

homens abandonados.

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