Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
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- Estava na esperança de que você soubesse.<br />
Langdon permaneceu silencioso enquanto fazia girar a chave entre os dedos,<br />
examinando-a.<br />
- Parece cristã - sugeriu Sophie.<br />
Langdon não estava muito certo disso. A pega da chave não era a tradicional cruz<br />
cristã de fuste comprido e sim uma cruz quadrada - com quatro braços de igual<br />
comprimento -, mil e quinhentos anos anterior ao cristianismo. Aquele tipo de cruz não<br />
tinha qualquer das conotações de crucifixão associadas à cruz latina, concebida pelos<br />
Romanos como um instrumento de tortura. Langdon ficava sempre espantado ao verificar<br />
quão poucos eram os cristãos que, ao olharem para o “crucifixo”, percebiam que a<br />
violenta história do seu símbolo se reflectia no próprio nome: “cruz” e “crucifixo”<br />
derivavam do verbo latino crudare: torturar.<br />
- Tudo o que posso dizer - respondeu Langdon - é que as cruzes de braços iguais,<br />
como esta, são consideradas cruzes pacíficas. A sua configuração quadrada torna-as<br />
pouco práticas para a crucifixão e o equilíbrio dos elementos vertical e horizontal<br />
transmite uma noção da união natural entre o masculino e o feminino, tornando-as<br />
consistentes com a filosofia do Priorado.<br />
Sophie lançou-lhe um olhar desanimado.<br />
- Não faz a mínima idéia, não é?<br />
Langdon franziu a testa.<br />
- Nenhuma.<br />
- Okay, temos de sair da rua. - Olhou pelo retrovisor. - Precisamos de um lugar<br />
seguro para tentarmos descobrir o que é que essa chave abre.<br />
Langdon pensou com saudade no seu confortável quarto no Ritz. Obviamente, não<br />
era uma opção.<br />
- Que lhe parece os meus anfitriões na Universidade Americana de Paris?<br />
- Muito óbvio. Fache vai lá direito.<br />
- Deve conhecer pessoas. Vive aqui.<br />
- Fache vai verificar os meus registrros de telefone e e-mail, interrogar os meus<br />
colegas. Os meus contatos estão todos comprometidos. E não vale a pena tentar um<br />
hotel, porque todos eles exigem identificação.<br />
Langdon voltou a perguntar a si mesmo se não teria sido melhor arriscar e deixar<br />
que Fache o prendesse no Louvre.<br />
- Vamos telefonar para a embaixada. Posso explicar o que se passou e eles<br />
mandam alguém nos encontrar em algum lugar.<br />
- Encontrar conosco? - Sophie voltou-se e olhou para ele, como se o achasse<br />
louco. - Robert, está sonhando. A sua embaixada não tem jurisdição fora do espaço que<br />
ocupa. Mandar alguém buscar-nos equivaleria a ajudar um fugitivo ao governo francês.<br />
Não vai acontecer. Se entrar na sua embaixada e pedir asilo temporário, é uma coisa,<br />
mas pedir-lhes que ajam contra a Polícia francesa? - Abanou a cabeça. - Telefone para a<br />
sua embaixada, e eles aconselham-no a evitar mais estragos e entregar-se ao Fache.<br />
Depois prometem usar todos os canais diplomáticos para lhe conseguir um julgamento<br />
justo. - Lançou um olhar às elegantes fachadas das lojas ao longo dos Champs-Elysées. -<br />
Quanto dinheiro tem consigo?<br />
Langdon verificou a carteira.<br />
- Cem dólares e alguns euros. Porquê?<br />
- Cartões de crédito?<br />
- Claro.<br />
Sophie acelerou, e Langdon teve a sensação de que ela estava arquitetando um<br />
plano. A frente deles, no fim dos Champs-Elysées, erguia-se o Arco do Triunfo - o tributo