Revisão e formatação: Lancelot – Papiros_Virtuais ... - CloudMe
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uns bons vinte metros de distância, e Grouard começou a recuar lentamente, optando por<br />
manter a arma apontada para o homem estendido no chão.<br />
Enquanto recuava, viu a mulher do outro lado da sala levantar a lanterna de luz UV<br />
e examinar um grande quadro suspenso da parede diretamente em frente da Mona Lisa.<br />
Abriu a boca de espanto, perceber de que quadro se tratava.<br />
Que diabo ela está fazendo?<br />
Do outro lado da sala, Sophie Neveu sentiu um suor frio umedecer-lhe a testa.<br />
Langdon continuava estendido no chão, de braços e pernas abertos. Aguente, Robert.<br />
Estou quase lá. Sabendo que o guarda nunca dispararia contra qualquer deles, Sophie<br />
dedicou toda a sua atenção ao assunto que tinha em mãos, examinando a área à volta de<br />
uma obra-prima em particular: outro da Vinci. Mas a luz UV nada revelou de invulgar.<br />
Nem no chão, nem nas paredes, nem na própria tela.<br />
Tem de haver aqui qualquer coisa<br />
Tinha certeza de ter decifrado corretamente as intenções do avô.<br />
Que outra coisa poderia ele querer dizer?<br />
A obra-prima que estava examinando era uma tela com metro e meio de altura. A<br />
cena que da Vinci pintara incluía uma Virgem, sentada em uma pose estranha, com o<br />
Menino, João Batista e o anjo Uriel, todos dentro do que parecia ser uma gruta. Quando<br />
era menina, nenhuma visita à Mona Lisa ficava completa sem que o avô a arrastasse até<br />
ao outro lado da sala para ver o segundo quadro.<br />
Estou aqui, grand-père, Mas não vejo nada!<br />
Ouvia, nas suas costas, o guarda continuar tentando pedir ajuda através do rádio.<br />
Pense!<br />
Reviu mentalmente a mensagem escrita no vidro protetor da Mona Lisa. So dark<br />
the con of man. O quadro para que estava olhando não tinha qualquer vidro de proteção<br />
no qual fosse possível escrever uma mensagem, e Sophie sabia que o avô nunca seria<br />
capaz de profanar uma obra de arte escrevendo na própria pintura. Fez uma pausa. Pelo<br />
menos, na frente. Ergueu os olhos, seguindo os compridos cabos de suspensão que<br />
desciam do teto.<br />
Será possível? Pegando o canto esquerdo da moldura de madeira entalhada,<br />
puxou-o para si. O quadro era grande e a armação dobrou quando a afastou da parede.<br />
Sophie introduziu a cabeça e os ombros no espaço entre a moldura e a parede e levantou<br />
a lanterna de luz negra para inspeccionar a parte de trás da tela.<br />
Demorou apenas alguns segundos para perceber que seu instinto fora errado. A<br />
parte de trás do quadro era pálida e vazia. Não havia ali qualquer texto escrito em<br />
púrpura, apenas o verso acastanhado e manchado de uma velha tela e...<br />
Espere.<br />
Os olhos de Sophie detiveram-se no brilho incongruente de um pedaço de metal<br />
perto do rebordo inferior da armação da moldura. O objeto era pequeno, parcialmente<br />
entalado na ranhura onde a tela se juntava à madeira. Da extremidade visível, pendia<br />
uma refulgente corrente de ouro.<br />
Para enorme espanto de Sophie, a corrente estava presa a uma chave de ouro<br />
que ela conhecia. A pega, larga e esculpida, era em forma de cruz e tinha gravado um<br />
emblema que não voltara a ver desde os seus nove anos. Uma flor-de-lis, com as iniciais<br />
P.S. Naquele instante, Sophie sentiu o fantasma do avô murmurar-lhe ao ouvido: Quando<br />
chegar o momento, a chave será sua. Sentiu um aperto na garganta ao compreender que<br />
o avô, mesmo depois de morto, cumprira a sua promessa. Esta chave abre um cofre,<br />
dizia a voz dele, onde guardo muitos segredos.