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revista AbAstecimento - newtrade

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Depois que todas as atenções se voltaram<br />

para o crescimento da classe C, chegou a<br />

hora de as classes D e E mostrarem o seu valor.<br />

Elas, que durante muito tempo compuseram a<br />

grande massa da população brasileira – só perdendo<br />

o posto para a classe C –, representando 73,3<br />

milhões de pessoas, de acordo com dados fornecidos<br />

pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação<br />

Getulio Vargas FGV-RJ, foram as mais impactadas<br />

pelo aumento do salário mínimo e pelos programas<br />

governamentais de transferência de renda. Isso<br />

fez com que pessoas ávidas por consumo saíssem<br />

às compras para experimentar produtos que antes<br />

não faziam parte das suas cestas.<br />

Além dos itens da cesta básica, hambúrguer e<br />

salsicha também entram no carrinho da base da<br />

pirâmide das classes D e E, assim como guloseimas<br />

de preços acessíveis, como biscoitos, bolachas<br />

e refrigerantes, segundo dados obtidos pelo<br />

instituto de pesquisas Data Popular. Em artigos de<br />

beleza, hidratantes e esmaltes entram por causa<br />

da facilidade de compra. De acordo com Renato<br />

Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, essa mudança<br />

de comportamento de consumo acontece<br />

basicamente por causa de um processo de aumento<br />

de tamanho da classe D, além do crescimento<br />

da renda entre as pessoas dessa classe social básica.<br />

“Os salários dos menos escolarizados aumentaram<br />

mais do que os outros, basicamente porque<br />

eles estão estudando mais e não estão mais disponíveis<br />

para os mesmos serviços que antes, como,<br />

por exemplo, os domésticos”, diz Renato.<br />

E não é só uma questão de experimentar as<br />

novidades, uma vez que produtos considerados<br />

supérfluos, que só eram consumidos esporadicamente,<br />

agora também fazem parte da cesta de<br />

compra desses brasileiros. Como as marcas líderes<br />

ainda têm um preço que pesa no seu bolso, cada<br />

vez mais os produtos regionais ganham espaço na<br />

cesta e na preferência do consumidor. São sucos,<br />

cereais matinais, macarrão instantâneo, catchup,<br />

bebidas alcoólicas e muitos outros produtos cujos<br />

fabricantes perceberam nesse mercado uma grande<br />

oportunidade para crescer e conquistar seu espaço.<br />

Para esses consumidores, preço é pré-requisito<br />

para que essas marcas se mantenham no jogo. No<br />

entanto, dentro do que eles podem pagar, o que<br />

eles querem desses produtos é mais qualidade. “O<br />

que esse consumidor observa é a relação custo/<br />

benefício, ou seja, o produto tem de ser acessível<br />

ao bolso, mas não pode deixar muito a desejar<br />

em relação às marcas líderes”, afirma Meirelles. O<br />

especialista comenta ainda que no passado muitas<br />

marcas regionais tinham baixa qualidade para<br />

acompanhar preços baixos. Com a melhora de<br />

renda dos consumidores, elas tiverem de se reinventar<br />

e oferecer uma qualidade melhor. “Agora<br />

essas marcas têm qualidade, além de preço competitivo<br />

e apelo regional, que as classes D e E valorizam.”<br />

Preço baixo<br />

Segundo uma pesquisa realizada pelo Data Popular,<br />

que analisou as categorias de consumo por<br />

classe social, nas classes A e B, a cada 100 reais<br />

gastos, 14,89 reais são investidos em alimentação<br />

e bebidas, enquanto, na classe C, 21,83 reais são<br />

gastos nessa categoria, e as classes D e E gastam<br />

nela 24,2 reais. Os gastos dentro do lar nas classes<br />

A e B somam 28,47 reais, na classe C, 33,30 reais,<br />

e nas classes D e E, 32,82 reais.<br />

“As classes A e B compram mais produtos low<br />

price (preço baixo) do que a D e a E, mas também<br />

compram mais marcas Premium. Quanto maior<br />

for a renda, maior será a participação dos produtos<br />

de preço médio. Quando se analisa a cesta de<br />

compras, percebe-se que o número é semelhante<br />

ao das classes A e B, mas as classes D e E escolhem<br />

produtos já conhecidos e com preço adequado, o<br />

que faz crescer a venda das marcas regionais”, diz<br />

Meirelles.<br />

Fonte: Centro de Políticas Sociais da FGV-RJ<br />

Classes a e B<br />

20 milhões de pessoas<br />

Classe C<br />

94,9 milhões de pessoas<br />

Classes D e e<br />

73, 3 milhões de pessoas<br />

set/out 2011 www.<strong>revista</strong>abastecimento.com.br 55

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