A Amazônia-Encontrando Soluções - Ambasciata d'Italia a Brasilia ...
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AUMENTO DE DOENÇAS<br />
RESPIRATÓRIAS NA<br />
POPULAÇÃO, PERDA DE<br />
BIODIVERSIDADE,<br />
EMPOBRECIMENTO DO SOLO,<br />
DANOS À FAUNA, MUDANÇAS<br />
CLIMÁTICAS... MAIS DO QUE<br />
UMA AMEAÇA, O FOGO GERA<br />
MUITAS PERDAS PARA O<br />
MUNICÍPIO.<br />
Mas as conseqüências negativas do fogo vão além. Estudos mostram que as<br />
pastagens e as lavouras plantadas após a derrubada da floresta liberam menos água<br />
para atmosfera, absorvem menos energia solar do que a vegetação original e podem<br />
contribuir para a redução da quantidade de chuvas e para o aumento de temperatura<br />
na região amazônica. Se continuarem nesse ritmo, as queimadas podem resultar na<br />
substituição de grandes áreas de florestas na <strong>Amazônia</strong> por uma espécie de savana<br />
altamente inflamável, dominada por gramíneas. O que traria conseqüências<br />
inimagináveis para o clima, para a economia e as condições de vida na região.<br />
Todo esse prejuízo se traduz em custos que podem ser contabilizados. As<br />
prefeituras municipais, nas regiões atingidas por queimadas, enfrentam gastos com<br />
um grande número de internações e com a compra de equipamentos e medicamentos<br />
para tratamento de doenças respiratórias que atingem a população urbana e rural.<br />
Gastos com nebulizadores, broncodilatadores, pessoal e medicamentos nos postos<br />
de saúde, aumentam substancialmente nos períodos críticos de queimadas. Aeroportos<br />
fechados e inúmeros acidentes causam perdas sérias a um grande número de pessoas.<br />
Mas os problemas vão ainda mais longe. Através das queimadas, estamos<br />
devolvendo à atmosfera uma grande quantidade de carbono que fazia parte dela, mas<br />
foi convertida no passado em florestas. Esse carbono (sob a forma de dióxido de<br />
carbono) é responsável pelo “efeito estufa”, retendo o calor que a Terra deveria irradiar<br />
para o espaço e provocando mudanças climáticas. As variações de temperatura<br />
verificadas até hoje são pequenas e difíceis de medir com a precisão necessária.<br />
Mas, segundo o Terceiro Relatório do Comitê Intergovernamental de Mudanças<br />
Climáticas da ONU (IPCC), “existem novas e fortes evidências de que a maior parte do<br />
aquecimento da Terra nos últimos 50 anos é atribuível às atividades humanas”.<br />
A situação do Brasil, no contexto mundial, é preocupante. Segundo estimativas<br />
de organizações não governamentais, o país que já ocupa a 16º posição na lista dos<br />
emissores de CO2, se forem consideradas as emissões decorrentes de desmatamento<br />
e queimadas, passa a figurar entre os cinco maiores emissores.<br />
Vários países estão se comprometendo a reduzir suas emissões de gases de<br />
efeito estufa em pelo menos 5% dos índices de 1990, no período de 2008-2012 (5,2%<br />
em média), o que ainda é muito pouco. Uma das formas com que o Brasil pode contribuir<br />
nesse esforço mundial é reduzindo desmatamentos e queimadas e investindo em<br />
reflorestamento (seqüestro de carbono). Estão previstos para os próximos anos,<br />
grandes investimentos internacionais para apoiar projetos de reflorestamentos (Maiores<br />
informações sobre esse tema podem ser encontradas no site www.forumclima.org.br).<br />
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