Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
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2. A PUBLICIDADE COMO COMÉSTICO DA COMUNICAÇÃO.<br />
Por seu caráter sedutor e persuasivo, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> 11 , além <strong>de</strong> ser um discurso que<br />
reflete os costumes sociais – nesta pesquisa a questão do “novo” homem –, age <strong>de</strong> acordo com<br />
o mercado visando estimular o imaginário do indivíduo para a compra. Por conseguinte, a<br />
mensagem publicitária faz o uso <strong>de</strong> “recursos lingüísticos e estilísticos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação,<br />
persuasão e sedução através <strong>de</strong> apelos racionais e emocionais” (Tavares, 2006, p. 3) para<br />
atingir o público-alvo pretendido.<br />
Uma <strong>da</strong>s principais funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> é a geração <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no<br />
consumidor. Para tanto, faz o uso <strong>de</strong> técnicas como a sedução e a novi<strong>da</strong><strong>de</strong> para atrair a<br />
atenção do seu público alvo. Conforme Lipovetsky (2000, p. 7), seria incorreto a afirmação <strong>de</strong><br />
que a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> faz com que os indivíduos <strong>de</strong>sejem o in<strong>de</strong>sejável. A publici<strong>da</strong><strong>de</strong> só tem a<br />
simples tarefa <strong>de</strong> estimular a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumir.<br />
De fato, as construções <strong>de</strong> anúncios publicitários norteiam no campo <strong>da</strong> sedução, ou<br />
seja, usando alguns artifícios busca-se seduzir o consumidor para atraí-lo ao consumo <strong>de</strong> bens<br />
<strong>de</strong> serviços ou materiais. Nesses anúncios, são encontrados personagens famosos que afirmam<br />
que estão satisfeitos consigo mesmo porque usam aquele produto. A publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, como<br />
afirma Lipovetsky (1989, p.189), “funciona como o cosmético <strong>da</strong> comunicação”, ou seja, ela<br />
busca tornar os objetos mais atrativos e interessantes aos olhos <strong>de</strong> quem a vê. Portanto,<br />
conforme Baudrillard (1989), a função manifesta <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> não é, somente, o <strong>de</strong> impor<br />
comportamentos ou produtos às pessoas, mas o <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r e estimular, através <strong>da</strong> sedução, ao<br />
consumo <strong>de</strong> mercadorias.<br />
Os discursos publicitários são criados para atrair consumidores, que têm gostos e<br />
costumes diferenciados e que anseiam pela novi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>da</strong>s técnicas <strong>de</strong><br />
sedução e persuasão, busca <strong>da</strong>r vi<strong>da</strong> própria às marcas <strong>de</strong> consumo, com o propósito <strong>de</strong> incitar<br />
o indivíduo a consumir aquilo que lhe está sendo oferecido. Assim, conforme Tavares (2006,<br />
p. 7),<br />
11 Para Prof.ª Neuza Demartini Gomes, autora do artigo “Publici<strong>da</strong><strong>de</strong> ou Propagan<strong>da</strong>? É isso aí” afirma que no<br />
Brasil existe uma confusão semântica, principalmente entre os publicitários, entre os termos Publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
Propagan<strong>da</strong>. Para a autora essas duas forças persuasivas e com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> informativa são meramente distintas,<br />
ou seja, a diferença perpassa no caráter <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma: a primeira tem um caráter comercial e a segun<strong>da</strong> um caráter<br />
i<strong>de</strong>ológico.