18.04.2013 Views

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(...) o corpo se tornou a parte principal do ser, é para ele que fazemos nossos<br />

principais sacrifícios e é <strong>de</strong>le que esperamos os maiores prazeres ou recompensas.<br />

(...) vivemos numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que tanto cultua o corpo como não cessa <strong>de</strong> aviltá-lo,<br />

comercializá-lo, <strong>de</strong>sprezá-lo. O corpo reina e pa<strong>de</strong>ce por to<strong>da</strong> a parte. Nossa<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> não cessa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorizar as singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pessoas e <strong>de</strong> torná-las<br />

<strong>de</strong>snecessárias, sem significado, incertas. E as passarelas, a TV, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

prometem justamente o contrário. Enquanto tudo parece incerto e instável (relações,<br />

emprego, vonta<strong>de</strong>s) o próprio corpo ten<strong>de</strong> a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a única coisa que resta.<br />

Quando o assunto, em anúncios publicitários, tematiza a beleza, a representação <strong>de</strong><br />

homens e mulheres, ao longo dos anos, é bastante distinta. Como já afirmado, as<br />

representações, conforme Chartier (1990), não são discursos meramente inocentes. Não<br />

existem qualquer neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> nelas. As representações expressam o pensamento que vigoram<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> num <strong>da</strong>do momento. São práticas culturais, ou seja, são estratégias <strong>de</strong> pensar a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e construí-la.<br />

Nas campanhas publicitárias, as mulheres eram incentiva<strong>da</strong>s a construir uma beleza<br />

<strong>de</strong>lica<strong>da</strong> para agra<strong>da</strong>r às pessoas e a seus maridos. Já para os homens, o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> beleza, a<br />

publici<strong>da</strong><strong>de</strong> estimulava o cultivo <strong>da</strong> sua masculini<strong>da</strong><strong>de</strong>. A partir dos anos 1950, segundo<br />

Oliveira (2007, p.295), os discursos sofreram redirecionamentos aos cui<strong>da</strong>dos com o corpo,<br />

que havia passado a ser visto como algo que po<strong>de</strong>ria ser investido. Contrariando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

que a beleza corporal era um dom, e não po<strong>de</strong>ria ser conquista<strong>da</strong> através <strong>de</strong> produtos. Os<br />

produtos tornaram-se acessíveis, mas os cui<strong>da</strong>dos com a beleza não eram vendidos <strong>da</strong> mesma<br />

forma para mulheres e homens. Oliveira (2007) através <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> anúncios (textos e<br />

imagens) publicados em revistas no período <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950 a 1980 observou as mu<strong>da</strong>nças<br />

ocorri<strong>da</strong>s nesse quadro. Como já dito, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> feminili<strong>da</strong><strong>de</strong>, vendido nos textos<br />

publicitários, tinha que ter um ar <strong>de</strong> graciosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za, por outro lado, aos homens os<br />

textos propunham cui<strong>da</strong>do com apresentação <strong>de</strong> uma aparência elegante, distinta e não <strong>de</strong><br />

beleza. E afirma que a questão <strong>de</strong> gênero fica bastante evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>, visto que, em nossa<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a beleza era naturalmente associa<strong>da</strong> às mulheres.<br />

Nos anúncios direcionados aos homens, conforme Oliveira (2007, p.301), percebiam-se<br />

que, nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 50 e 60, traziam sempre palavras como másculo, masculino, viril, etc.,<br />

nos seus textos. Esses adjetivos foram inseridos nos anúncios, mas <strong>de</strong> forma alguma eles<br />

afetariam a masculini<strong>da</strong><strong>de</strong> dos homens. Essa inclusão era uma forma <strong>de</strong> trazê-los para o<br />

consumo e cui<strong>da</strong>dos com o seu corpo. Em análise dos textos e imagens dos anos 70 e 80 a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!