Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
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aconteça, ou seja, sempre <strong>de</strong>sejamos uma satisfação plena ao adotarmos um produto que tem<br />
a promessa <strong>de</strong> “acabar com nossas imperfeições”, mas sabemos que nem sempre seremos<br />
agraciados por essa promessa.<br />
Baudrillard (1995) corrobora com a afirmação <strong>de</strong> que a noção <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> está<br />
associa<strong>da</strong> ao consumo, pois as pessoas consi<strong>de</strong>ram ser possível alcançá-la quando fazem<br />
aquisição do objeto que <strong>de</strong>sejam. Assim, compramos incessantemente produtos que simulam<br />
atenuar a nossa se<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo, mas que na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos <strong>de</strong>ixam em um vazio (a não<br />
felici<strong>da</strong><strong>de</strong>), que faz com que os indivíduos queiram consumir mais produtos na ânsia <strong>de</strong> que<br />
eles nos levem ao caminho do suposto bem-estar. Por mais que o indivíduo adquira o objeto<br />
do seu <strong>de</strong>sejo, ele sempre estará propício a se <strong>de</strong>sfazer do velho objeto para adquirir o “novo”.<br />
O que seria <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> se os produtos continuassem com as mesmas embalagens?<br />
Com o mesmo <strong>de</strong>sign? Com as mesmas funções? Autores como Lipovetsky (1989),<br />
Bougnoux (1994), Baudrillard (1995) mostram em suas obras que é preciso ter em mente o<br />
caráter inovador, para captar ca<strong>da</strong> vez mais a atenção do consumidor. A socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vive sobre<br />
a regra on<strong>de</strong> tudo <strong>de</strong>ve ser inovado, na qual mu<strong>da</strong>m-se as características dos objetos em uma<br />
veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> imensurável. Palacios (2004) diz que, ao anunciarmos um produto significa adotar<br />
estratégias constantes <strong>de</strong> diferenciação em relação aos discursos concorrentes. As indústrias,<br />
através <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem se a<strong>de</strong>quar sempre a esse efêmero, pois senão estarão<br />
ameaça<strong>da</strong>s a per<strong>de</strong>rem consumidores, para outras que já têm consciência <strong>de</strong>sta lógica <strong>de</strong><br />
mercado.<br />
Para vali<strong>da</strong>r o conceito <strong>de</strong> novo, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> faz uso <strong>de</strong> celebri<strong>da</strong><strong>de</strong>s para ven<strong>de</strong>r seus<br />
produtos, ou seja, ela recorre ao testemunho <strong>de</strong> especialistas, personagens famosos ou comuns<br />
no “seu cotidiano” que confirmem a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s características do produto. Através <strong>de</strong>ssas<br />
testemunhas, os produtos são personalizados para que prevaleçam no imaginário do<br />
indivíduo. Para McLuhan (1974), nos anúncios publicitários a experiência <strong>da</strong>s pessoas passou<br />
a ser incluí<strong>da</strong>. Acontece uma naturalização dos produtos à sua rotina para que, assim, eles<br />
possam ser essenciais, e sejam incorporados à vi<strong>da</strong>.<br />
Segundo Lipovetsky (1989), a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> não tem a pretensão <strong>de</strong> reformular o homem,<br />
mas só o torna tal como ele é, e o seu único pecado é o <strong>de</strong> estimulá-lo à se<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo que<br />
já está presente nele. As pessoas vivem na ânsia do consumo porque, conforme Figueiredo<br />
(2007, p. 24), “a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> encena o nosso <strong>de</strong>sejo, cria situações possíveis – ou não – para