Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Subestimar a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong> tal modo complexo, que Bougnoux (1994) afirma que sua<br />
onipresença nos espaços físicos e no <strong>da</strong> cultura é capaz <strong>de</strong> modificar os costumes <strong>de</strong> <strong>da</strong>do<br />
local. Numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, vista como machista, percebemos a força <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />
reinvenção dos costumes. Ou seja, é perceptível a aparição <strong>de</strong> um “novo” homem que passa a<br />
ter particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferencia<strong>da</strong>s dos <strong>de</strong>mais. Este começa a <strong>da</strong>r mais importância aos<br />
cui<strong>da</strong>dos para com a aparência, sai <strong>de</strong> um estágio <strong>de</strong> “brutali<strong>da</strong><strong>de</strong>” e a<strong>de</strong>ntra num universo <strong>de</strong><br />
“<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za”. Em vista disso, as indústrias (cosméticos, vestuários, etc.) vêem a importância<br />
<strong>de</strong> investir nesse recente nicho <strong>de</strong> consumidores. Várias linhas <strong>de</strong> produtos são cria<strong>da</strong>s para<br />
aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse público e para atrair aqueles que não a<strong>de</strong>riram à preocupação<br />
com a vai<strong>da</strong><strong>de</strong> como um costume a ser seguido.<br />
Vive-se em uma era do „efêmero‟ (Lipovetsky, 1989), na qual a lógica <strong>da</strong> renovação<br />
predomina fazendo com que haja uma produção maciça dos objetos <strong>de</strong> consumo. Partindo do<br />
pressuposto <strong>de</strong> que “A feiúra ven<strong>de</strong> mal‟ (Lipovetsky, 1989, p. 164), a criação dos produtos<br />
passa a ter um caráter mais sedutor, atraente aos olhos <strong>de</strong> quem veja. Pequenos objetos<br />
per<strong>de</strong>m suas características tradicionais, para ganharem um caráter lúdico, tornado-se<br />
acessórios alegres.<br />
2.1 A publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> consumo.<br />
Segundo Lipovetsky, as pessoas não só compram pela distinção social, mas porque elas<br />
anseiam em realizar os seus <strong>de</strong>sejos, suas vonta<strong>de</strong>s, “consome-se ca<strong>da</strong> vez menos para ofuscar<br />
o Outro e ganhar consi<strong>de</strong>ração social e ca<strong>da</strong> vez mais para si mesmo” (Lipovetsky, 1989,<br />
p.171). Elas querem possuir o que o outro supostamente “não tem”. A publici<strong>da</strong><strong>de</strong> serve como<br />
intermediadora entre o indivíduo e o objeto, pois ela permite o conhecimento <strong>da</strong> coisa, mas<br />
quando esta é possuí<strong>da</strong>, fica encarrega<strong>da</strong> <strong>de</strong> lançar um suposto novo, fazendo com que o<br />
individuo passe a <strong>de</strong>sejá-lo. Logo, ela o mantém em uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> consumo, na qual o prazer<br />
<strong>de</strong> possuir para si mesmo é o que realmente importa, “a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> constitui a referência<br />
absoluta <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo” (Baudrillard, 1995, p.47).<br />
A publici<strong>da</strong><strong>de</strong> sempre busca novas técnicas <strong>de</strong> persuasão para atrair e manter o<br />
indivíduo em uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> constante <strong>de</strong> adquirir <strong>de</strong>terminados produtos que aten<strong>da</strong>m a<br />
seus <strong>de</strong>sejos. Barthes (1993) afirma que a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> promete o que mais você <strong>de</strong>seja que