18.04.2013 Views

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2.5 O culto <strong>da</strong> Beleza. Será que existe perfeição?<br />

A beleza sempre esteve atrela<strong>da</strong> ao corpo. Hoje temos como padrão aceitável, pela<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, um corpo magro para as mulheres e musculoso para os homens.<br />

Conforme Castro (2003) apud Knopp (2008), no Brasil, a preocupação em expor o corpo<br />

intensificou no <strong>de</strong>correr do século XX. Ela afirma que a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1920, com a interferência<br />

do cinema, foi crucial na formulação <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al físico. No final <strong>da</strong> mesma déca<strong>da</strong>, sob o<br />

impacto <strong>da</strong>s indústrias <strong>de</strong> cosméticos, <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>, <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> Hollywood, as mulheres<br />

a<strong>de</strong>rem ao uso <strong>de</strong> maquiagem e começam a valorizar o corpo magro. Com o final <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong><br />

Guerra mundial e o aparecimento <strong>da</strong> televisão e, por conseguinte, <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, aumenta a<br />

difusão <strong>de</strong> hábitos relativos com o corpo e às praticas <strong>de</strong> higiene e beleza. Na contracultura<br />

dos anos 60 o corpo é colocado em cena como signo <strong>de</strong> resistência e transgressão.<br />

Seguindo as afirmações <strong>de</strong> Sant‟Anna (2000, p. 238), nos anos 1960 o corpo foi<br />

re<strong>de</strong>scoberto nas artes e na política, na ciência e na mídia, o que provocou um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />

“corpoerismo” nas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s oci<strong>de</strong>ntais. Jovens reivindicavam o fim dos tabus relacionados<br />

ao corpo. Os pais se assustavam com essa busca pela liberação sexual e com a revolução<br />

corporal que estava em curso. E, os padrões, moralmente recusados, haviam sidos liberados.<br />

O corpo passou a ser objeto <strong>de</strong> estudo pelos pesquisadores, o que resultou na criação <strong>de</strong> uma<br />

“sociologia do corpo” e “antropologia <strong>da</strong> expressão corporal”. Dessa forma, as pesquisas<br />

tomam direcionamento para o estudo <strong>da</strong> representação e <strong>da</strong>s práticas do corpo em gestação.<br />

Na publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e na mo<strong>da</strong> o corpo mergulhava <strong>de</strong> cabeça na busca pela autentici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Tinham-se a impressão <strong>de</strong> que o corpo havia conquistado dimensões maiores do que aquelas<br />

<strong>da</strong> alma ou do inconsciente. Juntamente com estas re<strong>de</strong>scobertas do corpo, surgiram dúvi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> até on<strong>de</strong> estudá-lo e <strong>de</strong>ixar fluir o <strong>de</strong>sejo que nele pulsava. Essas questões foram alia<strong>da</strong>s a<br />

outras re<strong>de</strong>scobertas do corpo na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estimular o físico em<br />

lazeres e no esporte, sem esquecer-se <strong>de</strong> aliar o prazer ao pragmatismo, foram as novas<br />

re<strong>de</strong>scobertas. Os anos 1980 são marcados pela geração saú<strong>de</strong>. Inicia-se à proliferação <strong>de</strong><br />

aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> ginásticas pelo país e a banalização dos cui<strong>da</strong>dos corporais que incluem<br />

terapias, regimes e lazer. Nesse sentido, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física passa a fazer parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

pessoas e a valorização <strong>da</strong> imagem ganhava expressão na mídia. (SANT‟ANNA, 2000)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!