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Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão

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12. O Amor<br />

Os epicuristas venalizaram o sentido da palavra amor. Levaram-no<br />

para o campo da materialida<strong>de</strong>. Conspurcaram-no. Tornaram-no na vida<br />

mundana, uma expressão vulgar, <strong>de</strong>spida <strong>de</strong> sublimação. Isto porque a<br />

espiritualida<strong>de</strong> anda muito escassa neste mundo <strong>de</strong> ostentações e <strong>de</strong><br />

enganos. Serviram-se <strong>de</strong>sse vocábulo para exprimir o <strong>de</strong>sejo, a satisfação<br />

<strong>de</strong>sfrutada nos laços da carne. Esse é um sentimento interesseiro, efêmero,<br />

passional.<br />

<strong>Ao</strong> contrário disso, o verda<strong>de</strong>iro amor é <strong>de</strong>sinteressado, eterno,<br />

espiritual. De nenhum modo o mesmo termo <strong>de</strong>veria servir para registrar<br />

concepções tão distantes uma da outra. Mas o certo é que um significado<br />

se une à corrente material, enquanto o outro pertence ao domínio do<br />

espírito.<br />

Jesus foi quem elevou a expressão ao seu alto grau, revestindo-a <strong>de</strong><br />

pureza e <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>.<br />

Ninguém po<strong>de</strong> amar fora da espiritualida<strong>de</strong>, porque uma vez solto<br />

<strong>de</strong>sse plano, o ser só o encontra no reino da matéria.<br />

O amor mundano é interesseiro, porque visa a posse, a embriaguez<br />

dos sentidos físicos, sempre passageira e ilusória, anseia pela obtenção <strong>de</strong><br />

um prazer pessoal e egoísta, efêmero, porque vive, apenas, durante a<br />

estação do viço, enquanto alguns encantos das imagens da fantasia não<br />

fenecem. É passional, porque sofre as influências apaixonantes dos<br />

espíritos do astral inferior.<br />

Do outro lado, nobilitante, o Amor é <strong>de</strong>sinteressado, porque se alia<br />

ao sacrifício; nada pe<strong>de</strong>, nada reclama, nada exige e tudo oferece,<br />

<strong>de</strong>sprendidamente; neste estado, a alma se sente feliz <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser útil, <strong>de</strong><br />

notar válidos os seus préstimos, <strong>de</strong> reconhecer-se parcela do Todo, que é<br />

todo amor. É eterno porque, uma vez revelado, nunca mais se per<strong>de</strong>, não<br />

diminui; não acaba e acompanha o ser na rota para a eternida<strong>de</strong>. É<br />

espiritual, porque é atributo do espírito, nada influindo nela a matéria.<br />

Há exemplos <strong>de</strong>sse Amor sublime na Terra, porque o espírito,<br />

embora encarnado, é sempre espírito, e por isso, quando não sempre, vez<br />

por outra, confirma a sua natureza; vemo-lo na alma das mães, dos pais,<br />

dos avós e, menos intensamente, na dos parentes afins.<br />

Há amigos que também o sabem cultivar. O afeto, a estima profunda,<br />

a amiza<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira, são manifestações do amor. Todos os possuem inato<br />

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