Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão
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19. A Maledicência<br />
Vício dos mais perniciosos é o da maledicência, que imperceptível e<br />
sorrateiramente penetra na alma humana. Ele nasce da falta <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>samor entre as criaturas. A ausência <strong>de</strong> uma boa<br />
ocupação é também causa predisponente. A pobreza <strong>de</strong> assunto conduz à<br />
conversação ociosa, que vai da futilida<strong>de</strong> à maledicência.<br />
A vibração mental que emite a maledicência, produz uma forma <strong>de</strong><br />
pensamento <strong>de</strong>rrotista, cuja influência po<strong>de</strong>rá atingir a vítima <strong>de</strong>scuidada,<br />
por ser o pensamento uma força po<strong>de</strong>rosa.<br />
Na maioria dos casos, a maledicência escon<strong>de</strong>, por baixo da capa, o<br />
sentimento <strong>de</strong> inveja, do <strong>de</strong>speito, da ingratidão. É um modo diverso <strong>de</strong><br />
exercer a vingança. O indivíduo vinga-se falando mal, <strong>de</strong>smoralizando,<br />
ferindo, sem que o acusado se possa <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Há criaturas que abraçam,<br />
apunhalando pelas costas, à maneira dos tamanduás.<br />
Aconselha-se o maior cuidado com os maledicentes, que são<br />
facilmente reconhecíveis; aos olhos perscrutadores, a sua amiza<strong>de</strong> não<br />
merece crédito. Dia mais, dia menos, inesperadamente, são capazes <strong>de</strong><br />
causar dolorosas <strong>de</strong>cepções. Não conhecem a lealda<strong>de</strong>, na sua forma<br />
expressiva. O maledicente não é um cristão, pouco ou nada valendo a sua<br />
filiação a qualquer classe <strong>de</strong> idéias.<br />
Ele <strong>de</strong>ve ser tratado com reserva, pois anda na linha dos intrigantes e<br />
dos traidores, e é um associado das forças do astral inferior. Os que<br />
injuriam e difamam, começaram a sua carreira criminosa como<br />
maldizentes e foram se corrompendo, nesse vício, até atingir as formas<br />
mais penosas da indignida<strong>de</strong> humana.<br />
Cabe aos pais e aos professores combater o germe da maledicência<br />
que se manifesta na infância. As crianças precisam, por isso ter<br />
preceptores vigilantes. Nessa primeira fase da existência, a correção aos<br />
males que surgem é menos difícil. Mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> criarem raízes<br />
profundas, a extirpação dos males oferece resistência muito mais<br />
pronunciada, e quase sempre se tomam eles crônicos e incuráveis. O efeito<br />
mais provável é a perda da encarnação.<br />
Muitos dão pouca importância ao vício da maledicência, não só por<br />
ignorarem o lado espiritual da vida e nada saberem sobre a força do<br />
pensamento, como por <strong>de</strong>sconhecerem tudo acerca do astral inferior.<br />
Portanto, o vício da maledicência é um produto da ignorância provocada<br />
pela falta <strong>de</strong> espiritualização.<br />
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